‘Maria levantou-se e partiu apressadamente’ (Lc 1, 39) ”
O Plano Pastoral 2022-23 conclui um quadriénio em torno do tema da Esperança. Ao longo destes anos, temos abraçado planos pastorais a partir deste dom inestimável que constituiu um dos pilares essenciais da experiência da fé dos cristãos. As apreensões face ao futuro que marcam o nosso tempo, fazem-nos tomar uma maior consciência do sentido e da gravidade da nossa missão perante o mundo que anseia ser mais humano e mais fraterno. A missão da Igreja enquanto reafirma a certeza de que só Jesus Cristo é a fonte e a meta da verdadeira esperança, faz-nos redescobrir a nossa identidade como discípulos missionários da Esperança.
A concluir este quadriénio, o presente ano pastoral 2022/23, terá como tema “Caminhar Juntos na Esperança”. Ao longo deste quadriénio, valorizámos a importância de “Procurar e Acolher”, nos dois primeiros anos, “Cuidar e Inserir”, no terceiro, para agora sublinharmos o compromisso de caminhar juntos no propósito de construir o Reino de Deus na fidelidade às propostas do Evangelho.
Com o itinerário proposto ao longo destes quatro anos, quisemos chamar a atenção para estes aspectos essenciais da identidade de cristã, que devem informar a vida e a experiência das comunidades eclesiais.
No presente ano, teremos em consideração, por um lado, as grandes propostas da Igreja Universal e, por outro, as nossas realidades locais com as suas urgências e inquietações. Neste sentido, o nosso Plano Pastoral para o ano 2022/23, terá em conta três vectores fundamentais: a Sinodalidade, por ocasião do Sínodo romano sobre esta temática a acontecer em Outubro de 2023; a Pastoral Juvenil, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude, Lisboa, Agosto de 2023; a Pastoral Vocacional, em sintonia com a proposta vocacional apresentada pelos bispos das dioceses do Sul.
Objetivo Geral:
Construir uma Igreja mais sinodal e envolver as novas gerações na missão.
ASSUMIR O DESAFIO DUMA IGREJA MAIS SINODAL
O Espírito Sinodal entre nós
A corresponsabilidade de todos os cristãos na missão da Igreja é uma das notas salientes na génese da comunidade cristã e posta em relevo na directrizes do Vat. II que apelava a uma Igreja de comunhão mais efectiva entre todos: ministros ordenados e fiéis leigos. Muitos esforços foram já empreendidos nesta direcção, fruto dos dinamismos conciliares, mas este é um caminho nunca plenamente realizado. Não podemos abrandar o ritmo do caminho encetado e que tem como objectivo uma Igreja mais participativa na diversidade dos carismas e ministérios.
Ao convocar toda a Igreja para um caminho sinodal nos moldes em que o fez, o Papa colocava a Igreja diante do seu “dever ser” e da sua missão de sempre. A sinodalidade é uma questão tão antiga como a Igreja, pois é constitutiva da sua génese, mas ao mesmo tempo, os contextos são novos e os sinais da modernidade lançam apelos que a Igreja não pode negligenciar.
O próximo Sínodo dos Bispos, a realizar em Outubro de 2023, convidou a um tempo de reflexão e diálogo em torno duma série de questões apresentadas que congregou um significativo número de cristãos. Quer os grupos já constituídos, quer os que se formaram com esse propósito, ou mesmo individualmente, criou-se uma rede de partilhas que que evidencia uma vontade de autocrítica e de busca da renovação deveras consideráveis. Se é certo que ficámos longe de atingir um nível ideal de pessoas envolvidas nesta dinâmica, também é verdade que a participação alcançada nos permite fazer uma amostra fidedigna sobre as questões apresentadas. Foi uma experiência muito rica que poderá inspirar a um caminho sinodal que não está fechado e que deverá manter vivo o espírito do Sínodo dos Bispos.
Os trabalhos realizados entre nós, conduziram a uma síntese diocesana das partilhas recolhidas e que foi encaminhada para a Comissão episcopal do Sínodo. Como fruto dos trabalhos desenvolvidos em cada diocese, a Comissão Episcopal elaborou, por sua vez, uma síntese nacional que pretende ser o contributo da Igreja em Portugal para o Sínodo dos Bispos. Todos estes esforços foram um sinal de corresponsabilidade e uma demonstração da vontade dos novos caminhos a trilhar.
Seria importante não olhar esta fase já concluída junto das igrejas locais como uma etapa encerrada nos seus objectivos. O caminho realizado deveria motivar a que mais comunidades e grupos se abrissem à reflexão sobre a Igreja que queremos reedificar no nosso tempo continuando a partilha e buscando caminhos. Continuar a reflexão em torno das grandes questões da actualidade eclesial seria uma forma de manter vivo o espírito do Sínodo que se realizará só em Outubro de 2023. Manter e incrementar o ritmo sinodal nas comunidades poderá ser um dos grandes desafios pastorais para este ano. A fidelidade e a renovação serão sempre vectores a ter em conta em cada presente da história. Cabe-nos ler os sinais dos tempos e abraçar, de forma sempre nova, o mandato missionário que Jesus confiou à sua Igreja.
