Categoria: Clero

24 Mai 2025

Arquidiocese de Évora despede-se emocionada do P. António Nabais (com fotos)

Na manhã deste sábado, a Arquidiocese de Évora despede-se emocionada do P. António José Nabais Fernandes, de 90 anos de idade, que partiu para a Casa do Pai na madrugada de dia 23 de maio.

 

O velório decorreu nesta sexta-feira, na Quinta de Santo António da Piedade, em Évora, onde foi celebrada a Missa Exequial, às 9h30, deste sábado, 24 de maio, sob a presidência do Arcebispo de Évora, D. Francisco Senra Coelho e concelebrada pelo Arcebispo de Évora Emérito, D. José Alves,  por vários sacerdotes do presbitério eborense e servida por vários diáconos.

 

A Missa Exequial, animada pelas Comunidades Neocatecumenais, congregou muitos familiares e amigos do P. António Nabais, que emocionados agradeceram o dom da sua vida e do seu ministério sacerdotal, que entregou dedicada e zelosamente até ao fim. Marcaram também presença os Presidentes das Câmaras Municipais de Sousel e de Estremoz, entre outras entidades.

 

“O nosso estimado P. Nabais serviu várias comunidades da Arquidiocese de Évora”, recordou o Prelado eborense na homilia.

 

“Estamos hoje aqui em louvor pelo dom da sua vida”, disse o Arcebispo de Évora, que agradeceu às Comunidades Neocatecumenais, que nos últimos anos cuidaram do P. António Nabais, e à Comunidade de Sousel que sempre o acompanhou.

 

“O Senhor nunca nos abandona é está a certeza que nos dá a âncora da Esperança”, afirmou D. Francisco Senra Coelho.

 

“Bendizemos o Senhor porque caminhamos na certeza da esperança. Encontrei no Rev. P. António Nabais um homem inquieto, que procurava sempre mais e tinha sede profunda de evangelização. Impressionou-me a sua força de vontade que se recusava a parar”, sublinhou o Prelado.

 

“Recordo como ele era querido dos jovens, já mesmo depois dos seus 80 anos, quer em Sousel, Santo Amaro e São Bento do Cortiço, que o tratavam com carinho como se um avô se tratasse”, recordou.

 

“Lutou até ao fim e faz parte daqueles que não se cansaram na caminhada até à eternidade”, afiançou.

 

“Damos graças como Arquidiocese pelo dom da sua vida e ministério e a qual serviu até ao último momento. Que Nossa Senhora seja aquela que pela mão o leve para junto do Senhor, na presença eterna do bom Deus”, concluiu.

 

Depois da Missa Exequial, o funeral segue para a sua terra natal, Aldeia do Bispo (Sabugal).

 

O Arcebispo de Évora, D. Francisco Senra Coelho, em seu nome pessoal e em nome da Arquidiocese, apresenta sentidas condolências à sua extremosa família.

 

Com gratidão pelo dom da sua vida e do seu ministério sacerdotal, entregamos a alma do P. António José Nabais Fernandes ao infinito amor misericordioso de Deus.

 

Leia no link a Biografia do P. António Nabais e uma entrevista de 2009, por ocasião das suas Bodas de Ouro sacerdotais

Veja aqui as fotos da Missa das exéquias

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🔗https://diocesedeevora.pt/o-p-antonio-jose-nabais-fernandes-partiu-para-a-casa-do-pai/🙏

23 Mai 2025

O P. António José Nabais Fernandes partiu para a Casa do Pai

O P. António José Nabais Fernandes, de 90 anos de idade, que residia no Seminário Redemptoris Mater Nossa Senhora de Fátima (Quinta de Santo António da Piedade), em Évora, partiu para a Casa do Pai na madrugada deste dia 23 de maio.

O velório decorrerá nesta sexta-feira, na Quinta de Santo António da Piedade, em Évora, onde será celebrada a Missa Exequial, às 9h30, deste sábado, 24 de maio, sob a presidência do Arcebispo de Évora, D. Francisco Senra Coelho. Depois o funeral seguirá para a sua terra natal, Aldeia do Bispo (Sabugal).

O Arcebispo de Évora, D. Francisco Senra Coelho, em seu nome pessoal e em nome da Arquidiocese, apresenta sentidas condolências à sua extremosa família.

