PLANO PASTORAL 2024-2026
PEREGRINOS DE ESPERANÇA
“A esperança não engana porque o amor de Deus foi derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado”
(Rom. 5, 1-2)
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Objetivo Geral: Dinamizar a Pastoral Diocesana a partir do Jubileu do Ano Santo
PROPOSTA DE IDEIAS FUNDAMENTAIS
Contextos dum Novo Ciclo Pastoral
Objetivo: Convocar a comunidade para o Ano Santo 2025
1. Com o Ano Santo 2025 no Horizonte
O Plano Pastoral transato, “Revelar juntos o novo rosto da Comunidade”, começava com um convite à fidelidade na renovação, meta que deve estar sempre presente na vida das comunidades cristãs e que permanece válida para o novo ciclo pastoral que agora se anuncia. A sua motivação maior era a de procurar caminhos de renovação nos difíceis contextos do pós-pandemia. A convocação do Ano Santo 2025 encoraja-nos, por sua vez, a ultrapassar todas as limitações do passado para darmos espaço à Esperança, que há-de refulgir como fruto da misericórdia de Deus a favor do seu povo.
Considerando que um Plano Pastoral é sempre uma proposta aberta e contextualizada nos cenários concretos da Igreja e do Mundo, perante a convocação do Papa, urge elaborar um novo Plano Pastoral que dê sequência ao caminho encetado e acolha os novos desafios da Igreja e do mundo. Fruto do itinerário percorrido pelas várias instâncias pastorais, apresentamos as linhas fundamentais que deverão nortear a nossa programação pastoral no futuro próximo.
O Plano “Revelar juntos o novo rosto da Comunidade” manifestava já a sua preocupação em incluir a celebração do Ano Santo 2025 como um ponto de chegada da nossa caminhada pastoral. Dado que o Ano Santo tem a duração do ano civil e encerra em Dezembro de 2025, é conveniente que a presente programação se estenda até ao fim do ano pastoral 2025-26, incluindo assim o encerramento das celebrações jubilares. Os próximos dois anos darão continuidade ao referido esforço de renovação das nossas comunidades e serão marcados pelo espírito do Ano Santo e das propostas concretas apresentadas pela Santa Sé a este propósito.
Na Carta dirigida ao Arcebispo Rino Fisichella, Presidente do Pontifício Conselho para Promoção da Nova Evangelização, o Papa Francisco começa por sublinhar que “O Jubileu representou sempre na vida da Igreja um acontecimento de grande relevância espiritual, eclesial e social” pelo que o povo santo de Deus é convidado a acolher o Ano Santo como um dom especial de graça e misericórdia divinas. Um Ano Santo suscita sempre grande movimento de peregrinos que rumam à cidade eterna para viveram festivamente as graças jubilares, mas pode suscitar também experiências semelhantes nas igrejas locais e nos lugares de grande riqueza simbólica como é o caso dos santuários diocesanos. Este espírito de povo peregrino em demanda dos lugares santos, com sinais de entusiasmo e júbilo, deverá inspirar-nos na nossa programação pastoral para reavivarmos o sentido da nossa caminhada cristã.
Na já referida Carta, Francisco aponta o caminho: “O próximo Jubileu poderá favorecer imenso a recomposição dum clima de esperança e confiança, como sinal dum renovado renascimento do qual todos sentimos a urgência. Por isso, escolhi o lema Peregrinos de esperança”. Mesmo tendo dedicado um quadriénio pastoral (2019-23) ao tema da Esperança, a condição de peregrinos abre dimensões novas que não foram afloradas significativamente ao longo desse quadriénio. Adotar o lema do Ano Santo para o novo ciclo pastoral exprime a nossa comunhão com o caminho indicado pela Santa Sé e, em particular, com o Sucessor de Pedro.
Na Carta ao Cardeal Rino Fisichella, o Papa deixou já bem explícito três aspetos fundamentais a ter em conta: a preocupação pelos pobres, desejando que a sua voz seja ouvida; a preocupação pelo cuidado a ter pela nossa casa comum, reconhecendo “que o cuidado da criação é expressão essencial da fé em Deus e da obediência à sua vontade”; a intensificação do empenho sinodal, valorizando “os carismas e ministérios que o Espírito Santo não cessa de conceder para a construção da única Igreja.”
Com estes pressupostos, estabelecemos as linhas diretivas do novo Plano Pastoral 2024-26 e os objetivos que pretendemos alcançar neste novo ciclo pastoral.