Documento Diocesano
Uma das notas mais salientes que resultou dos contributos para o Sínodo, na nossa Diocese, é o facto de haver grande diversidade de experiências e de situações que tornam muito complexa qualquer tentativa de síntese. Ainda assim, algumas notas merecem ser evidenciadas e dignas de atenção.
Nas comunidades, há um grupo de cristãos mais comprometido, em torno do pároco, que faz habitualmente, uma experiência de participação nas grandes questões das comunidades. Com as pessoas que constituem este núcleo central nas comunidades, é mais fácil a experiência da participação e corresponsabilidade porque se trata de pessoas que sentem a comunidade e se comprometem com ela. Anota-se, no entanto, que em muitas paróquias, os Conselhos pastorais não existem e que os Conselhos para os assuntos económicos funcionam de forma deficiente. Em muitas apreciações, refere-se que o pároco não promove muito a participação dos fiéis nas decisões da comunidade, mas também se refere que em muitas situações, os párocos convidam à participação e que os fiéis fazem muita resistência em se comprometerem mais com a comunidade. Há dificuldade em motivar mais os crentes para os serviços paroquiais.
Nesta diversidade de contextos, não é possível caminhar juntos, com todos, da mesma forma, mas sim com ritmos diferentes. Esta diversidade de ritmos é um desafio a cultivar um espírito de inclusão e de abertura, que faça ultrapassar os obstáculos que a história e os modelos de igreja ajudaram, no passado, a construir.
Mais complexas ainda, são as situações das grandes periferias existenciais onde as comunidades cristãs sentem grandes dificuldades em tocar: Os vários tipos de solidão, nomeadamente, os idosos que vivem isolados nas suas casas, os portadores de algum grau de deficiência que se debatem com inúmeras barreiras físicas e sociais, nomeadamente, na arquitectura das igrejas e na falta de sensibilidade das comunidades, os que vivem em situações de ruptura social, os divorciados, os de orientação sexual diferente, os de ideologias divergentes da cultura cristã, os de etnias minoritárias e as mais diversas formas de marginalização. Apesar de serem realidades complexas, muito mais se pode fazer sob a inspiração do evangelho. O individualismo e o quietismo, o consumismo religioso e a superficialidade podem também segregar ou marginalizar, dificultando a missão de abraçar a todos, segundo o espírito do Vat. II: “todos são candidatos à santidade”.
O secularismo e o indiferentismo religioso estão entre as preocupações maiores da Igreja e a emancipação dos baptizados face à comunidade é uma das feridas maiores que obstaculiza a missão da Igreja. Só uma Igreja que torne mais presente a pessoa de Jesus na história poderá atrair mais e iluminar mais os caminhos da história.
Podemos concluir, a partir dos contributos recebidos, que o que está em questão é a passagem duma Igreja de cristandade estruturada nos parâmetros do binómio Hierarquia-Laicado, para uma Igreja que se deseja edificada na base do binómio Carismas-Ministérios. A imagem de Igreja das Cartas paulinas ou dos Actos dos Apóstolos, deverá servir de inspiração para a reconfiguração da Igreja no nosso tempo. Refontalizar a imagem da Igreja poderá ser um bom princípio para reflectir sobre a natureza e a missão da Igreja tal como se propôs o Vat. II, na Constituição sobre a igreja, Lumen Gentium.
- Objectivo específico:
Do que fica dito, parece-nos oportuno definir o objectivo específico e torno da questão sinodal para o próximo ano, nos seguintes termos:
Incentivar o espírito sinodal como caminho de renovação eclesial.
- Propostas de Acção:
A partir dos pressupostos apresentados, elencamos as seguintes propostas de acção:
– Divulgar a síntese diocesana das reflexões realizadas junto das comunidades e tirar as devidas conclusões nas instâncias próprias, nomeadamente, no Conselho Pastoral, no Conselho de Presbíteros, no Conselho dos Responsáveis dos Departamentos da Pastoral;
– Aproveitar a síntese diocesana para incentivar a partilha e o diálogo entre os grupos paroquiais como forma de manter vivo o espírito do Sínodo a realizar em Outubro de 2023;
– Aproveitar o espírito sinodal para a elaboração dos temas de formação para os grupos paroquiais e movimentos;
– Criar Conselhos Pastorais Paroquiais onde não existem e revitalizar os já existentes como forma de concretizar o desiderato do espírito conciliar e do dinamismo da sinodalidade;
– Tornar mais activos os Conselhos para os assuntos económicos, obrigatórios segundo o CDC, mas a necessitar duma maior vitalidade nas nossas comunidades;
– Conferir mais expressão à Solenidade de Cristo Rei, no coração da Arquidiocese, convocando movimentos, associações e conselhos paroquiais como expressão dum renovado espírito de comunhão sinodal.
- JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE – LISBOA 2023
O anúncio do Papa Francisco, convocando toda a Igreja para a Jornada Mundial da Juventude em Lisboa, a realizar no mês de Agosto de 2023, encheu-nos de grande alegria e de redobrada esperança. Este acontecimento afigura-se como um momento único de louvor e de júbilo, não só para as gerações mais novas, mas para toda a comunidade cristã. Anuncia-se uma verdadeira e autêntica experiência de Igreja, com os sinais da alegria e da festa que caracterizam as novas gerações que são capazes de contagiar os ambientes e testemunhar como ninguém a beleza do evangelho e o compromisso da fé.
Quando em 2019/20 abraçámos o desafio dum Plano Pastoral em torno do tema da Esperança, tínhamos já no horizonte da nossa acção pastoral a Jornada Mundial da Juventude. Este grande evento só podia impulsionar-nos para os horizontes da Esperança. Ao longo dos últimos três anos, elaborámos um percurso pastoral que nos conduziu a um empenho assumido em torno da JMJ. Estamos todos convocados para este grande acontecimento, que pela sua dimensão, tem a força de ultrapassar as fronteiras da própria Igreja para se afirmar no coração da sociedade. Trata-se do maior acontecimento alguma vez realizado em Portugal que exige dos cristãos a congregação de todas as forças e de todos os meios. A JMJ, Lisboa 2023, deve ser olhada como uma oportunidade única que não podemos desperdiçar e que deverá levar os jovens à redescoberta da comunidade cristã como forma de compromisso na transformação do mundo.
Desde a iniciativa do saudoso Papa S. João Paulo II, em 23 de Março de 1986, ao convocar a Jornada Mundial da Juventude para Roma, estas Jornadas têm sido um sinal bem visível do dinamismo da Igreja e da sua capacidade de atrair os jovens para Cristo. Muitos viram reforçadas as opções da sua fé e a comunhão com a Igreja através da experiência vivida por ocasião das JMJ. Não poucos sentiram o apelo a uma entrega mais comprometida com a Igreja e acabariam por abraçar a vocação sacerdotal ou de vida consagrada. Muitos outros aceitaram o desafio de serem membros activos nas suas comunidades na catequese, na liturgia e na acção social. Os horizontes duma JMJ são insondáveis e manifestam a acção do Espírito Santo na história.
Ao convocar mais uma vez a JMJ, a Igreja está a manifestar a importância que dá aos jovens e o quanto conta com eles para a sua renovação. Este evento que envolve a Igreja inteira é uma ocasião oportuna para solidificar a pastoral juvenil e redefinir os critérios da acção da Igreja junto das novas gerações, aceitando dialogar com os padrões culturais que caracterizam os nossos tempos e moldam as opções das novas gerações. Só com os jovens poderemos construir o futuro da Igreja e do mundo. Sem os jovens a Igreja sentirá hipotecada a sua missão. A JMJ é também uma forma da Igreja se apresentar perante o mundo como parceira idónea para a construção dum mundo mais fraterno, mais humano e mais solidário.
- Objectivo específico:
Tendo bem pressente o significado da JMJ para a vida da Igreja em geral e das comunidades em particular, definimos o nosso objectivo específico nos seguintes termos:
Envolver a comunidade cristã com os jovens para a JMJ.
- Linhas de acção:
Este ano pastoral será marcado pela preparação próxima da JMJ de Lisboa. Um evento com tão grande relevo eclesial vai exigir de todos nós um redobrado esforço na nossa acção pastoral junto das comunidades. Todos estamos convocados para esta missão e os frutos da JMJ serão correspondentes ao nosso empenho e compromisso pastoral.
As linhas de acção e as dinâmicas serão coordenadas pelo Departamento Diocesano da Juventude em articulação com a coordenação nacional da Jornada Mundial da Juventude. Em comunhão com a Igreja em Portugal, implementaremos ao longo deste ano pastoral, os dinamismos e planificações necessárias que levem a um incremento progressivo do espírito pretendido. A Jornada Mundial da Juventude é um acontecimento que requer um exercício de unidade e interacção entre todas as dioceses de Portugal. Acolher as directrizes do Comité nacional e aplicá-las na nossa Diocese de forma coordenada e eficaz é um imperativo necessário para o bom êxito da JMJ de Lisboa. Cabe ao Comité Organizativo Diocesano (COD) esta exigente tarefa que pretende envolver ao máximo os jovens da nossa diocese gerando nas paróquias as dinâmicas necessárias para esse fim.