Com gratidão pelo dom da sua vida e do seu ministério sacerdotal, entregamos a alma do P. António José Nabais Fernandes ao infinito amor misericordioso de Deus.

Uma vida dedicada ao serviço da Arquidiocese de Évora

O P. António José Nabais Fernandes nasceu a 13 de setembro de 1934, em Aldeia do Bispo, concelho de Sabugal, sendo filho de António Gonçalves Fernandes e de Maria José Nabais Fernandes.

Frequentou o Seminário de Évora, tendo sido ordenado presbítero a 28 de junho de 1959 por D. Manuel Trindade Salgueiro, na Sé de Évora, tendo ficado ao serviço da Arquidiocese de Évora. Celebrou a Missa Nova a 4 de Julho de 1959 em Aldeia do Bispo – Sabugal.

A 7 de outubro de 1959, foi nomeado Coadjutor da Sé de Évora.

Três anos depois, a 29 de setembro de 1962, assume a Paróquia de Vaiamonte, no concelho de Monforte.

Em 30 de outubro de 1980, é Co-Pároco da Zona Pastoral das Paróquias de Santa Luzia, Vaiamonte e Juromenha.

A 28 de agosto de 1984, é nomeado Pároco “in solidum” de Vila Fernando e Barbacena, com o P. Acácio Dias Parques.

Cinco anos depois, a 4 de outubro de 1989 é Administrador Paroquial de Alandroal, Rosário e São Brás dos Matos.

A 1 de setembro de 1994, é nomeado Pároco de Sousel, Cano, Santo Amaro e São Bento do Cortiço, Paróquias às quais dedicou com zelo apostólico as últimas décadas do seu ministério sacerdotal, e das quais se desvinculou a 7 de julho de 2023.

Desde 7 de julho de 2023 foi confessor do Seminário Redemptoris Mater – Nossa Senhora de Fátima, de Évora.

 

Entrevista ao P. José Nabais, por ocasião das suas Bodas de Ouro Sacerdotais

Por ocasião das suas Bodas de Ouro Sacerdotais, em Junho de 2009, o P. António Nabais, deu uma entrevista ao jornal “a defesa”, que republicamos na íntegra:

1 – Que sentimento o invade ao celebrar as Bodas de Ouro Sacerdotais?
P. Nabais – De gratidão, pela fidelidade de Deus, apesar das minhas infidelidades, que potenciou os meus fracos préstimos e dotes humanos, quer na evangelização quer no aspecto sócio-cultural e nas obras, nas Paróquias que me foram confiadas.

2 – Destes 50 anos de vida sacerdotal e pastoral, o que é que destacaria?
P. Nabais – A criação de um Posto da Telescola que proporcionou o aumento da literacia dessa freguesia que chegou a ter o maior número de licenciados do concelho de
Monforte.
Em Santa Luzia, o objectivo de criar uma comunidade de comunidades evangelizada e evangelizadora através da iniciação cristã de muitas famílias, algumas das quais constituíram comunidades catecumenais com escrutínios, e a Igreja-Templo.
Para o primeiro aspecto, todos os anos, na Capela de N.ª Senhora da Nazaré se faziam catequizações mensais de adultos e jovens no Advento e na Quaresma e acompanhava-se o evoluir de cada comunidade, presidindo às suas celebrações. Para a Igreja Templo, descobertos os lotes de terreno disponíveis no Bairro de S. Pedro, foram pedidos à Câmara Municipal de Elvas, que os concedeu, visitei inúmeras igrejas, no país e no estrangeiro, trazendo de Florença (Itália), o estilo de igreja do Caminho Neo-catecumenal.

3 – Que sonhos e projectos tem para o futuro?
P. Nabais – Inviabilizada com o falso pretexto de “radical” a formação do Caminho Neocatecumenal em Sousel, como era desejo de D. Maurílio, a idade e a mentalidade já não permite sonhos na pastoral tradicional.
Remodeladas as coberturas das igrejas de S. Sebastião, Nossa Senhora do Carmo e Espírito Santo e os corredores, portas e janelas da igreja do Convento de Santo António, urge o restauro e conservação do interior dessas igrejas e, sobretudo, de Nossa Senhora da Orada e da Matriz.
O meu maior sonho está prestes a realizar-se com esse restauro e conservação mercê do Protocolo assinado com o executivo municipal. Espero que no próximo mês se inicie esse trabalho e apelo aos executivos futuros do Município que o continuem nos próximos anos.
O Notícias de Sousel, com 12 anos, passou há meses, de mensário a quinzenário, apesar da “crise”, e auguro-lhe longa vida.