2. Um Jubileu sob o Signo da Esperança
No dia 9 de Maio, o Papa Francisco publicou a Bula de proclamação do Jubileu 2025, “Spes non confundit…”. Neste documento, são traçadas as grandes ideias que deverão marcar a nossa caminhada jubilar, bem como o itinerário a que a Igreja é chamada a percorrer. Como Igreja diocesana, não queremos ficar alheios aos desafios que nos são lançados pelo Papa Francisco.
O tema escolhido para o Jubileu de 2025 é a esperança. “Que o Jubileu seja, para todos, ocasião de reanimar a esperança!”, deseja o Papa como meta do itinerário proposto. O Papa Francisco parte do testemunho de Paulo. Escrevendo aos romanos, Paulo adverte que “a esperança não engana, porque o amor de Deus foi derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado» (Rm 5, 1-2.5). É com esta convicção que abraçaremos este novo ciclo pastoral que nos levará para além da clausura do Jubileu 2025. Cientes das nossas debilidades, encontraremos as razões que nos revestem da dignidade de peregrinos e anunciadores da Esperança. Refere o Papa na Spes non confundit, que para o Apóstolo, a tribulação e o sofrimento são as condições típicas de todos aqueles que anunciam o Evangelho em contextos de incompreensão e perseguição (cf. 2 Cor 6, 3-10). Mas em tais situações, através da escuridão, vislumbra-se uma luz: descobre-se que a evangelização é sustentada pela força que brota da cruz e da ressurreição de Cristo. As dificuldades que experimentamos na hora presente, seja como sociedade seja como Igreja, não nos paralisam na missão de sermos profetas da Esperança. Para além dos ambientes festivos e de manifestações externas na cidade de Roma que costumam acompanhar a vivência dum Ano Santo, o essencial é o nosso encontro com Cristo que nos regenera e salva.
A esperança não pode ser uma palavra vaga e sem conteúdo. Evocar a esperança é ter a ousadia de olhar para os lugares onde essa mesma esperança é uma urgência para muitos e um compromisso para todos. Dos lugares da esperança ergue-se um coro de vozes aflitas que fazem a experiência dos mais atrozes cativeiros que não nos podem deixar indiferentes.
Antes de mais, o flagelo da guerra que faz alastrar o seu rasto de horrores e de injustiças sem que se vislumbrem soluções válidas para os conflitos abertos e onde uma multidão quase perdeu o sonho da esperança da paz. “Será excessivo sonhar que as armas se calem e deixem de difundir destruição e morte?” – interroga-se o Papa Francisco na Bula do Ano Santo (nº. 8), para concluir: “O Jubileu recorde que serão «chamados filhos de Deus» todos aqueles que se fazem «obreiros de paz» (Mt 5, 9).”
A quebra da natalidade como sinal preocupante duma sociedade anémica e em crise de valores é outro lugar apontado pelo Papa e que clama por sinais novos de vida e de esperança. “Por causa dos ritmos frenéticos da vida, dos receios face ao futuro, da falta de garantias laborais e de adequada proteção social, de modelos sociais ditados mais pela procura do lucro do que pelo cuidado das relações humanas, assiste-se em vários países a uma preocupante queda da natalidade.”, reconhece o Sucessor de Pedro. (nº 9)
Lugares de esperança são também os cárceres onde se amontoam os prisioneiros esquecidos da justiça; os doentes, sobretudo os que vivem em países sem recursos para os cuidados básicos de saúde; os jovens, que sentem hipotecados os seus sonhos de futuro, mas que sonham por uma autêntica sociedade mais fraternal; os migrantes, que deixam a sua terra, em situações de medo e desespero, à procura duma vida melhor para si próprios e suas famílias; os idosos, que fazem a experiência da solidão e do abandono dos seus próprios familiares; finalmente, os pobres, que são vítimas da ganância de quem busca o lucro sem olhar a meios.
Em todos estes lugares, a esperança há-de ser o cântico dos novos cativos de Sião que provoca a comunidade cristã e sensibiliza as autoridades e forças vivas da sociedade. O Ano Santo deveria ser ocasião oportuna de revitalizar uma esperança autêntica que não engana. Há-de ser portador duma mensagem de misericórdia, de perdão e de paz, na senda das grandes motivações bíblicas para os anos jubilares.
3. Com o Espírito de Peregrinos
Inerente ao espírito do Ano Santo, está o sentido dum povo peregrino. Os contextos bíblicos da origem do Ano Santo põem em realce a condição de peregrinos do povo de Israel. Inspirado nas raízes bíblicas, o acto de peregrinar representa um elemento fundamental de todo o evento jubilar. Pôr-se a caminho é típico de quem anda à procura do sentido maior da vida e é o primeiro sinal da história da salvação: “- Vai para onde eu te indicar!”. A peregrinação favorece muito a redescoberta do valor do silêncio, do esforço, da essencialidade. Também no próximo ano, os peregrinos de esperança não deixarão de percorrer caminhos antigos e sempre novos para viver intensamente a experiência jubilar.
