Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição, Padroeira de Portugal (Vila Viçosa)

Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição, Padroeira de Portugal (Vila Viçosa)

Estima-se que o templo original, como Igreja Matriz de Vila Viçosa, tenha sido construído entre finais do século XIII e princípios de XIV, o qual, na transição para o século XV, beneficiou de uma profunda remodelação, por preito de fé de Dom Nuno Álvares Pereira, hoje, São Nuno de Santa Maria.

Foi Dom Nuno, o responsável pela criação da Régia Confraria de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, que, ainda hoje, cumpre as funções que estiveram na sua génese: difundir a devoção e o amor à Virgem Imaculada, e zelar pela sua “casa” de Vila Viçosa.

Deve-se também ao Condestável do Reino, a vinda da imagem veneranda de Nossa Senhora da Conceição, “Nossa Senhora dos Anjos”, aqui chegada desde Inglaterra, algures entre 1402 e 1404. Trata-se de uma imagem em pedra Ançã, ao gosto medieval, e a sua chegada às praias de Peniche, alimentou desde sempre a estreita ligação da Virgem de Vila Viçosa com o mar e os pescadores.

No entanto, o templo que hoje visitamos, ao estilo maneirista, com três naves e cinco tramos, teve intervenção posterior iniciada pelo Duque D. Teodósio (pai do futuro Rei D. João IV), entre finais do Século XVI e princípios do Século XVII, e concluídas já, pelo próprio Rei Restaurador.

A abóboda central, que desabou na sequência do terramoto de 1755, foi reconstruída, imediatamente após o infortúnio, que tendo decorrido em dia santo de guarda, vitimou mais de duas dezenas de fiéis.

É forte, e indiscutível, a ligação deste Santuário, e de Nossa Senhora da Conceição, com a História de Portugal. Num primeiro momento com Dom Nuno Álvares Pereira, na transição da Dinastia Afonsina para a de Avis, na sequência da crise de 1383-85, mas também, e sobretudo, com a consolidação da independência de Portugal, após a restauração de 1640.

D. João IV, o novo rei, Duque de Bragança, e Calipolense de berço, consagra, em Cortes Gerais, o Reino à Rainha do Céu, Senhora da Conceição de Vila Viçosa, a 25 de março de 1646, coroando-a Rainha e Padroeira do Reino de Portugal.

A guerra da restauração prolongou-se até 1668, e à assinatura do Tratado de Lisboa, entre Dom Afonso VI de Portugal, e Carlos II de Espanha, tendo este santuário, nesse longo percurso, vivido uma tarde muito especial, no dia 17 de junho de 1665, quando a Batalha de Montes Claros, foi vencida pelas tropas portuguesas, comandadas por António Luís de Meneses, sob o grito de “Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa”.

Diz o cronista que na tarde desse mesmo dia, cerca de 5 mil homens se ajoelharam, aqui, perante a imagem da Virgem, tendo deixado, por gratidão um dos estandartes, o qual ainda se conserva numa vitrina, na Capela Mor.

Mas, o grande destaque da Capela Mor é, obviamente, a imagem de Nossa Senhora da Conceição, que já referimos ter chegado aqui pela mão do Santo Condestável, trajando agora, e desde os inícios do século XIX, e do reinado de Dom João VI, os mantos e as vestes dos monarcas portugueses, que, pela imensa devoção, lhe foram oferecendo.

A gradaria de prata que cela o nicho da Virgem Maria, foi oferta do Duque D. Teodósio.

Para além da Capela Mor, tem o Santuário mais 6 capelas, sendo que a cada uma correspondia uma confraria.

As capelas de São José e de São Pedro, que são as mais antigas do templo, albergavam, respetivamente, uma confraria de carpinteiros, e de clérigos.

A capela do Santíssimo foi intervencionada no tempo do Rei D. João IV, tendo-lhe sido oferecida uma profundidade maior do que a do Santíssimo Nome de Jesus, do lado oposto do altar. O sacrário aqui existente pertencia ao antigo Convento de São Paulo, de Vila Viçosa.

Na capela do Santíssimo Nome de Jesus, a tela de fundo representa a cidade de Jerusalém, destacando-se no altar, a imagem de São Nuno de Santa Maria, e no centro da mesma, uma imagem rara de Nossa Senhora da Dormição, num barco, datada do reinado de D. João V. Durante a Expo 98, em Lisboa, cujo tema era “Os Oceanos”, esta imagem encontrava-se exposta na entrada do pavilhão da Santa Sé.

O círio também, aqui, colocado foi oferta de São João Paulo II durante a sua visita a Vila Viçosa, como peregrino de Nossa Senhora da Conceição, na manhã do dia 14 de maio de 1982, aquando da sua primeira visita apostólica a Portugal.

Ao Santuário da Padroeira de Portugal acodem anualmente milhares de peregrinos nacionais e estrangeiros, sendo que a data mais marcante e festiva, é o 8 de dezembro, Dia da Solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Maria, Padroeira de Portugal.

Os dias 25 de março (Solenidade da Anunciação, e dia da Proclamação da Virgem Maria como Rainha de Portugal), 15 de agosto (Solenidade da Assunção da Virgem) e dia 6 de novembro (Dia de São Nuno de Santa Maria), são também datas festivas no Santuário de Vila Viçosa.

A 6 de novembro, e por São Nuno ser o padroeiro das Forças Armadas de Portugal, recebe o Santuário, celebração própria com a presença dos três ramos das Forças Armadas, e das suas respetivas chefias.

A Eucaristia Dominical é celebrada às 11.00 horas.

Nos dias úteis, a Eucaristia é celebrada às 9.00 horas, e aos sábados às 11.00 horas.

O Santuário encontra-se aberto durante todos os dias do ano, e o contacto para informações sobre peregrinações, celebrações, e visitas guiadas (incluindo visitas aos mantos) deverá ser feito para a Régia Confraria de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, ou para o Capelão, Senhor Cónego Francisco Couto.

Endereços de e-mail: regiaconfrariansraconceicao@sapo.pt / francisco.couto@sapo.pt

Página do Santuário: https://www.facebook.com/santuariovvicosa/