 

 

23 Mai 2025

6 de julho: Cáritas Arquidiocesana de Évora celebra Jubileu da Esperança com homenagem ao Cónego Silvestre Marques

Neste ano jubilar, a Cáritas Arquidiocesana de Évora, por decisão do seu primeiro responsável, Sua Exª Reverendíssima o Arcebispo de Évora e da atual Direção, irá realizar uma Jornada de Celebração do Jubileu da Esperança.

A Celebração será realizada a 6 de Julho próximo e terá como particular enfoque uma homenagem de reconhecimento e gratidão ao Reverendo Cónego Dr. Silvestre António Ourives Marques a quem o Reverendíssimo Sr. D. Maurílio de Gouveia, de saudosa memória, confiou em 1982 a reorganização e acompanhamento da Cáritas Arquidiocesana, Instituição à qual, desde então, o insigne Clérigo da Igreja Eborense se tem dedicado de alma e coração fazendo da Instituição não apenas um pilar no exercício do múnus do Serviço Sócio Caritativo em toda a Arquidiocese, como uma referência a nível nacional.

Atualmente dispensado, por motivos de saúde, da função de Assistente Diocesano e Diretor Executivo da Instituição, pela qual, literalmente deu a vida, é chegado o momento de, não apenas a Instituição com todos os membros que dela fizeram parte ao longo dos anos, como de toda a Comunidade Arquidiocesana a quem pertence o dever da caridade fraterna, que a Cáritas exprime, manifestar a este seu digníssimo membro, ainda que de forma singela, o devido apreço e reconhecimento.

A Jornada para a qual, desde já, toda a Comunidade Arquidiocesana está convidada, terá como tema “Cáritas, um Compromisso com a Esperança” e será realizada a 6 de Julho, como acima já foi referido, com início pelas 16 horas no Auditório do Colégio Salesiano e culminará com a celebração de uma Eucaristia Jubilar. Seguir-se-á um jantar de homenagem ao Reverendo Cónego Dr. Silvestre Marques a realizar no Évora Hotel.

A participação na Jornada será de entrada livre e as inscrições para o jantar serão efetuadas na Cáritas Arquidiocesana durante o mês de Junho.

Contamos, desde já, com a sua motivação e empenho para que esta realização seja verdadeiramente uma expressão da Igreja viva e sinodal que somos.

A Cáritas Arquidiocesana

22 Mai 2025

22 de maio, às 15h, Ofício de Vésperas: Sé de Évora celebra 821 anos de consagração (com fotos e com vídeo)

20 Mai 2025

Encontro dos Arcebispos e Bispos das Províncias Eclesiásticas de Mérida-Badajoz e Évora (com fotos)

No dia 19 de maio, reuniram-se pelas 10.30 horas locais na concatedral de Mérida os Arcebispos e Bispos das Províncias Eclesiásticas de Mérida-Badajoz e Évora; a primeira constituída pela Arquidiocese de Mérida-Badajoz, e pelas Dioceses de Coria-Cáceres e Placencia e a segunda pela Arquidiocese de Évora e pelas Dioceses de Algarve e Beja. Os Prelados foram acolhidos pelo Arcebispo de Mérida-Badajoz e pelo Alcaide daquela cidade histórica que foi capital da Província Lusitana do Império Romano.

O encontro iniciou com a Oração da Hora Intermédia de Sexta e permitiu, em primeiro lugar, uma partilha que contribuiu para um conhecimento mútuo e bastante pormenorizado da realidade das Comunidades Cristãs da Extremadura Espanhola e do Alentejo-Algarve Português. Estiveram ainda em diálogo as questões relativas à pastoral vocacional, aos Seminários e à formação humana e filosofico-teológica dos futuros Presbíteros, salientando-se também as actuais necessidades no âmbito espiritual e pastoral no acompanhamento permanente do Clero e de todos os Agentes da Pastoral. Fez-se ainda uma partilha sobre a organização e sobrevivência económica e financeira das Comunidades Cristãs, dos Serviços Diocesanos e da sustentação do Clero. Abordaram-se também as urgentes necessidades do cuidado e acompanhamento do Clero mais idoso.

