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5.º Congresso Eucarístico Internacional. A Eucaristia e a transfiguração do mundo (texto da Dra. Manuela Barreiros)
O tema deste 3.º dia de congresso foi: “A Eucaristia e a transfiguração do mundo”. Começámos com a Eucaristia, onde o Evangelho nos mostra a ternura de Jesus, através da multiplicação dos pães e dos peixes (capítulo 9 de São Lucas). “Dai-lhes vós mesmos de comer”. É isto a Eucaristia: alimento para todos, partindo de Jesus. Alimento para nós, que devemos levar aos outros, colocando em prática o que Jesus fez tantas vezes: dar, dar-Se. O Mistério da Páscoa é o maior mistério de todos os tempos, porque transforma o mal em bem. Um ato de morte transforma- se mo maior ato de bem, no maior ato de amor.
Na realidade, não há nenhum mal que Deus não consiga transformar em bem. Não há feridas que Deus não possa curar. O Mistério Pascal cura o mundo ferido em que vivemos. E este Mistério Pascal está presente na Eucaristia. Porquê e para quê? Para que possamos vivê-lo e participar nele.
Podemos perguntar-nos porque razão Deus não acaba com o sofrimento das pessoas. Não é porque Deus queira que as pessoas sofram, mas Ele transforma esse sofrimento; Ele quer que vivamos como Cristo, que foi homem e sofreu até ao sacrifício da vida por nós (cf Fil 2, 6-11). É fácil? Não! É terrivelmente difícil. Como fazer? Oferecer a Deus, na Eucaristia. Não há nada na nossa vida que não possa ser levado ao altar. Só a oração pode transformar o sofrimento em sacrifício pelos outros e para redenção de todos.
Quando nos aproximamos de alguém em sofrimento, devemos perguntar-lhe como está, garantir-lhe que não está só e afirmar que rezaremos juntos. Para transformar o mundo, temos que olhar para cada um e ver para além do que ele representa. Podemos ver um polícia ou um criminoso, mas temos que ver a pessoa; olhar e ver com o coração. Ser um para os outros.
Quando rezamos o Pai Nosso, não devemos fazê-lo de olhos fechados. Devemos rezar de olhos bem abertos para ver bem aqueles que nos rodeiam, porque todos somos irmãos. Sim, o mundo está ferido. Mas cada um de nós, colocando em prática o que vive na Eucaristia, pode ajudar a curá-lo, transformá-lo. É passar à missão! Com a ajuda de Maria, que nos ensina a ser homens e mulheres eucarísticos.
Dra. Manuela Barreiros
4.º Congresso Eucarístico Internacional. Fraternidade redimida em Cristo (texto do Cón. Francisco Couto)
Que se espera que nos traga um Congresso Eucarístico? Que o homem, que as comunidades despertem para a centralidade da Eucaristia, que ela surja como meta e fonte; que ela seja prioridade. É de todo importante que evitemos o perigo de dar mais importância a qualquer atividade pastoral do que à Eucaristia, pois seria uma atividade vazia, porque isolada da sua fonte, não teria vida, não teria Cristo.
Fomos e somos desafiados a “pensar com os pés” e a “caminhar no barro” da humanidade: dizme onde estão os teus pés e eu dir-te-ei onde está a tua espiritualidade. Partindo da Eucaristia, onde Jesus me espera cada dia (mesmo na adoração) e onde Ele espera que façamos uma verdadeira experiência de escuta, descobriremos, em profunda intimidade a criatividade de Deus e do seu Espírito… para a missão.
Toda a Eucaristia é um caminho de fraternidade e paz! E isto mesmo cada homem deve saber encarnar, para que o seja de facto! Na verdade, cada cristão é responsável do seu compromisso; não é tradição ou costume! A Eucaristia não pode trazer vida dupla! A Eucaristia é o sacramento da ressurreição humana onde o perdão, a libertação, a vida nova de Cristo e até o compromisso social encontram a sua fonte. Como é possível que países, sociedades que se dizes 60, 70, 80% cristãs, não sejam capazes de construir e viver a paz? Onde a fome, a indiferença, os problemas sociais são sempre maiores?!
Como vivemos a Eucaristia? “Não se pode conhecer o sabor do vinho somente a contemplá-lo!