O COD está estruturado com diversas áreas de acção para poder responder a todas as solicitações. A sua coordenação cabe ao Director Diocesano da Pastoral Juvenil que contará com uma vasta equipa para os diversos sectores: Secretariado, Actividades Pastorais, Conteúdo Digital. Redes Sociais, Finanças, Programação Geral, Logística, Inscrições, Voluntários, Espiritualidade e Parcerias.
É missão do COD fazer chegar às paróquias e aos jovens em geral todas as informações emanadas a nível nacional. Uma boa articulação entre o COD e as paróquias será fundamental para motivar os jovens para o espírito da JMJ e a sua participação na mesma. Desta articulação resultarão as actividades a desenrolar ao longo deste ano pastoral tendo em vista todo o processo de envolvimento com os nossos jovens ao longo do ano, o acolhimento dos jovens, que de vários países, estarão connosco para os “dias na Diocese” e, finalmente, a participação na JMJ de Lisboa.
As paróquias são a estrutura de base da vida cristã e deverão constituir o principal campo de acção em ordem à JMJ de Lisboa. É certo que hoje se sente uma grande dificuldade em motivar os jovens para a experiência da fé e ainda mais para a sua inserção na comunidade cristã. O documento sinodal diocesano dá conta das dificuldades em transmitir a fé às novas gerações apontando as dificuldades perante os ritmos e estilos de vida dos jovens, a linguagem na era digital e as suas motivações face ao futuro. Muitos são os factores que tornam complexa a relação dos jovens com a Igreja.
As dificuldades sentidas, longe de provocarem uma atitude de demissão, hão-de gerar uma onde de entusiasmo e motivação, com esforços redobrados e um maior empenho por parte dos responsáveis nas comunidades: párocos, catequistas, animadores. Esta é uma hora de convocar todos para a missão, ultrapassando os pessimismos e abraçando os desafios do momento com os seus obstáculos e com os seus encantos.
Nas paróquias dotadas das condições mínimas para o efeito, é criado um Comité Organizativo Paroquial para a dinamização dos jovens em ordem à JMJ. É tarefa própria do COP acolher as directrizes diocesanas e implementar as orientações necessárias juntos dos jovens nas comunidades. O COP, em articulação com o pároco deverá criar o dinamismo paroquial necessário para a vivência da JMJ. Entre outras, destacam-se as seguintes tarefas:
– Incentivar os jovens da comunidade em ordem à participação na JMJ;
– Aproveitar o dinamismo da JMJ para criar novos grupos de jovens;
– Aplicar as linhas programáticas das JMJ em ligação com o COD;
– Acolher os jovens de outros países nos dias na Diocese;
– Promover um relacionamento saudável com as instituições da sociedade civil, convidando-as a ser parceiras do acolhimento dos participantes das JMJ;
– Reflectir sobre as provocações pastorais da JMJ;
– Perspectivar o pós-Jornada Mundial;
- PROPOSTA VOCACIONAL INTER-DIOCESANA
Entre as questões mais prementes que se colocam à Igreja do nosso tempo, assume particular relevância a crise das vocações. Nas dioceses do Sul, a crise das vocações sempre se fez sentir com grande preocupação, por razões históricas e culturais bem conhecidas. Nas últimas décadas, a situação demográfica aliada à crise generalizada das vocações que atingiu também as dioceses que tradicionalmente proviam de clero as dioceses do Sul, a situação tem atingido níveis preocupantes para a vida da Igreja.
Conscientes da sua missão, os bispos das dioceses do Sul elaboraram uma proposta de promoção vocacional comum às dioceses de Évora, Beja e Faro, visando a sensibilização das comunidades para esta questão tão premente. Num tempo marcado pelo individualismo e pelo hedonismo, urge ter a coragem de continuar a propor o ideal do ministério ordenado e a vida de consagração como vias de doacção à Igreja e de realização pessoal.
Uma comissão interdiocesana foi nomeada para elaborar e dinamizar um plano de actividades de acordo com os fins desejados segundo este fim específico: “Sensibilizar as comunidades para a questão vocacional e propor aos jovens o ideal do ministério sacerdotal e da vida”.
– Objectivo específico: Sensibilizar as comunidades para a questão vocacional e propor aos jovens o ideal do ministério sacerdotal e da vida consagrada.
Todos reconhecemos como é complexa a questão vocacional. Para além das problemáticas eclesiais próprias do nosso tempo histórico, as opções civilizacionais da sociedade em que vivemos tornam ainda mais árdua a ousadia de propor o ideal vocacional aos nossos jovens. A situação da família no mundo contemporânea tão bem descrita nos documentos da Igreja e o défice demográfico que lança nuvens escuras sobre o futuro e ameaças à Esperança, são aspectos que importa reflectir e equacionar. Todavia, sabemos que quaisquer que sejam as condicionantes da hora presente, a vocação é sempre um dom de Deus e aí havemos de descobrir as razões fundamentais da nossa esperança.