No âmbito da pastoral laical a análise e reflexão partiu da partilha da vivência do Ano Santo em cada uma das Dioceses e sublinharam-se algumas práticas com sucesso e com possibilidade de se replicar pelas dioceses.

Da parte da tarde, o encontro proporcionou aos Bispos Portugueses um momento cultural na visita aos templos romanos, ao teatro e anfiteatro romanos e à ponte romana sobre o Guadiana.

A próxima reunião das duas províncias eclesiásticas ficou marcada para a cidade de Beja no dia 2 de Março de 2026.

 

09 Mai 2025

Leão XIV (texto do P. Manuel Vieira)

Robert Francis Prevost é, a partir de hoje, Leão XIV, Papa.
Americano, com forte experiência missionária, sobretudo na América Latina (Peru), com experiência na cúria romana e próximo de Francisco.

Escrevo sem informação além daquela que é pública.

Fixo-me naquilo que creio relevante. Necessariamente enviesado, por limitada informação e por cosmovisão pessoal.

1. O nome: a escolha do nome papal constitui um programa desejado… E, inevitavelmente, esta escolha leva-nos a Leão XIII (1878-1903). O Papa da “Rerum Novarum”, encíclica fundadora do que hoje conhecemos como Doutrina Social da Igreja. O Papa que reconciliou a Igreja com o mundo moderno após a Revolução Industrial, com doutrina sólida sobre o trabalho humano e a dignidade dos trabalhadores. Que fez esforços notáveis na conciliação entre fé e ciência. Esta escolha faz-nos esperar uma atitude de forte compromisso social.

2. Americano, “ma non troppo”: nascido americano, tem um percurso que faz dele um homem universal, longe de ficar refém de uma cosmovisão “imperialista”, quer do ponto de vista eclesial, como político, cultural ou económico. Peruano, por adopção; missionário por vocação.

3. Agostiniano: Agostinho de Hipona continua a dar cartas 1500 anos depois. “A medida do amor é amar sem medida”. “As confissões” voltarão a ler-se, ainda mais… E uma visão da Igreja e do mundo feita de muita substância e menos adjectivação.

4. Vindo das ciências exactas (matemática) talvez permita esperar uma atitude pastoral e um pensamento teológico assentes no rigor e na eficácia, aspecto importante num mundo de “percepções difusas”.

5. Homem de confiança de Francisco: Foi um dos mais próximos do anterior Papa, que lhe deu responsabilidades na Evangelização e na escolha dos Bispos, temas fulcrais na “gestão” eclesial.

Não sei quem vai ser Leão XIV, nem como vai ser o seu papado.

Mas tenho esperança. E alegro-me com a sua escolha.
P. Manuel Vieira, Diretor do Departamento de Comunicação da Arquidiocese de Évora
08 Mai 2025

Conclave 2025: Papa é uma referência «para o mundo inteiro» – padre Ricardo Cardoso (Arquidiocese de Évora)

Paulo Rocha, enviado da Agência ECCLESIA ao Vaticano

Cidade do Vaticano, 08 mai 2025 (Ecclesia) – O padre Ricardo Cardoso, sacerdote da Arquidiocese de Évora a estudar em Roma, considera que a figura do Papa é um ponto de referência “para o mundo inteiro”.

“A figura do Papa não é apenas uma figura para dentro da igreja, mas é uma figura que serve de ponte de referência para o mundo inteiro”, disse à Agência ECCLESIA o especialista em história da Igreja.

A acompanhar, desde a Praça de São Pedro, os resultados dos escrutínios na Capela Sistina, o sacerdote destaca que a eleição pontifícia tem “um dinamismo muito próprio”.

“Aquilo que hoje é o Conclave é resultado, também, de uma experiência que a Igreja vai fazendo e a necessidade que vai tendo de que este processo de escolha consiga alcançar de uma forma tranquila, responsável e também sobrenatural o resultado que se pretende”, sublinhou.

A eleição “não é uma simples contagem de votos”, mas existe também uma dimensão celebrativa que acontece na Capela Sistina.