Cón. Francisco Couto
3.º Congresso Eucarístico Internacional. Mundo ferido (texto do Cónego Francisco Couto)
O primeiro dia do Congresso teve como título: “Mundo ferido”. Especifica-o a expressão bíblica do Livro dos Génesis através da pergunta que Deus faz a Caim: “Onde está o teu irmão?” (4,9). A mesma pergunta é-nos colocada hoje! Onde está o teu irmão? Ela é a verdadeira pergunta da fé, a qual lhe dá sentido e razão…
Os homens de hoje, como os de ontem, também partilham nos seus mais variados encontros as suas feridas mas também das feridas do mundo – guerra e falta de paz, desânimo, injustiças… -, feridas que se agudizam cada vez mais e expõem as diferenças sociais cada vez mais gritantes, gerando enorme abismo entre ricos e pobres ( mesmo num mundo onde a riqueza, a técnica e a ciência crescem… mas que dividem cada vez mais); feridas que têm muitas vezes como resposta a indiferença. Outras feridas são a falta de respeito pela casa comum, os problemas decorrentes da migração, que no país de origem quer no possível país de acolhimento… tudo isto revela, na verdade, a enorme falta de fraternidade que assiste o mundo. Quase ninguém, em verdade, se pergunta pelo seu irmão… e foi assim que vimos, em imagens, o que vive a Ucrânia desde o dia 24/02/2022.
Quando celebramos, deveríamos fazer a tal pergunta da fé: “onde está o teu irmão?” A Eucaristia foi a resposta de Jesus na sua própria busca! A Eucaristia é essa proposta de Jesus, proposta de vida contrastante em relação ao mundo de hoje; perdoar, amar os inimigos, dar a vida… “alistarse na equipa que perde” (Juan Manuel Cotelo). A Eucaristia é a porta que facilita a fé e a fraternidade, porque nela está Cristo presente! Recebestes de graça, daí de graça!
Isso mesmo experimentou o grupo português ao ser recebido com enorme entusiasmo alegria e entusiasmante fé pela comunidade local de Nossa Senhora de Fátima da Andaluzia, uma das paróquias de Quito. Uma igreja cheia, dezenas de fiéis a pedir a reconciliação, a celebrar com entusiasmo e alegria, junto a uma comunidade de clausura, também resplandecendo felicidade e fé!
Cónego Francisco Couto
*Na foto: Os Sacerdotes da Arquidiocese de Évora no Congresso Eucarístico Internacional
2. Congresso Eucarístico Internacional: O maior convento do mundo (texto do Cónego Francisco Couto)
Este Congresso Eucarístico é uma enorme graça para a Igreja mas, sobretudo para a Igreja Latino-amecana. O momento histórico reclama uma presença intensa de Deus através da sua Igreja, diante de tão grandes feridas e instabilidade sociopolíticas, desigualdades económicas e
políticas de pobreza e cultura de opressão.
Numa crónica do Cardeal Baltazar Porras Cardoso, Legado Pontifício para o Congresso, e apoiando-se em Simón Bolivar (1821), longe de qualquer interesse ou aproveitamento político, o Equador sempre foi referenciado como o “convento” da América Latina. E hoje, agora mesmo, “torna-se no maior convento do mundo, com as suas portas abertas à fraternidade que a Eucaristia nos dá para sermos construtores da fraternidade que gera paz, alegria e esperança.” A magnificência das igrejas e dos conventos, os templos como a majestosa “La Compañia”, o convento de são Francisco, a catedral metropolitana, o Voto Nacional ou a igreja de Santo Domingo, não surgiram por magia, são resultado de uma fé e devoção impares. 150 anos de consagração do país ao Sagrado Coração de Jesus, o primeiro país a fazê-lo, é testemunho disto mesmo; sem contar uma imensa marca de santidade, homens e mulheres, que surgem como modelos de vida e de fé.
“A originalidade do povo equatoriano deixou perplexo o estudioso alemão Alexander Humboldt quando o descreveu como “seres raros e únicos: dormem tranquilamente no meio de vulcões rangentes, vivem pobres no meio de riquezas incomparáveis e alegram-se com música triste”. É isto que continua a confundir os visitantes estrangeiros, para quem o bem-estar é medido por outros parâmetros.”
Hoje, dia 8 de setembro, na Eucaristia solene de abertura do Congresso Eucarístico, este enorme convento celebrará a primeira comunhão de mais de 1600 crianças… Sagrado Coração de Jesus que tanto nos amais; fazei que eu vos ame cada vez mais!.
Cónego Francisco Couto
8 a 15 de setembro: O Equador acolherá o 53.º Congresso Eucarístico Internacional, no qual a Arquidiocese de Évora estará representada
O Equador acolherá o 53.º Congresso Eucarístico Internacional, que terá lugar de 8 a 15 de setembro. Este evento, que se realiza de quatro em quatro anos num continente diferente, regressa pela quinta vez à América. Sob o lema “Fraternidade para curar o mundo”, o Congresso contará com a presença de 53 delegações confirmadas.