Peregrinar envolve uma riqueza muito grande de elementos, mas é sobretudo, um gesto que ajuda a redescobrir a verdadeira identidade do povo de Deus, peregrino na terra ao encontro do seu Senhor. Entre nós, esse espírito também está muito presente no coração dos nossos fiéis. As tradicionais peregrinações aos lugares santos, a Fátima, a pé ou por outros meios, bem como a santuários diocesanos, são iniciativas muito caras ao nosso povo e exprimem uma consciência bem enraizada do espírito de peregrinos intrínseco à experiência da fé.
Este ano, peregrinaremos, mesmo localmente, ao ritmo jubilar. Iremos valorizar os sinais de peregrinação que já se promovem nos mais diversos âmbitos enquanto estaremos atentos a novas peregrinações possíveis aos santuários da Diocese. Estas peregrinações poderão ser enriquecidas com a preparação de esquemas orientadores para os grupos de peregrinos para que possam peregrinar segundo o dinamismo do Ano Santo. Um frémito de peregrinos deveria suscitar em todos nós uma vontade renovada de partir, de ir ao encontro e de recomeçar com novos entusiasmos.
II – O Nosso Itinerário Pastoral
Objetivo: Celebrar o Ano Santo em comunhão com a Igreja, para a renovação das comunidades cristãs.
1. Primeira etapa: Peregrinos e Orantes
Para alcançar as metas indicadas para o Ano Santo, o Papa exortou que já o ano 2024 fosse uma verdadeira “sinfonia de oração” que conferisse o espírito mais propício para o itinerário a percorrer até ao Ano Santo. O Papa Francisco destaca três grandes linhas para este caminho orante: Oração como espaço pessoal de encontro com Deus, de louvor pelos dons da criação e de comunhão com “um só coração e uma só alma” que leva à partilha do pão quotidiano.
O Sucessor de Pedro proclamou solenemente este ano de oração para preparar as celebrações do Jubileu 2025, cuja porta santa vai ser aberta no Natal de 2024. A este propósito, exortava: “Peço-vos que intensifiqueis a oração, para que nos preparemos para viver bem este acontecimento de graça e experimentar a força da esperança em Deus”.
O primeiro trimestre deste ano pastoral, de Outubro a Dezembro, deverá ser olhado como uma oportunidade de intensificar o espírito orante nas comunidades a caminho do Ano Santo. Sem esta dimensão orante do povo de Deus, o Ano Santo corre o risco de se tornar em mais um evento rico de momentos celebrativos e de iniciativas culturais, mas sem a densidade espiritual capaz de nos transformar interiormente e de nos renovar na fé.
Propomos para a nossa programação pastoral, a preocupação de manter bem viva esta intenção do Papa. Para esse fim, serão elaborados três esquemas de Vigílias de oração, ao ritmo de uma por mês, a partir dos três temas propostos pelo Papa: “Oração como encontro pessoal com Deus”, “Oração de louvor pelos dons da Criação”, “Oração como sinal de Comunhão com todos”. Estes momentos de Vigília deverão ser devidamente propostos e preparados pelos pastores de modo a envolver a comunidade. Para além desses momentos abertos a toda a assembleia, seria oportuno que nascessem grupos de oração nas paróquias ou que se aproveitassem os grupos já existentes para lhes dar um rosto mais orante, nomeadamente, os grupos tradicionais do Apostolado da Oração e da Rede Mundial de Oração, da Legião de Maria, das Conferências Vicentinas e outros grupos paroquiais.
Nestes momentos de oração deverá fazer-se uma meditação sobre os fins do Jubileu. Em particular, a atenção pelos mais pobres e a urgência do perdão misericordioso. Uma oportuna preparação orante poderá levar a uma sensibilização e a uma vivência mais entusiasmada que conduza aos fins jubilares.
2. Segunda etapa: O Jubileu, dom especial de Graça e Misericórdia
Pela bula Spes non confundit, estabelece o Papa Francisco que o Ano Santo se inicie no dia 24 de Dezembro, vigília do Natal do Senhor, com a abertura da Porta Santa na basílica de S. Pedro no Vaticano. No Natal do Senhor, celebramos a incarnação do Verbo que nos abre de para em par, as portas da nossa redenção. Para além da Porta Santa de São Pedro, o Papa deslocar-se-á as basílicas romanas para abrir as respectivas portas santas. Assim, “no domingo seguinte, 29 de dezembro de 2024, abrirei a Porta Santa da minha catedral de São João de Latrão, que celebrará, no dia 9 de novembro deste ano, 1700 anos da sua dedicação. Posteriormente, no dia 1 de janeiro de 2025, Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus, será aberta a Porta Santa da Basílica Papal de Santa Maria Maior. Por fim, no domingo 5 de janeiro de 2025, será aberta a Porta Santa da Basílica Papal de São Paulo Fora dos Muros”.