“O que está aqui a acontecer não é bem um processo eletivo, obviamente que há uma eleição, há uma escolha, mas não podemos esquecer que há uma dimensão celebrativa e até litúrgica”, indica.

Todo o Conclave é conduzido por elementos litúrgicos, ritos, uma dimensão celebrativa que faz com que esta eleição, esta escolha, estes votos tenham sempre uma dimensão e um olhar sobrenatural, um olhar de fé sobre o que está a acontecer”.

O padre Ricardo Cardoso admite que o acontecimento desperta a curiosidade da comunidade internacional, destacando a “quantidade de gente de todas as origens que estão aqui e ao mesmo tempo também a comunicação social”.

“O que nós podemos ver é que, no fundo, a catolicidade da Igreja não é vivida apenas dentro de si mesma, sabendo que somos uma realidade em todo o mundo e que os católicos estão semeados em toda a orbe, mas também é interessante ver como, no fundo, a figura do Papa e a realidade da igreja não deixa de ser um sinal para o mundo de hoje e um sinal até para as sociedades que não estão tão próximas de nós”, salientou o sacerdote da Arquidiocese de Évora.

Assumindo que a Igreja e o mundo aguardam a eleição com “expectativa”, o entrevistado refere que “o importante é que tudo seja feito de uma forma tranquila, da forma celebrativa e sobrenatural”.

As últimas sete eleições papais foram decididas após um máximo de três dias de votações, a data-limite para que, segundo a legislação da Igreja, os cardeais façam uma pausa nos sufrágios.

PR/LFS/OC

07 Mai 2025

33.º Encontro de Alunos de EMRC da Arquidiocese de Évora – P. Manuel José Marques (com vídeo)

Nesta terça-feira, dia 6 de maio, realizou-se em Elvas o XXXIII Encontro de Alunos de EMRC. Centrado no tema do Jubileu, o Encontro intitulou-se “Moral Hope”, tendo registado a participação de cerca de 4000 alunos oriundos de toda a Arquidiocese de Évora. O Padre Manuel José Marques, coordenador do Ensino da Igreja nas Escolas da Arquidiocese, deixa-nos o seu testemunho deste encontro memorável.

07 Mai 2025

33.º Encontro de Alunos de EMRC da Arquidiocese de Évora – Professor Jorge Borrego (com vídeo)

Nesta terça-feira, dia 6 de maio, realizou-se em Elvas o XXXIII Encontro de Alunos de EMRC. Centrado no tema do Jubileu, o Encontro intitulou-se “Moral Hope”, tendo registado a participação de cerca de 4000 alunos oriundos de toda a Arquidiocese de Évora. O Professor Jorge Borrego, docente de EMRC na cidade de Elvas e da organização do Encontro, deixa-nos o seu testemunho deste encontro memorável.

02 Mai 2025

Jubileu Diocesano das Vocações: Recordando o Papa Francisco (texto do P. Gustavo Cuneo)

Celebrando o Jubileu Diocesano das Vocações, desejo agradecer a Deus Pai por nos ter dado o Papa Francisco. Numa perspectiva vocacional, gostaria de ler os ensinamentos deste homem que, dócil ao Espírito Santo, nos convidou com o seu testemunho e dedicação a viver com os sentimentos e o coração do Filho.

O Papa Francisco foi um homem de grande intimidade com o Senhor e com Maria. Estava sempre disposto a ir “a casa de Isabel”, às muitas “Isabeis” que precisam de nós; foi esta a vida do Papa Francisco. Francisco é um desses homens que ousou cavalgar o Evangelho sem sela, sem arreios, sem selas pesadas, sem amaciadores, e por isso mesmo ele desmascara os nossos pretextos, desmascara a nossa mediocridade.

O pontificado de Francisco foi um pontificado de gestos. Com as suas palavras e, sobretudo, com as suas ações, Francisco fez-nos compreender com ênfase que um outro mundo é possível: que o sistema económico baseado na idolatria do dinheiro é injusto, porque enriquece poucos e transforma a grande maioria em massa excedente. A atitude dos países ricos em relação aos migrantes, muitos dos quais morrem a tentar chegar às costas europeias, é vergonhosa. Vivemos numa bolha consumista, muitas vezes com os corações insensíveis ao sofrimento humano.