De Portugal estarão presentes 23 participantes acompanhados pelo Arcebispo de Braga, D. José Cordeiro. (na foto)
Da Arquidiocese de Évora participarão 3 sacerdotes e 2 leigos (Dr.ª Manuela Barreiros, o Eng.º José Maria Barreiros, o P. Joaquim Pinheiro, o P. João Luís Silva e o Cón. Francisco Couto), entre eles, o Director do Departamento Arquidiocesano da Pastoral Litúrgica, o Cónego Francisco Couto, que partilhará ao longo destes dias alguns textos sobre o Congresso Eucarístico Internacional.
Juan Carlos Garzón, secretário-geral do Congresso, sublinhou a importância deste encontro mundial, que celebra também o 150.º aniversário da consagração do Equador ao Coração de Jesus. A presença do Papa Francisco não será possível devido ao seu estado de saúde, mas o representante do papa, Cardeal Kevin Joseph, estará presente para transmitir a mensagem do Pontífice.
O Congresso incluirá um simpósio sobre vários temas relacionados com a fé e a espiritualidade. O evento terá três momentos principais: a cerimónia de abertura, a cerimónia de encerramento e uma grande procissão. A procissão terá lugar no dia 14 de setembro, do centro da cidade até à basílica, e no dia da abertura, 1667 crianças receberão a sua primeira comunhão numa cerimónia especial.
O encerramento do Congresso terá lugar no domingo, 15 de setembro, com a missa de encerramento, Statio Orbis. Nesse dia, será também anunciado o local da próxima edição do Congresso, que se realizará dentro de quatro anos. Estes são os países onde este evento religioso foi realizado na América Latina: Buenos Aires (Argentina) em 1934, Rio de Janeiro (Brasil) em 1955, Bogotá (Colômbia) em 1968 com o Papa Paulo VI e Guadalajara (México) em 2004.
Espera-se que mais de 30.000 pessoas assistam ao Congresso durante os oito dias do evento, que contará com a presença de 5.000 congressistas de todo o mundo.
Podcast Palavra na Vida: XXIII Domingo do Tempo Comum – 8 de setembro de 2024 (áudio)
Podcast Palavra na Vida: XXIII Domingo do Tempo Comum – 8 de setembro de 2024 (áudio)
1.º – Fraternidade para curar o mundo. Congresso Eucarístico Internacional (texto do Cónego Francisco Couto)
A cidade de Quito (Equador) receberá o 53º Congresso Eucarístico Internacional nos próximos dias, mais concretamente de 8 a 15 de setembro.
As últimas notícias davam conta da presença de cerca de 5000 congressistas inscritos de cerca de 53 países, mas espera-se que participem de outras formas que não presencial, mais deve 30000 pessoas. De Portugal estarão presentes 23 participantes acompanhados pelo Arcebispo de Braga, D. José Cordeiro.
Da nossa Arquidiocese participarão 3 sacerdotes e 2 leigos. (Dr.ª Manuela Barreiros, o Eng.º José Maria Barreiros, o P. Joaquim Pinheiro, o P. João Luís Silva e o Cón. Francisco Couto)
“Fraternidade para curar o mundo” é o tema que acompanhará este congresso e que deu nome ao texto base para a sua preparação. A fraternidade humana não deve permanecer um sonho; a partir da celebração eucarística deve encontrar uma maneira de se concretizar verdadeiramente.
Como afirma o documento na sua apresentação, “a Igreja de Quito vai transformar-se numa tenda eucarística, onde a mesa da Palavra e do Pão nos vai reunir para descobrirmos a presença misericordiosa de Deus que nos ama intensamente e nos torna irmãos e irmãs, filhos do mesmo Pai. O dom pascal do Senhor Ressuscitado, que está no coração de cada Missa e do culto eucarístico ajuda-nos a cuidar de cada irmão irmão e irmã”.
Apoiado na palavra de Jesus, no evangelho de Mateus: “Todos vós sois irmãos” (Mt 23,8), deve nascer, ou renascer, o compromisso e consciência cristã de procurar caminhos que permitam uma busca comum e um diálogo renovado com as pessoas de boa vontade. Diante de um mundo fortemente dilacerado pela violência, o orgulho, a sede de poder, o ódio, a inimizade e o egoísmo, a Eucaristia há de surgir como verdadeira fonte e alimento de vida e amor; “é nela que os filhos do Pai celeste, irmãos em Cristo, realizam a mais profunda comunhão com Deus e a fraternidade entre si”.
Cónego Francisco Couto
Podcast Palavra na Vida: XXII Domingo do Tempo Comum – 1 de setembro de 2024 (áudio)
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Podcast Palavra na Vida: XXI Domingo do Tempo Comum – 25 de agosto de 2024 (áudio)
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