Exorta o Papa Francisco a que o acto de abertura do Ano Santo seja replicado solenemente em todas as catedrais e concatedrais, na festa da Sagrada Família de Nazaré. Refere a Bula do Ano Santo, no número 6: “Estabeleço ainda que, no domingo 29 de dezembro de 2024, em todas as catedrais e concatedrais, os Bispos diocesanos celebrem a Santa Missa como abertura solene do Ano Jubilar, segundo o Ritual que será preparado para a ocasião. (…) A peregrinação, desde a igreja escolhida para a concentração até à catedral, seja o sinal do caminho de esperança que, iluminado pela Palavra de Deus, une os crentes. Durante o percurso, leiam-se algumas passagens deste Documento e anuncie-se ao povo a Indulgência Jubilar, que poderá ser obtida segundo as prescrições contidas no mesmo Ritual para a celebração do Jubileu nas Igrejas particulares. Durante o Ano Santo, que terminará nas Igrejas particulares no domingo 28 de dezembro de 2025, zele-se para que o Povo de Deus possa acolher, com plena participação, tanto o anúncio de esperança da graça de Deus, como os sinais que atestam a sua eficácia”.
Reveste-se de particular simbolismo esta celebração em cada catedral para a qual todas as comunidades com os seus párocos, se devem fazer representar. Deverá ser um momento de grande júbilo onde se exprime a nossa comunhão com o Sucessor de Pedro e com toda a Igreja universal. Com a devida antecedência, deverão as comunidades ser sensibilizadas e motivadas para esta celebração de tão grande simbolismo para todo o povo de Deus.
A dinâmica do Ano Santo prevê a celebração de actos jubilares por sectores da pastoral, de modo que a diversidade dos grupos exprima o dom da comunhão entre os fiéis. O Jubileu tem a metodologia de congregar os diversos grupos que compõem a sociedade e a Igreja para celebrações próprias segundo a vocação de cada grupo. Estas celebrações poderão ser motivo para peregrinações a Roma durante o Ano Santo estando já definido o calendário das várias celebrações que exprime a beleza do Povo de Deus na sua interação com a sociedade e na comunhão das igrejas.
O encerramento do Ano Santo está previsto para o dia 28 de Dezembro de 2025, festa da Sagrada Família de Nazaré. Tal como a celebração de abertura, o encerramento do Ano Santo está previsto que seja celebrado unicamente na Catedral, com a celebração da Eucaristia presidida pelo Prelado, segundo o rito proposto pela Sagrada Congregação da Evangelização dos povos. Para esta celebração devem ser convocadas os fiéis das comunidades cristãs com os seus párocos. A representação das comunidades nesta única celebração de encerramento do Ano Santo exprimirá de modo visível a unidade da Igreja e a riqueza da sua diversidade.
A nível diocesano, ao longo do ano, procurar-se-á valorizar também os momentos de encontro dos diversos grupos paroquiais. Algumas realizações diocesanas já congregam habitualmente alguns dos sectores mais salientes da Pastoral: Famílias, jovens, doentes, liturgia, sector sócio-caritativo, etc… Ao longo do ano Santo, estas iniciativas deverão decorrer com o carácter e espírito jubilar em comunhão com a Igreja universal. Para tal, poderão ser escolhidos os santuários da Diocese para se inculcar o espírito jubilar a estas jornadas de cada sector da nossa pastoral. Os programas de cada Departamento da pastoral diocesana deverão ter em conta esta preocupação para que toda a Arquidiocese viva a alegria jubilar com sinais de esperança.
A meta da peregrinação jubilar é Roma, sede do Sucessor de Pedro, com a Porta Santa na basílica vaticana e demais basílicas maiores. Será oportuno equacionar a possibilidade duma peregrinação diocesana a Roma, presidida pelo Senhor Arcebispo. Todavia, também não descuraremos as possibilidades de valorizar os nossos santuários, ricos de grande significado para todos nós. Mesmo os santuários onde se perdeu um certo fulgor espiritual, deveriam fazer um esforço acrescido por recuperar o entusiasmo já vivido em outros tempos para que possam voltar a ser lugares de peregrinação e de vida cristã. Uma atenção redobrada deveria ser dada a este aspeto durante o próximo Ano Santo. Deverá organizar-se um calendário das diversas peregrinações aos santuários diocesanos, no espírito da celebração do Jubileu. Seria esta uma ocasião providencial para dar mais vida cristã às nossas zonas pastorais e suas Vigararias que deveriam planificar as suas atividades incluindo este propósito.