Pensando nos sacerdotes, nos homens da Igreja, disse-nos que: “o ambiente cortesão é a lepra da Igreja”. Que os pastores devem cheirar a ovelhas e não se devem tornar clérigos de escritório ou colecionadores de antiguidades, nem cair no carreirismo. Que a confissão, o sacramento da confissão, não pode ser um suplício, mas um lugar de misericórdia. Que o autoritarismo no governo da Igreja deve ser evitado. Que não devemos teorizar a partir do laboratório, mas sim compreender e vivenciar a realidade das pessoas. Francisco convidou-nos a respeitar a diversidade e a recordar que a Igreja não é uma ONG piedosa, mas a casa de Deus, que se deve despojar de toda a mundanidade para a todos acolher. Que as guerras são miseráveis ​​e a morte de crianças e de pessoas inocentes nelas é miserável. Que as confissões religiosas do mundo se devem unir para resolver o problema da fome e da falta de educação.

Crentes e não crentes registaram os gestos do Papa Francisco: beijar uma criança deficiente, lavar os pés a uma jovem muçulmana na Quinta-feira Santa e estar em Lampedusa, a ilha que foi palco da primeira viagem apostólica, onde chegaram nos seus pequenos barcos aqueles que vinham do Norte e de África. Usar os seus sapatos velhos, aqueles de antes de ser Papa, os seus sapatos de sempre. Não viver nos palácios apostólicos. Viajar por Roma num carro pequeno e simples. Conceder entrevistas a jornalistas não crentes. Enterrar um sem-abrigo que morreu na colunata de São Pedro, no cemitério do Vaticano. Telefonar para o pároco em Gaza, que também é argentino e toma conta de uma multidão de refugiados, todos os dias às 19h00n durante meses. E há apenas alguns dias, enviou quatro ambulâncias de última geração para a Ucrânia, sendo que poderia continuar com uma longa lista de gestos.

Francisco não inaugurou estes gestos com o seu pontificado; herdou-os de Jorge Mario Bergoglio, e eu sou testemunha que a sua pobreza pessoal não é oportunista nem motivada pelos media. Todos sabemos que foi sempre austero e consistente na sua escolha sincera de uma vida de pobreza, com uma simplicidade evangélica que muitas vezes contrariava as práticas e os costumes do Vaticano. Simples não só no vestir e na linguagem, longe dos discursos abstratos, mas também nos costumes, rejeitando as expressões palacianas, rejeitando ritos e formalidades que não refletem a simplicidade do Evangelho de Jesus.

Francisco abraçou os velhod (dito com carinho), beijou os pobres, visitou todos, atendeu e chamou as pessoas mais simples, e mostrou uma Igreja despojada e em caminho. Cansou-se de pedir aos sacerdotes que estivessem disponíveis para o povo, que se mantivessem abertos à escuta e ao diálogo, que não fossem juízes implacáveis, que fossem às periferias, que cuidassem dos descartados da sociedade. Gritou aos jovens para voarem alto e sonharem em grande, para não negligenciarem a vida, mas sim para se intrometerem nela como Jesus, que façam confusão, e não tenham medo de questionar. Jesus não ficou à janela a olhar para fora, mas entrou na nossa história. Não tinha medo dos nossos problemas. Vocês valem muito, disse Francisco, nunca se esqueçam disto, jovens, não se vendam, não se aluguem, sois únicos e sois necessários, sois a hora de Deus, sois a Igreja, a Igreja precisa de vós, convosco há esperança, sede jovens com asas e com raízes.

Francisco alertou-nos contra a auto-referencialidade, contra o sermos uma Igreja que olha apenas para o seu próprio umbigo. Disse-nos: saiam das cavernas, saiam das sacristias, saiam das salas VIP. Prefiro uma Igreja ferida por sair do que doente por cuidar de si própria. Francisco foi ousado e nunca recuou, por mais tentativas que fossem feitas para o derrubar com calúnias e ataques. Aos governantes, lembrou que a sua missão é cuidar da fragilidade do povo e não usar o poder para ganho pessoal, mas sim cuidar do povo, apoiar e promover os mais fracos. Cuidar é uma palavra que definiu o Papa Francisco e que se encontra personificada sobretudo na figura de São José, por quem tinha uma especial devoção. Francisco repetia-nos sem parar: deixa-te “misericordear” (perdoar), um dos felizes neologismos com que convidava as pessoas cheias de culpa e de escrúpulos a deixarem-se perdoar, a deixarem-se envolver pela ternura de Deus.