Teremos em conta algumas linhas orientadoras para a nossa pastoral vocacional:
- Num esforço de comunhão eclesial, unir as três do sul num forte dinamismo pastoral que coloque a realidade/pastoral vocacional numa dimensão transversal às demais áreas pastorais das dioceses (catequese, juventude, universidade, CNE, EMRC, etc…);
- As nossas dioceses vivem situações semelhantes: poucas vocações, diminuição dos ministros ordenados e dos consagrados, etc. Vive igualmente uma situação preocupante no que respeita ao número e participação dos cristãos nas nossos comunidades. Estas realidades tocam-se e sem comunidades mais consciencializadas sobre a sua ministerialidade, não podemos esperar que surjam muitas vocações;
- Refazer e Revitalizar os Departamentos/Secretariados das Vocações com a finalidade de gerarem um trabalhos em rede com as paróquias e as Vigararias/Arciprestados;
- Aproveitar o entusiasmo e ações no caminho para a JMJ como forte meio de ação vocacional.
- Linhas de Acção:
Para concretizar os nossos objectivos, teremos em conta as seguintes linhas de acção:
– Convidar jovens a participar nas acções vocacionais da Diocese;
– Criar subsídios catequéticos e litúrgicos ao longo do ano;
– Planear dias de “Seminário aberto” para os grupos de crismandos;
– Promover nas paróquias núcleos de oração pelas vocações;
– Iniciar encontros/visitas às paróquias com adolescente e jovens;
– Gerar um forte dinamismo de oração nas comunidades;
– Apostar na Formação específica para os responsáveis dos adolescentes e jovens;
– Revitalizar o Lausperene Quaresmal dando-lhe um cunho vocacional.
II – Atividades do Plano Pastoral
Objetivo geral
Construir uma Igreja mais sinodal e envolver as novas gerações na missão.
Objetivos específicos
- Incentivar o espírito sinodal como caminho de renovação eclesial.
- Envolver a comunidade cristã com os jovens para a JMJ.
- Criar um forte dinamismo vocacional transversal a todas as áreas da pastoral.
- Principais Dinamismos e Atividades Pastorais
Atividades de nível Geral
– Dia da Igreja Diocesana
– Jornada Diocesana da Juventude
– Dia do Adolescente
– Encontro dos alunos de EMRC
– Peregrinação Diocesana a Vila Viçosa
– Jornadas Mundiais da Juventude
- Departamento do Clero
- Organizar, a 12 de Setembro, a Reunião Geral do Clero de reflexão e programação pastoral do próximo Ano Pastoral;
- Incentivar o Clero (Presbíteros e Diáconos) para a participação nas Jornadas de Atualização do Clero das Dioceses do Sul, organizadas pelo ISTE para as Dioceses do Sul (16 a 19 de Janeiro 2023);
- Realizar um encontro com os sacerdotes recém-chegados à Diocese para integração na pastoral diocesana:
- Promover nas três Zonas Pastorais as Reuniões Mensais de oração, formação e acompanhamento do Plano Pastoral reservando nas mesmas um tempo para Reunião por Vigararias;
- Proporcionar as Recoleções de Advento e Quaresma para os Presbíteros;
- Realizar encontros com os Diáconos Permanentes por Zonas / Unidades Pastorais;
- Promover ao longo do ano dois Encontros / Recoleções para Diáconos e um encontro com a presença das esposas.
- Departamento da Catequese de Adultos e do Apostolado dos Leigos
- Elaborar 16 temas de catequese para os Grupos Paroquiais de Adultos e os movimentos presentes na Diocese que os queiram adoptar, de acordo com o tema pastoral do ano e seguindo o método da Lectio Divina;
- Estabelecer o calendário das reuniões dos grupos ao longo do ano para ser seguido nas Paróquias;
- Colaborar com as Paróquias na formação de animadores e na criação de novos grupos;
- Promover um encontro dos movimentos com o senhor Arcebispo no dia de Cristo-Rei;
- Em colaboração com o ISTE, organizar algumas ações de formação para adultos;
- Acompanhar as atividades que forem propostas a nível nacional.