3. Terceira etapa: Comprometidos com o Espírito Jubilar
Depois do encerramento do Ano Santo, a 28 de Dezembro de 2025, teremos ainda uma longa etapa do ano pastoral por cumprir. Será este um tempo de compromisso que decorrerá como consequência do entusiasmo suscitado pelo Ano Santo. Este entusiasmo, para que não seja superficial e vazio de conteúdos, deverá levar ao compromisso nas comunidades locais dando continuidade ao espírito jubilar.
Para além das ações departamentais que serão apresentadas oportunamente, tal como acontece no início de cada ano pastoral, cada Zona Pastoral, deverá desenhar um plano de ação segundo as necessidades próprias, acolhendo os desafios da Sinodalidade e do Jubileu.
De forma transversal a todo o itinerário do Ano Santo, estará o nosso empenho na formação dos leigos. Poderemos contar com a elaboração dos temas de formação para os grupos paroquiais que terão em conta as temáticas propostas pelo espírito do Ano Santo. Além disso, o ISTE retomará a proposta dum curso de formação teológica que poderá formar em ordem ao exercício dos ministérios e serviços nas comunidades cristãs. A formação cristã é um imperativo do nosso tempo que se reveste de grandes exigências e de grandes desafios. Só com cristãos bem formados poderemos ter cristãos comprometidos.
A nossa preocupação de suscitar o exercício dos ministérios com cristãos mais comprometidos para o bem da comunidade cristã a partir dos carismas que a compõem, é, pois, um desafio de sempre e exige de todos nós um esforço renovado. O compromisso de todos é fundamental para a renovação das comunidades que precisam de sangue novo e de novos impulsos. A valorização dos carismas e dos ministérios são o caminho imperioso para a renovação da Igreja no nosso tempo.
Nos nossos planos pastorais, por diversas vezes, temos anotado a importância preparar melhor os irmãos para a sua corresponsabilidade na vida comunitária. O bem da comunidade e a sua renovação a partir dos seus carismas, ministérios e serviços deverá exigir de nós um renovado esforço como consequência do Ano Santo e do espírito sinodal.
4. Com persistente Compromisso Vocacional
A atenção pelo caminho vocacional que vem já do anterior Plano Pastoral deverá encontrar no espírito do Ano Santo um novo incremento sem prejuízo da programação prevista. A insistência do Papa na oração, como já aludimos em número anterior, poderá ser uma boa oportunidade para fazer nascer grupos de oração pelas vocações nas paróquias. Na Igreja de Jerusalém, os fiéis eram assíduos à fração do pão, aos ensinamentos dos apóstolos e às orações. Rezar pelas vocações poderá sem um bom incentivo para reunir os irmãos em espírito de oração.
Para além do esforço na pastoral vocacional e dos seus programas, importa incutir uma cultura vocacional nas nossas comunidades. Entre as necessidades prementes, urge suscitar a vocação de irmãos idóneos à ordem dos diáconos. A experiência do diaconado permanente na nossa diocese tem-se revelado como algo providencial e que importa incrementar. As comunidades cristãs necessitam de mais diáconos e é fundamental que a Igreja diocesana dê os passos necessários nesse sentido.
Nos últimos anos, esta preocupação já tem sido aflorada como uma necessidade. Chegou o tempo de suscitar novas vocações de diáconos permanentes para passarmos das intenções aos actos concretos. Suscitar as vocações, formar convenientemente os candidatos e enviar novos diáconos às comunidades deverá ser um forte empenho da pastoral diocesana nos tempos mais próximos.
O Ano Santo de 2025 será tanto mais rico quanto mais conseguirmos sensibilizar as nossas comunidades para uma experiência viva de peregrinos da esperança. O nosso zelo e a nossa criatividade saberão descortinar as iniciativas, em comunhão com a Igreja, que suscitem os bens próprios deste tempo de graça a que somos convidados. Este tempo de graça próprio do Ano Santo deverá deixar rasto entre nós, comprometendo mais os irmãos e renovando as comunidades cristãs.