Os mais frágeis encontraram sempre nele um pai, possuidor de uma magnanimidade com a fragilidade humana que marcaria o seu papado. Os pobres, os frágeis, são aqueles que melhor compreenderam, aqueles que mais gostaram da nomeação de Francisco e aqueles que hoje certamente mais o lamentam. Cabe-nos a nós, fiéis ao seu legado, criar um mundo mais justo e fraterno, uma igreja mais simples e comunitária, uma igreja mais nazarena, que cheire a Jesus e ao Evangelho.

No seu testamento, deixou claro o seu desejo, o que deseja que o Senhor lhe conceda: “Que o Senhor dê a merecida recompensa àqueles que me amaram e continuarão a rezar por mim. Ofereci ao Senhor o sofrimento que esteve presente na última parte da minha vida; ofereci-o pela paz no mundo e pela fraternidade entre os povos.” Que a Virgem, que é mãe, a quem ele sempre recorria, e em Santa Maria Maior, cada vez que ele ia de viagem e cada vez que regressava de viagem, passasse por ali e com amor de filho levasse as suas flores, nos ajudasse a viver a Boa Nova do Evangelho com alegria e simplicidade, tal como o nosso amado Papa Francisco a viveu e nos incentivou a vivê-la.

Autor: P. Gustavo Cuneo, Reitor do Seminário Maior de Évora, natural da Argentina.

 

Partilhamos o texto original, escrito em espanhol:

Celebrando el Jubileo Diocesano de las vocaciones deseo agradecerle a Dios Padre por habernos regalado al Papa Francisco y desde una perspectiva vocacional quiero leer el las enseñanzas de este hombre que dócil al Espíritu Santo y nos invitó con su testimonio y entrega a vivir con los sentimientos y el corazón del Hijo.

El Papa Francisco fue un hombre de una gran intimidad con el Señor, y con María. Estuvo siempre dispuesto a ir “a casa de Isabel”, de tantas Isabeles que nos necesitan, esa fue la vida del Papa Francisco. Francisco es uno de aquellos hombres que se animó a montar el Evangelio en pelo, sin aperos, sin grandes monturas, sin suavizantes y por eso mismo deja al descubierto nuestros pretextos, deja al descubierto nuestras mediocridades.

El pontificado de Francisco fue un pontificado gestual. Francisco con sus palabras y sobre todo con su gestos, nos hizo saber rotundamente que otro mundo es posible: Que el sistema económico basado en la idolatría del dinero es injusto, pues enriquece unos poco y convierte una gran mayoría en masa sobrantes. Que la actitud de los países ricos ante los migrantes, muchos de los cuales mueren en el intento de llegar a las costas europeas, es una vergüenza. Que vivimos en una burbuja de consumo y muchas veces con el corazón anestesiado ante el sufrimiento humano.

Pensando en los sacerdotes, en los hombres de la Iglesia nos decía que: “el ambiente cortesano es la lepra de la Iglesia”. Que los pastores han de oler a ovejas y no han de convertirse en clérigos de despacho o en coleccionistas de antigüedades, ni caer en el carrerismo. Que la confesión, el sacramento de la confesión, no puede ser una tortura, sino un lugar de misericordia. Que hay que evitar el autoritarismo en el gobierno de la Iglesia. Que no hay que teorizar desde el laboratorio, sino que hay que conocer y experimentar la realidad del pueblo. Francisco nos invitó a respetar la diversidad y a recordar que la Iglesia no es una ONG piadosa, sino la casa de Dios, que ha de despojarse de todo lo mundano para acoger a todos. Que son miserables la guerras y es miserable la muerte de los niños y de los inocentes en ellas. Que las confesiones religiosas del mundo deben aunarse para resolver el problema del hambre y de la falta de educación.

