A Ordenação Diaconal de Tomás Dias, seminarista do Seminário de Nossa Senhora da Purificação – Maior de Évora, natural de Coruche, oriundo da parte ribatejana da Arquidiocese de Évora, decorreu neste dia 8 de dezembro de 2023, pelas 17h00, na Catedral de Évora, na Eucaristia da Solenidade da Imaculada Conceição.
A celebração foi presidida pelo Arcebispo de Évora, D. Francisco Senra Coelho, e concelebrada por D. José Alves, Arcebispo Emérito de Évora, e por muitos sacerdotes da Arquidiocese e servida por vários Diáconos. Muitos familiares, amigos e diocesanos encheram a Catedral de Évora e testemunharam a ordenação diaconal em ordem ao presbiterado do jovem seminarista de 24 anos de idade.
À homilia, o Prelado eborense começou por referir a “alegria” ao celebrar Tempo de Advento “a Solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora! Fazemo-lo na contemplação da beleza d’Aquela que, na História da Salvação, nos é oferecida por Cristo como Mãe e Ícone da Igreja e de cada Cristão”.
“Deus não impõe, mas propõe, como fez com a Virgem de Nazaré. Se n’Ela, Deus quis precisar do seu SIM para que o Verbo de Deus, se formasse e se fizesse homem, Jesus Cristo nascendo como Redentor de todo o Homem e do Homem todo, hoje, a caminho do Natal, a Palavra do Senhor convida-nos a deixarmos que essa mesma Palavra gere Jesus nos nossos corações e nas nossas vidas para que, como discípulos missionários, O possamos anunciar, testemunhar e transmitir, para salvação de muitos e de muitas”, prosseguiu o Arcebispo de Évora, que acrescentou: “Eis o apelo: deixar que Cristo se forme em nós para que sejamos discípulos missionários, com testemunhos de vida contagiantes, sempre na Alegria do Evangelho. «Grande maravilha fez por nós o Senhor, por isso, exultamos de alegria!». É no testemunho desta alegre esperança, que revelamos o rosto sempre novo da Igreja”.
Dirigindo-se diretamente a Tomás Tomaz da Costa Patrício Dias, D. Francisco Senra Coelho sublinhou que “as conclusões até então apresentadas pelo Sínodo sobre a Sinodalidade dizem-nos que os Diáconos e presbíteros estão comprometidos nas mais diferentes formas do ministério pastoral: o serviço nas paróquias, a evangelização, a proximidade aos pobres e marginalizados, o compromisso no mundo da cultura e da educação, a missão ad gentes, o estudo teológico, a animação de centros de espiritualidade e muitos outros. Numa Igreja sinodal, os ministros ordenados são chamados a viver o seu serviço ao Povo de Deus numa atitude de proximidade às pessoas, de acolhimento e de escuta de todos e a cultivar uma profunda espiritualidade pessoal e uma vida de oração. São chamados, sobretudo, a repensar o exercício da autoridade seguindo o modelo de Jesus que, «sendo de condição divina, […] esvaziou-se a Si mesmo, assumindo a condição de servo» (Flp 2,6-7). A Assembleia reconhece que muitos presbíteros e diáconos, com a sua dedicação, tornam visível o rosto de Cristo Bom Pastor e Servo”.
O Prelado eborense alertou ainda que “um obstáculo ao ministério e à missão é constituído pelo clericalismo. Este nasce da má compreensão do chamamento divino, que leva a concebê-la mais como um privilégio que como um serviço, e manifesta-se num estilo de poder mundano que se recusa a prestar contas. Esta deformação do sacerdócio deve ser contrastada, desde as primeiras fases da formação, através de um contacto vivo com a quotidianidade do Povo de Deus e de uma experiência concreta de serviço às pessoas mais necessitadas. Hoje, não se pode imaginar o ministério do presbítero, a não ser em relação com o Bispo, no presbitério, em profunda comunhão com os outros ministérios e carismas. Infelizmente, o clericalismo é uma atitude que pode manifestar-se não apenas nos ministros, mas também nos leigos”.
“Os presbíteros são os principais cooperadores dos bispos e formam com eles um único presbitério (cf. LG 28); os diáconos, ordenados para o ministério, servem o Povo de Deus na diaconia da Palavra, da liturgia, mas sobretudo da caridade (cf. LG 29). Em relação a eles, a Assembleia exprime, antes de mais, uma profunda gratidão. Consciente de que podem experimentar solidão e isolamento, recomenda às comunidades cristãs que os apoiem com a oração, a amizade, a colaboração”, sublinhou o Arcebispo de Évora.
“É sempre tempo favorável, Kairós, para nos abrirmos ao chamamento do Senhor, ou para renovarmos a alegria do SIM que um dia demos. Eis-nos perante o desafio de renovarmos a Alegria do Evangelho o SIM constantemente dado e de continuarmos a ser Comunidades em saída, instrumentos de Cristo pela convocação e pelo chamamento. Nós somos hoje o “Vem e segue-me” de Cristo!”, concluiu D. Francisco Senra Coelho.
Após a homilia, realizaram-se os ritos da ordenação diaconal.
Antes do final da celebração, o Arcebispo de Évora consagrou a Arquidiocese de Évora à Imaculada Conceição.
No final, o Prelado eborense dirigiu uma palavra especial à família do Diácono Tomás Dias pela “generosidade da entrega do seu filho a esta dimensão de serviço pela Igreja”.
“Obrigado a Coruche que nos deu o P. José Flausino, o P. Heliodoro Nuno, o P. Miguel Gonçalves Ferreira e agora o Tomás. Parabéns ao concelho de Coruche”, disse ainda D. Francisco Senra Coelho, que agradeceu aos Seminários, ao Instituto Superior de Teologia, à Pastoral Vocacional, ao Pré-Seminário e à Pastoral Familiar. “Que o Senhor confirme esta Igreja nesta peregrinação em tempos exigentes e conturbados, mas desafiadores e esperançosos”, concluiu.