Objetivo geral
Dinamizar a Pastoral Diocesana a partir do Jubileu do Ano Santo
Objetivos específicos
1. Preparar o Jubileu através da Oração
2. Celebrar o Encontro com a misericórdia de Deus na diversidade das realidades pastorais
3. Continuar o compromisso de renovar as comunidades para além do tempo jubilar.
Principais Dinamismos e Atividades Pastorais
1. Atividades Pastorais de nível Geral
- Dia da Igreja Diocesana
- Peregrinação Diocesana a Vila Viçosa
2. Atividades Pastorais de nível Departamental
a) Departamento do Clero
– Realizar um Encontro com os Sacerdotes oriundos de outras Dioceses e que assumiram responsabilidades paroquiais na nossa Diocese para melhor integração na pastoral diocesana;
– Promover nas três Zonas Pastorais as Reuniões Mensais do Clero, reservando nas mesmas um tempo para Reunião por Vigararias;
– Proporcionar Recoleções de Advento e Quaresma para os Presbíteros nas três Zonas Pastorais;
– Incentivar o Clero (Presbíteros e Diáconos) para a participação nas Jornadas de Atualização do Clero das Dioceses do Sul, organizadas pelo ISTE para as Dioceses do Sul (13 a 16 de Janeiro 2025);
– Motivar os Presbíteros à participação no Retiro Anual do Clero a realizar em Julho.
– Acompanhar os Presbíteros e Diáconos particularmente os que se encontrem em situação de doença;
– Realizar encontros com os Diáconos Permanentes por Zonas / Unidades Pastorais.
– Promover ao longo do ano dois Encontros / Recoleções para Diáconos (Advento e Quaresma) e um encontro com a presença das esposas.
– Organizar, a 08 de Setembro 2025, a Reunião Geral do Clero de reflexão e programação pastoral do próximo Ano Pastoral;
b) Departamento da Catequese de Adultos e do Apostolado dos Leigos
– Elaborar 16 temas de catequese para os Grupos Paroquiais de Adultos e os movimentos presentes na Diocese que os queiram adotar, de acordo com o tema pastoral do ano e seguindo o método da Lectio Divina;
– Estabelecer o calendário das reuniões dos grupos ao longo do ano para ser seguido nas Paróquias;
– Organizar, em colaboração com o Instituto Superior de Teologia de Évora, um curso de formação teológica para leigos ao longo dos próximos três anos com um encontro semanal.
– Apoiar as Paróquias na formação de animadores e na criação e acompanhamento de novos grupos de catequese de adultos;
– Promover um encontro dos movimentos com o senhor Arcebispo no dia de Cristo-Rei;
– Acompanhar as atividades que forem propostas a nível nacional.
c) Departamento da Liturgia
Objetivos:
– Valorizar a formação contínua dos ministérios litúrgicos: Ministérios Extraordinários, Leitores e Formadores/Responsáveis de Acólitos;
– Promover, com outros departamentos, a Jornada Diocesana de Pastoral;
– Incentivar à participação os grupos de acólitos da Diocese na peregrinação nacional, a Fátima;
– Realizar um encontro Diocesano de Acólitos e uma formação para novos Ministérios Extraordinários;
– Colaborar na preparação de subsídios para as vigílias de oração sugeridas pelo plano pastoral;
– Elaborar com o Departamento da Catequese a criação de um guião para as celebrações da catequese.
d) Departamento da Pastoral Familiar
Objetivo geral: Preparar e vivenciar o Jubileu 2025 em Família
Objetivos específicos
– Intensificar momentos de oração em família como caminho de preparação para o Jubileu 2025;
– Valorizar nas comunidades os dias significativos da vivência familiar, envolvendo as famílias na criação de uma cultura de atenção, proximidade, cuidado, amor ao próximo, reconhecendo a importância de cada um dos seus membros na construção dessa cultura;
– Escutar os anseios e esperanças das famílias da Arquidiocese para um acompanhamento mais próximo e sensibilizar os agentes pastorais para a sua participação na missão da Pastoral da Família e da Igreja;
– Realizar em articulação com os outros Departamentos da Pastoral Arquidiocesana, a Peregrinação Diocesana das Famílias/ Jubileu das Famílias em Vila Viçosa, com integração da bênção dos casais que celebram as suas bodas matrimoniais;
– Aprofundar a articulação com Departamento Nacional da Pastoral Familiar;
e) Departamento da Catequese da Infância e da Adolescência
– Promover a formação bíblica e pedagógica dos catequistas através de encontros de formação
– Redescobrir o significado e o valor litúrgico das várias etapas da catequese infantil
– Valorizar e aprofundar o tempo forte da quaresma como tempo de preparação para a Pascoa
– Incentivar a participação e a dinamização do ano jubilar “peregrinos da esperança” anunciado pelo Papa Francisco com o convite, para todos os cristãos, a redescobrir a esperança e a misericórdia de Deus em um momento de desafios globais.
f) Departamento da Pastoral Juvenil
Objetivos:
– Realizar a Jornada Diocesana da Juventude;
– Acompanhar os grupos de jovens da Diocese e colaborar na organização de ações locais;
– Organizar a Peregrinação a Roma ao Jubileu da Juventude;
– Proporcionar experiências de oração e peregrinação entre os vários grupos existentes;
– Realizar dois Convívios Fraternos – Natal e Páscoa – para o despertar da fé e do compromisso apostólico.
