Ordenação episcopal de D. Rui Gouveia foi celebrada em Lisboa
O patriarca de Lisboa presidiu, neste domingo, dia 16 de fevereiro, à ordenação episcopal de D. Rui Gouveia, novo bispo auxiliar, que desafiou a ser um “obreiro da esperança”, tema do Jubileu 2025, proclamado pelo Papa.
“Convido-te, caríssimo D. Rui, a seres um obreiro da esperança. A ires ao encontro dos irmãos para lhes revelares, na luz de Cristo Ressuscitado, que a nossa pátria verdadeira e autêntica é a eternidade”, disse D. Rui Valério, na homilia da celebração, que decorreu na Igreja do Mosteiro de São Vicente de Fora, noticiou a Agência Ecclesia.
A Missa contou com a presença de 28 bispos, entre os quais o Arcebispo de Évora, D. Francisco Senra Coelho, 180 sacerdotes e 46 diáconos, numa assembleia com cerca de 700 pessoas.
O Prelado eborense, em seu nome pessoal e em nome a Arquidiocese, felicita D. Rui Gouveia e o Patriarcado de Lisboa, desejando profícuo ministério episcopal.
O novo bispo foi nomeado como auxiliar do Patriarcado de Lisboa pelo Papa Francisco, a 10 de dezembro de 2024.
D. Rui Gouveia era pároco da Anunciada e assistente diocesano da Pastoral Familiar, em Setúbal.
A homilia do patriarca de Lisboa alertou para a “desorientação” da sociedade.
“De modo particular o niilismo contemporâneo, que corrói a esperança no coração do homem, induzindo-o a pensar que dentro dele e ao seu redor reina o vazio: nada antes do nascimento, nada depois da morte. Na realidade, quando falta Deus, falta a esperança”, assinalou.
O presidente da celebração sublinhou a necessidade de missionários da esperança, pessoa capazes de reconhecer que Deus “é a sua fonte, o seu ponto de apoio e o seu horizonte”.
“Caro D. Rui, sê um artífice capaz de posicionar a esperança do mundo de hoje em conformidade com a esperança de Deus. Deixa que o Espírito Santo sopre sobre ti, seja qual for a circunstância em que te encontres, para escutares todos e dares voz a todos os que te procurem”, apelou.
O responsável católico apresentou as bem-aventuranças, proclamadas por Jesus, como um “novo programa de vida”.
As bem-aventuranças de Lucas implicam um compromisso pessoal com os pobres, com os excluídos, com os que choram. Um compromisso com a paz, com a não-violência entre os homens, mesmo correndo o risco da perseguição. D. Rui, que saibas ser pioneiro de uma realidade nova, num tempo novo e bem-aventurado, nesta diocese que te acolhe com alegria, na certeza que caminharemos juntos”.




O patriarca de Lisboa pediu atenção para os “lugares de ausência de Deus”, sustentando que um bispo deve ser “um homem que se dedica abnegadamente aos outros, que se deixa tocar pelas vicissitudes humanas”.
A celebração teve como bispos co-ordenantes o cardeal D. Américo Aguiar, bispo de Setúbal, e D. Gilberto Reis, bispo emérito de Setúbal.
Antes da homilia decorreu a apresentação do eleito, com a leitura do mandato apostólico, por D. Ivo Scapolo, núncio em Portugal.
A liturgia da ordenação inclui a imposição das mãos e a unção da cabeça dos eleitos, a entrega do livro dos Evangelhos e das insígnias episcopais – o anel, a mitra e o báculo.
O novo bispo auxiliar de Lisboa nasceu a 17 de abril de 1975, em Joanesburgo, África do Sul, filho de família emigrante da Madeira, onde foi viver aos oito anos de idade.
D. Rui Gouveia passa a integrar a equipa episcopal de Lisboa, com o patriarca D. Rui Valério e os seus auxiliares D. Nuno Isidro e D. Alexandre Palma.
O lema episcopal de D. Rui Gouveia é retirado da segunda carta de São Paulo aos Coríntios: ‘Com a simplicidade e a sinceridade que vêm de Deus’ (2 Cor 1, 12).
Lisboa, onde a presença da Igreja remonta aos primeiros séculos do Cristianismo, foi elevada a metrópole eclesiástica, em 1393; em 1716 o Papa Clemente XI elevou a capela real a basílica patriarcal, ficando a antiga diocese dividida em duas até 1740, ano em que foi reunificada