Igreja/Portugal: Semana dos Seminários «também é uma provocação vocacional», afirma presidente da Comissão Episcopal Vocações e Ministérios
O presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios (CEVM) alertou para a possibilidade de “abrir novas possibilidades, novos tipos de acompanhamento, de formação” dos sacerdotes e disse que a Semana dos Seminários “também é uma provocação”.
“Convencionar uma semana de oração pelos seminários é termos a certeza que, pelo menos durante uma semana, durante o ano, as comunidades se lembram dos seminários. Mas, mais do que o rezar, também é uma provocação, de certo modo vocacional, no propor também o ser sacerdote nos dias que correm”, disse o presidente da CEVM, da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), em declarações à Agência ECCLESIA.
D. Vitorino Soares salienta que, para além da oração, têm também que se “provocar mutuamente, a nível institucional e passando pelas comunidades, pelas famílias e cada um pessoalmente”.
A Igreja Católica em Portugal vai celebrar a Semana de Oração pelos Seminários 2024, de 3 a 10 de novembro, com o tema ‘Que posso eu esperar?’, do livro dos Salmos, escolhido pela Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios para “gerar também essa provocação”, para que possa interrogar e implicar todos nessa questão dos seminários, não apenas aqueles que lá vivem”.
“’O que posso eu esperar’, é também o que é que cada um espera daquilo que devem ser os seminários, e, sobretudo, o que é que cada um espera também da formação e do tipo de sacerdote que nós precisamos, tendo em conta a realidade que vivemos, a Igreja e a própria sociedade. Não é o esperar de braços cruzados, não é aguardar que as coisas aconteçam, mas é sobretudo aquilo que alimenta uma esperança também”, desenvolveu.
Segundo D. Vitorino Soares, quando falam de provocação é no sentido também de “questionar pessoalmente”, que não seja um convite genérico, um convite anónimo, “mas seja um convite pessoal”, os jovens que já conhecem e que “podem, pelo menos, gerar alguma possibilidade de iniciar um caminho, de se interrogar no sentido de serem sacerdotes”, uma questão que pode também ser dirigida “a um possível candidato ao seminário”.
“Há uma espera, no sentido de traduzir por esperança, que as coisas possam resolver de outro modo, com outro tipo de formação, com certeza, com outro tipo de sacerdote, formas diferentes, com certeza, que estão ainda por explorar e que esta esperança também tem que alimentar.”
Na mensagem para a Semana dos Seminários 2024, o presidente da CEVM escreve que “a esperança tem que explorar novos formatos, novos acompanhamentos, novas possibilidades, um futuro novo para um tempo novo”, à Agência ECCLESIA explica que não conhece “os caminhos”, mas, alerta que as “experiências feitas estão esgotadas, acabam por não dar resultado”.
“Eu também sou formador no seminário, também vou reconhecendo isso. Nós próprios também temos, com certeza, que nos transformar e temos que nos converter a uma realidade diferente para a qual também estes sacerdotes vão trabalhar e com quem, naturalmente, também vão exercer o seu ministério”, acrescentou o também reitor do Seminário Maior do Porto, relançado que têm que “esperar novas possibilidades”, porque aquelas que têm feito e percorrido “acabam por estar esgotadas”.
“E, por isso, é esperar, de facto, que o Senhor também possa promover novas vocações, mas é também, da nossa parte, não ficarmos apenas pela oração. Eu insisti exatamente nisso. Nós também temos que fazer alguma coisa; aquilo que se tem feito não é suficiente.”
A Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios publicou também materiais de oração, divulgação e reflexão para a Igreja Católica viver e celebrar a Semana dos Seminários 2024, que este ano foram elaborados pelos formadores dos seminários da Arquidiocese de Braga.
“Sendo os agentes diferentes, as dioceses diferentes também, com equipas diferentes, que pensam também os materiais de forma diferente, é uma forma de alargar a própria criatividade; sendo destinados a grupos diferentes, a atores diferentes, pode ser que por aí também devolvamos essa resposta que nós queremos à interrogação que o Salmista nos coloca”, concluiu D. Vitorino Soares.
CB – Agência ECCLESIA