Ações:
– “Vivendo a Santidade” – partindo de modelos jovens de santidade, quase todos do séc XXI, proporcionar aos jovens a experiência do encontro com Cristo, na oração pessoal, comunitária e na vida do dia-a-dia – a acontecer no segundo sábado de cada mês, em duas paróquias diferentes, dinamizado pela paróquia que acolhe e contando que as comunidades ou grupos vizinhos também participem.
g) Departamento da Pastoral das Vocações
Objetivos:
– Rezar: gerar dinamismo de oração pelas vocações nas comunidades paroquiais e religiosas, assinalando de modo particular os tempos e momentos que a Igreja diocesana e universal propõem para o efeito, no contexto da celebração do Jubileu de 2025.
– Sensibilizar: promover iniciativas de sensibilização junto das paróquias e movimentos, de modo a incentivar uma cultural vocacional alargada e intersectorial e a criar uma rede de agentes de pastoral vocacional.
– Acompanhar: acolher todos os que manifestarem uma inquietação vocacional, acompanhando-os de modo permanente, quer através de encontros pessoais, quer pela realização de encontros vocacionais ao longo do ano, em articulação com os Seminários presentes na Arquidiocese, as congregações religiosas representadas pela CIRP e os departamentos da Pastoral Familiar e da Pastoral Juvenil.
Atividades:
– Promover, em articulação com os Seminários diocesanos e com a CIRP, a celebração do Jubileu das Vocações, bem como das Semanas dos Seminários (3 a 10 de novembro) e de Oração pelas Vocações (4 a 11 de maio), do dia do Consagrado (2 de fevereiro) e Jornada Pro Orantibus, incentivando momentos de oração e sensibilização vocacional.
– Realizar encontros vocacionais ao longo do ano pastoral, de modo a incentivar e acompanhar o discernimento vocacional em ordem ao presbiterado, à vida religiosa e consagrada, à missão e, em articulação com a Pastoral Familiar, os que se preparam para o Matrimónio.
– Programar, em diálogo com os diversos setores da pastoral, ações de sensibilização vocacional junto das paróquias e a nível diocesano, com uma particular atenção aos movimentos e grupos juvenis e grupos de acólitos.
h) Departamento da Comunicação Social
O Departamento de Comunicação Social tem três objetivos:
1. Criar ou manter e melhorar os fluxos de informação entre os diversos organismos, protagonistas e públicos da pastoral diocesana;
2. Articular, harmonizar e assegurar a comunicação institucional entre a Diocese e seus organismos e a comunidade em geral, com destaque para a mediação com os Meios de Comunicação Social;
3. Promover a produção de recursos multimédia próprios para uso pastoral.
Ações:
– Inaugurar o estúdio Esperança Multimédia, para produção e divulgação de conteúdos audiovisuais;
– Programar, produzir e divulgar conteúdos próprios para utilização pastoral.
– Acompanhar e divulgar os principais eventos do Plano Pastoral no jornal “a defesa”, (quer na edição impressa, quer na digital), no Site da Arquidiocese e nas redes sociais diocesanas (Facebook, X, Instagram e Youtube).
– Assegurar as transmissões em direto das principais celebrações diocesanas.
– Intensificar o circuito de informação entre as entidades da Arquidiocese, para que chegue mais informação ao Departamento.
– Apoio às paróquias e movimentos que o solicitem na área da comunicação;
– Partilha de conteúdos com a Agência Ecclesia;
– Envio semanal de notícias da atualidade diocesana para uma rede de contactos de meios de comunicação social da região e de âmbito nacional;
– Promover a partilha de conteúdos entre os meios de comunicação social de inspiração cristã diocesanos.
– Desafiar outros meios de comunicação social a fazer cobertura de eventos promovidos pela Arquidiocese e estabelecer parcerias de divulgação.
– Assegurar a mediação de comunicação entre a Diocese e a comunidade em geral, sobretudo com os Meios de Comunicação Social.
i) Departamento da Pastoral Sócio-Caritativa
A Pastoral Social é a concretização do imperativo moral de cuidado do próximo, de raiz evangélica e assente na Doutrina Social da Igreja.
A pobreza, nas suas mais diversas formas e expressões constitui um urgente desafio à ação da Igreja no seu todo, a cada comunidade em particular e a cada indivíduo que se afirma cristão.