- Departamento da Liturgia
- Realizar uma formação para Leitores
- Promover a participação dos Acólitos na Peregrinação Diocesana e Nacional, sempre em relação com as Jornadas Mundiais da Juventude e Pastoral Vocacional;
- Incentivar os responsáveis de acólitos no seu múnus paroquial e à participação na formação nacional anual;
- Fomentar o uso e apresentar a nova edição Missal Romano nas Zonas Pastorais;
- Proporcionar aos vários ministérios litúrgicos e agentes pastorais uma formação sobre as posturas na liturgia e a participação ativa;
- Atualizar as listagens de Ministérios Extraordinários da Arquidiocese promover a sua atualização permanente;
- Realizar a Jornada Arquidiocesana da Liturgia;
- Departamento da Pastoral Familiar
- Garantir a articulação próxima, conjunta e eficaz com a Pastoral Juvenil da Arquidiocese na preparação das próximas Jornadas Mundiais da Juventude;
- Ajudar na preparação das Famílias de Acolhimento para os DnD;
- Sensibilizar as Famílias da Arquidiocese para a importância da vivência e participação nas JMJ;
- Realizar o Conselho Geral dos casais responsáveis da Pastoral Familiar Paroquial;
- Sensibilizar para o valor de continuar a rezar, em Família, pelas Vocações;
- Formar agentes pastorais qualificados e capazes de realizar a missão da Pastoral da Família e da Igreja em geral;
- Proporcionar, nas três zonas pastorais, formações e momentos de partilha entre famílias sobre as realidades familiares e forma de atuação na sociedade;
- Realizar reflexão de Advento e Quaresma em algumas paróquias da Arquidiocese;
- Realizar, em harmonia com a Comissão Arquidiocesana, a Peregrinação das Famílias a Vila Viçosa;
- Potenciar a participação nas atividades promovidas em articulação com Departamento Nacional da Pastoral Familiar;
- Departamento da Catequese da Infância e da Adolescência
Objetivos gerais:
- Fazer o levantamento geral da realidade da catequese diocesana pós-pandemia;
- Dar a conhecer o novo “itinerário de iniciação à vida cristã” da Comissão Episcopal da Educação Cristã;
- Promover ou dar continuidade ao curso de formação “ser catequista”;
- Dar a conhecer como realizar a transição do Say Yes para a Iniciação à vida Cristã (mistagogia).
Atividades a desenvolver:
- Visitas aos párocos e grupos de catequistas das paróquias da Diocese;
- Dia do Adolescente em Montemor-o-Novo dia 24 de setembro;
- Encontros de preparação para o último ano do Say Yes;
- Dia da catequese com o Bispo para as crianças do 1º ciclo do Conselho de Évora no dia 6 de maio.
- Departamento da Pastoral Juvenil
- Consolidar e potenciar as dinâmicas juvenis instaladas em cada paróquia e movimentos diocesanos, reforçando a identidade dos “Jovens de Cristo” na Arquidiocese de Évora;
- Levar a Arquidiocese de Évora e os seus jovens a participarem nas Jornadas Mundiais da Juventude 2023, em Lisboa;
- Estabelecer protocolos com as Autarquias de cada Concelho da Arquidiocese;
- Garantir a relação e colaboração com os departamentos diocesanos da Igreja da Arquidiocese, nomeadamente Catequese, Vocações e Família, no âmbito da preparação para as JMJ23;
- Promover os Patronos das JMJ da Arquidiocese de Évora: Santa Beatriz da Silva e São João de Deus;
- Divulgar e promover peregrinações aos Santuários JMJ da Arquidiocese de Évora: Santuário Nossa Senhora da Visitação, em Montemor-o-Novo; e Santuário Nossa Senhora da Conceição, em Vila Viçosa;
- Mobilizar os jovens e movimentos juvenis da Arquidiocese de Évora para a participação nas diversas atividades, que terão como pano de fundo as Jornadas Mundiais da Juventude 2023;
- Departamento da Pastoral das Vocações
A equipa da Pastoral Vocacional queremos, neste ano pastoral 2022-2023, desenvolver um conjunto de ações pastorais que sejam um impulso à pastoral vocacional da Arquidiocese.
Olhando para a JMJ2023 e para a realidade da nossa Arquidiocese, no âmbito vocacional, o seja da crise de vocações, nós achamos que as seguintes atividades poderiam ser o âmbito de trabalho desta equipa:
- Pastoral Vocacional Geral
– Conformar a equipa de pastoral vocacional com as novas nomeações e outras pessoas que tenham um
– Diálogo mais próximo com as religiosas de vida contemplativa.
– Preparar retiros nos tempos do Advento e da Quaresma para rapazes e raparigas, em conjunto com as religiosas.
– Visitar grupos de jovens que estão a se prepararem para o Sacramento da Confirmação.
– Animar às paróquias a constituir um grupo de oração pelas vocações.
– Organizar o Lausperene Vocacional
– Implementar as atividades que já foram propostas para o Biénio Vocacional.
- Pastoral Vocacional Sacerdotal
– Encontros vocacionais, uma vez por mês, a partir do mês de outubro.
– Acompanhamento mais próximos dos jovens que manifestam o interesse no discernimento vocacional.
– Dois retiros para os jovens que participem habitualmente nos encontros vocacionais.