El pueblo creyente y no creyente ha captado los gestos del papa Francisco, besar un niño discapacitado, lavar los pies a una joven musulmana el jueves Jueves Santo, ser Lampedusa, la isla aquella el primer viaje apostólico donde llegaban los que venían del norte y África en sus barquitas. Usar sus zapatos viejos, los de antes de ser Papa, sus zapatos de siempre. No vivir en los palacios apostólicos. Viajar por Roma en un sencillo y pequeño coche. Conceder entrevista periodistas no creyentes. Enterrar en el cementerio del Vaticano a un hombre de la calle que falleció en la columnata de San Pedro. Llamar desde hace meses todos los días a las 19 horas al párroco de Gaza, que también es argentino y que cuida de una multitud de refugiados y en estos días hace muy poquitos días, el envío de cuatro ambulancias de última generación a Ucrania, y podría seguir haciendo una lista inmensa de gestos. Los gestos Francisco no los inauguró con su pontificado, los heredó de Jorge Mario Bergoglio y soy testigo que su pobreza personal no es oportunista ni es mediática, todos sabemos que fue siempre austero y ha sido coherente con su sentida opción por una vida pobre, con una sencillez evangélica que descolocó muchas veces las prácticas y las costumbres Vaticanas. Sencillo no solo en la ropa y en el lenguaje lejos de discursos abstractos, sino en las costumbres, rechazando modismos palaciegos, rechazando ritos y formalidades que no reflejan la simplicidad del Evangelio de Jesús.

Francisco abrazó a la viejas, (dicho cariñosamente) besó a los pobres, visitó a cualquiera, atendió y llamó a las personas más sencillas, mostró una Iglesia despojada y en salida. Se cansó de pedir a los curas que estuviéramos disponibles para el pueblo, que nos mantuviéramos abiertos a la escucha y al diálogo, que no fuéramos jueces implacables, que saliéramos a las periferias, que nos ocupáramos de los descartables de la sociedad. Le gritó a los jóvenes vuelen alto y sueñen en grande, no balconeen la vida, métanse en la vida como Jesús, hagan lío, no tengan miedo de cuestionar. Jesús no se quedó en la ventana mirando sino que se metió en nuestra historia. Él no tuvo miedo de nuestros líos. Ustedes valen mucho decía Francisco, no lo olviden nunca jóvenes, no se vendan, no se alquilen, son únicos y son necesarios, son el hora de Dios, son la Iglesia, la Iglesia los necesita, con ustedes hay esperanza, sean jóvenes con alas y con raíces.

Francisco nos previno de la autoreferencialidad, de ser una Iglesia que se mira el ombligo, nos decía: Salgan de las cuevas, salgan de la sacristías, salgan de los salones VIP, prefiero una Iglesia herida por salir que enferma por cuidarse. Francisco fue audaz y nunca se hecho atrás por más que intentaron voltearlo con calumnias y con ataques. A los hombres de gobierno, les recordó que su misión es cuidar la fragilidad del pueblo y no aprovechar el poder para obtener beneficios personales, sino para cuidar a la gente, para sostener y promover a los más débiles. Cuidar es una palabra que al papa Francisco lo definió y que él la encuentra plasmada sobre todo en la figura de San José, a quien le tenía una especial devoción. Francisco, nos repitió hasta el cansancio: déjate misericordear, uno de los felices neologismos con el cual invitaba a las personas que se llenan de culpa y de escrúpulos a dejarse perdonar, a dejarse envolver por la ternura de Dios.

Los más frágiles encontraron en él siempre un padre, poseedor de una magnanimidad con la fragilidad humana que va a marcar su papado, los pobres, los frágiles, son los que mejor entendieron, y los que mejor disfrutaron la designación de Francisco, y los que hoy seguramente más lo lloran. Nos toca, fieles a su legado gestar un mundo más justo y fraterno, una iglesia más sencilla y comunitaria, una iglesia más Nazarena, que huela a Jesús y que huela a Evangelio.

En su testamento dejó claro su deseo, lo que él desea que el Señor dé: “que el Señor dé la recompensa merecida quienes me han amado y seguirán orando por mí. Ofrecí al Señor el sufrimiento que se hizo presente en la última parte de mi vida, lo ofrecí por la paz en el mundo y por la fraternidad entre los pueblos”. Que la Virgen que es madre, a quien él acudía siempre y en Santa María Mayor, cada vez que salía de viaje y cada vez que volvía de viaje, pasaba por ahí y con un cariño de hijo le llevaba flores, nos ayude a vivir con alegría y simplicidad la Buena Nueva del Evangelio, así como lo vivió y nos animó a vivir nuestro querido Papa Francisco.