Na Arquidiocese, esta ação pastoral expressa-se em múltiplas instituições eclesiais e/ou de inspiração cristã (Caritas, Centros Sociais Paroquiais, Santas Casas da Misericórdia, Fundações, Associações, etc…), ações desenvolvidas por inúmeros grupos e movimentos (Conferências Vicentinas, Legião de Maria, Serviços paroquiais dedicados à caridade…) e pela ação solidária de milhares de cristãos que, nas suas vidas, fazem o que está ao seu alcance para que a justiça social se faça verdade encarnada.
Ao Departamento da Pastoral Social compete animar, estimular e promover a coordenação e a otimização de recursos e serviços. Para isso, afirma-se na complementaridade ao que já existe, promove o debate, a partilha e a comunhão entre os diferentes atores sociais e coloca-se ao serviço das instituições e comunidades para aprofundar a comum “opção preferencial pelos pobres”.
Ao preparar o ano jubilar de 2025, mais se acentua, por dever de fidelidade ao significado bíblico do Jubileu, o dever de caridade e de construção da justiça devidas a cada pessoa e aos mais pobres em particular.
Assim, propomos para este ano pastoral:
– Realizar levantamento exaustivo das Respostas Sociais existentes e outros serviços eclesiais de Ação Social, sua abrangência e implantação no território e população diocesanos, de forma a obter um conhecimento mais claro do que está a ser feito.
– Promover encontros inter-institucionais para sensibilização, promoção da cooperação e propostas concretas de otimização de recursos humanos e financeiros.
– Promover encontros de técnicos, para formação, sensibilização e partilha de procedimentos.
– Promover os grupos informais de Ação Social nas comunidades paroquiais, em articulação com a Caritas Arquidiocesana e com outras Instituições presentes no terreno.
j) Departamento da Pastoral da Cultura e dos Bens Culturais
– Consolidar a articulação das diversas áreas que compõem o Departamento Diocesano da Cultura e dos Bens Patrimoniais: Diálogo Fé e Cultura, Inventário Artístico, Arte Sacra, Arquivo Diocesano e Música Sacra.
– Estreitar o relacionamento com o Secretariado Nacional participando nas ações nacionais que constam do seu Plano anual e motivar os referentes culturais da diocese a participar nos mesmos.
– Sensibilizar os Párocos para a conveniente gestão do património sacro que lhes está confiado, através das orientações dos documentos da Igreja e, em particular, na legislação diocesana em vigor. Onde for oportuno e necessário, incentivar as boas práticas de conservação e restauro previstas na lei para o património classificado e acompanhar as intervenções junto do património que não está afetado por qualquer classificação.
– Prover a uma conveniente atualização das normas diocesanas sobre os Bens Patrimoniais.
– Intensificar os esforços de atualização do Inventário Artístico Diocesano para que se torne, cada vez mais, um espaço aberto, vivo e dinâmico, contratando uma técnica, em parceria com a FEA, para a dinamização do Inventário Artístico diocesano.
– Promover ações de formação que permitam a proximidade com os párocos tendo em visto a utilização do Inventário Artístico correspondente de cada paróquia.
– Elencar uma lista de parceiros culturais para futuras parcerias na área da cultura e estabelecer protocolos com instituições consideradas estratégicas para os fins do Departamento e procurar vias de apoio e mecenato para a recuperação da Arte Sacra.
– Assumir uma presença habitual no Jornal “A Defesa” através de artigos das diversas áreas do Departamento, contribuindo para uma desejada divulgação do património artístico e da cultura cristã.
– Marcar presença nas redes sociais através de espaços próprios como modo de divulgar o património artístico diocesano.
– Visitar as Vigararias para sensibilizar e dar orientações sobre o Património Religioso.
– Constituir um grupo de trabalho para elaborar um programa no âmbito de Évora27 – Capital Europeia da Cultura.
3. Serviços Diocesanos
1. Serviço Arquidiocesano da Pastoral do Turismo
– Estreitar o relacionamento com o Secretariado Nacional participando nas ações nacionais que constam do seu Plano anual.
– Ação de formação para todos aqueles que se dedicam ao acolhimento de peregrinos e turistas nos espaços de culto da Arquidiocese, no Seminário Maior de Évora, sábado, dia 17 de maio.
– Elencar uma lista de parceiros (por exemplo, agências de viagens), e estabelecer contacto, para futuras parcerias na área do Turismo.
– Marcar presença nas redes sociais através de espaços próprios como modo de divulgar as ações e facilitar o contacto com este Secretariado.
– Aumentar a divulgação dos flayers que contêm a rota dos principais santuários da Arquidiocese, horários das eucaristias dominicais nos mesmos e, também, na cidade de Évora.
– Dinamizar peregrinações diocesanas. A primeira será a Roma, no ano de 2025, em dias e mês a definir.