– Visitar as paróquias. Encontros com jovens e convite para eles visitarem o Seminário.
– Organizar dia de “portas abertas” no Seminário e convidar aos grupos paroquiais de jovens.
- Departamento da Comunicação Social
Objetivos Gerais:
- Divulgar os principais eventos do Plano Pastoral no Semanário diocesano, “a defesa” e respetivo Site, na emissora radiofónica diocesana – Rádio Esperança, em 97.5 FM (emissor de Portel), no Site da Arquidiocese, na Página do Facebook da Arquidiocese e no Grupo “Discípulos Missionários”, na Página do Twitter da Arquidiocese, no programa de rádio “Ser Igreja”, através do espaço “Espiga Doirada”, na Rádio Maria, através do espaço semanal de informação, e de outros espaços de entrevista e reportagem.
- Divulgação multimédia no Facebook, fazendo uma aposta cada vez maior nos conteúdos de vídeo e nas transmissões em direto.
- Atualizar o layout do Site da Arquidiocese, apostando mais em conteúdos audiovisuais.
- Intensificar ainda mais o circuito de informação entre as entidades da Arquidiocese, para que chegue mais informação ao Departamento.
Ações:
- Acompanhar jornalisticamente os principais acontecimentos da Arquidiocese, sobretudo os que se integram na temática do Ano Pastoral, “Caminhar juntos na Esperança”;
- Promover diariamente nos espaços informativos e de programas da Rádio Esperança as principais ações desenvolvidas no âmbito do Ano Pastoral;
- Atualizar diariamente o Site da Arquidiocese de Évora, a página do Facebook e do Twitter;
- Apoio às paróquias e movimentos que o solicitem na área da comunicação;
- Partilha de conteúdos com a Agência Ecclesia;
- Envio semanal de notícias da atualidade diocesana para uma rede de contactos de meios de comunicação social da região e de âmbito nacional;
- Promover a partilha de conteúdos entre os meios de comunicação social de inspiração cristã diocesanos.
- Desafiar outros meios de comunicação social a fazer cobertura de eventos promovidos pela Arquidiocese e estabelecer parcerias de divulgação.
- Departamento da Pastoral Sócio-Caritativa
Sendo lema e meta do Plano Pastoral Caminhar juntos na esperança e preparar e celebrar juntos a Jornada mundial da juventude, a ação socio-caritativa encontra nele duas atividades que integram o essencial desta ação pastoral, a saber, acolher e promover atividades socio-caritativas dos jovens e favorecer o encontro e a partilha intergeracional. O que em seguida é proposto, visa dar pleno cumprimento e desenvolvimento a estas duas linhas de orientação:
- Manter e estimular ulteriormente, de acordo com a opção pastoral para este ano, a intensificação das ações das Instituições Sócio-Caritativas, das Conferências Vicentinas, dos Visitadores de doentes, dos Grupos Sócio-Caritativos paroquiais e dos Polos da Cáritas Arquidiocesana, sinalizando as necessidades e articulando, em rede, as respostas que se considerem oportunas, em vista de um serviço mais estável e organizado, focando, especialmente, a integração de voluntariado jovem.
- Promover, com especial atenção, ações de avaliação da atividade dos Polos da Cáritas Arquidiocesana, em cada uma das Zonas Pastorais, com vista à melhoria desta resposta, promovendo a participação de jovens na mesma.
- Promover a realização de umas Jornadas Sócio-Caritativas no início do novo ano civil com vista à melhoria da capacitação da dimensão missionária da caridade portadora de esperança e integradora das novas gerações.
- Promover a realização de um Encontro dos Centros Sociais Paroquiais, em Évora, durante a Quaresma, com vista à avaliação dos constrangimentos provocados pelas recentes crises sociais, económicas e políticas que criaram novos pobres e incidem fortemente na ação desenvolvida por cada Centro Social, procurando, em conjunto, formas de ultrapassar, com esperança, as dificuldades e promover as nossas ações e organizações com sustentabilidade.
Tendo em vista uma revitalização do próprio Departamento de Pastoral Sócio-caritativa, conceber e promover a elaboração de uma estratégia arquidiocesana para a Pastoral Social:
- Promover o mapeamento das respostas/equipamentos sociais das instituições sociais da Igreja na Arquidiocese de Évora, com especial focagem na integração dos mais jovens.
- Desenhar cursos de formação certificada dirigidos aos Párocos, aos profissionais e aos voluntários, privilegiando as gerações mais jovens, das instituições sociais de natureza canónica alinhados com os referenciais estratégicos da Pastoral Sócio- caritativa da Arquidiocese.
- Fomentar a criação de estruturas formais de rede, de partilha de recursos e de aproveitamento de sinergias entre as instituições e as estruturas eclesiais, com vista à participação dos mais jovens.
- Realizar momentos periódicos informais de encontro e de partilha entre os diferentes agentes, institucionais ou pessoais da Pastoral Social, em ordem a poder ajudar e participar na organização diocesana da Jornada Mundial da Juventude.
- Calendário das ações Sócio-Caritativas a realizar no quadro do Plano 2022-2023:
– Jornadas Sócio-Caritativas 14 de Janeiro de 2023
– Encontro dos Centros Sociais Paroquiais 18 de Março de 2023
- Departamento da Pastoral da Cultura e dos Bens Culturais
- Consolidar a articulação das diversas áreas que compõem o Departamento Diocesano da Cultura e dos Bens Patrimoniais: Diálogo Fé e Cultura, Inventário Artístico, Arte Sacra, Arquivo Diocesano e Música Sacra.
- Prosseguir com a consolidação do relacionamento com o Secretariado Nacional participando nas acções nacionais que constam do seu Plano anual e motivar os referentes culturais da diocese a participar nos mesmos
- Sensibilizar os agentes pastorais para os adequados princípios da gestão do património sacro, previstos nas orientações dos documentos da Igreja e, em particular, na legislação diocesana em vigor.
- Prover a uma conveniente actualização das normas diocesanas sobre o património de arte sacra.
- Acompanhar as acções de restauro e de conservação dos bens imóveis, móveis e do património integrado como forma de garantir a qualidade das intervenções.
- Intensificar os esforços de actualização do Inventário Artístico Diocesano para que se torne, cada vez mais, um espaço aberto, vivo e dinâmico. Contratar uma técnica, em parceria com a FEA para a dinamização do Inventário Artístico diocesano.
- Promover acções de formação que permitam a proximidade com os párocos tendo em visto a utilização do Inventário Artístico correspondente de cada paróquia.
- Elencar uma lista de parceiros culturais para futuras parcerias na área da cultura e estabelecer protocolos com instituições consideradas estratégicas para os fins do Departamento.
- Assumir uma presença habitual no Jornal “A Defesa” através de artigos das diversas áreas do Departamento, contribuindo para uma desejada divulgação do património artístico e da cultura cristã.
- Marcar presença das redes sociais através de espaços próprios como modo de divulgar o património artístico diocesano.
- Sensibilizar as editoras católicas a promover lançamentos de obras consideradas de significativo interesse, no território diocesano.
- Serviço de Migrações
- Fomentar nas comunidades paroquiais a atenção, o acolhimento e a integração social e espiritual aos imigrantes nelas residentes;
- Sintonizar com o espírito da celebração anual, em Agosto, da Semana Nacional da Mobilidade Humana (Migrações) aproveitando os subsídios propostos pela Obra Católica Nacional das Migrações.
- Promover uma tarde de encontro ecuménico intercultural e de convívio com os imigrantes;
- Manter activo o gabinete técnico de acolhimento aos imigrantes (segundas e quintas-feiras das 18.30h às 20.30h, no Centro Pastoral da Sagrada Família (Álamos).
- Pastoral do Turismo
- Promover junto das Paróquias e entidades de Turismo a peregrinação ao Santuário de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa;
- Elaborar guião com os principais Santuários e Igrejas da Arquidiocese promovendo o património e a celebração, sugerindo roteiros e visitas, aproveitando as Jornadas Mundiais da Juventude;
- Delinear Caminhos Seguros para o Santuário de Nossa Senhora da Conceição, Padroeira de Portugal;
- Promover uma ação de formação sobre a espiritualidade da peregrinação, sobretudo nos Caminhos de Santiago;
- Pastoral para a Pessoa com deficiência e sua família
Plano de ação:
- Sensibilizar para a inclusão: uma Igreja que acolhe – Um olhar novo
- Construir uma rede para a dinamização do serviço a nível diocesano e local e divulgações das suas ações.
- Conhecer a realidade da participação das pessoas com deficiência na vida da Igreja e servir: a partir das pessoas com deficiência e suas famílias; a partir das diversas instituições e a partir das diferentes equipas de catequese.
- Identificar, divulgar e partilhar experiências integradoras – Escutar, Refletir e Rezar
- Criar um núcleo de documentação e edição regular de textos.
Atividades:
- Reuniões com as três Zonas Pastorais da Arquidiocese de Évora;
- Inquérito às Paróquias da Arquidiocese de Évora;
- Celebração, em todas as paróquias da Arquidiocese de Évora, do dia mundial da pessoa com deficiência (4 de dezembro de 2022);
- Celebração do dia diocesano da pessoa com deficiência e suas famílias (14 de maio de 2023);
- Divulgação de folheto informativo;
- Construção informaticamente de toda a informação no site da Arquidiocese;
- Visita as diferentes instituições; Escutar, Registar e apoiar;
- Apoio espiritual, pedagógico e emocional a todas as famílias.