Bodas de ouro sacerdotais: Cónego Manuel da Silva Ferreira (entrevista)
Antes da ordenação sacerdotal, vivi em Frascati-Roma uma experiência com sacerdotes e seminaristas de todo o mundo que consolidou e muito o discernimento feito nos anos de Seminário.
Quais as principais atividades que desenvolveu ao longo destes 50 anos?
No verão de 1975, com 2 colegas, assumi a Paróquia do Couço e mais 4 paróquias rurais. Um desafio grande em tempos conturbados, mas que permitiu um grande amadurecimento pessoal e o fortalecimento da comunhão presbiteral com uma equipa que comungava, desde os tempos de Seminário, a mesma espiritualidade da unidade ligada ao movimento dos Focolares.
Depois seguiu-se, com a mesma equipa, o Seminário de S. José, em Vila Viçosa, por 4 anos, sendo também professor de Educação Moral e Religiosa na Escola Preparatória e Secundária e no Seminário Maior de Évora durante 7 anos, acompanhando os alunos do Curso Complementar, como prefeito e professor.
Nestes anos assumi a disciplina de Educação Moral e Religiosa na Escola do Magistério Primário e Educadoras de Infância e abracei a colaboração com o Bairro de Almeirim onde, com grande envolvimento dos moradores e de muitos amigos, foi possível fazer crescer o pequeno complexo do Centro Social de S. João de Deus.
Seguiram-se 5 anos nas Paróquias de Azaruja, Évora-Monte, S. Miguel de Machede, Vale de Pereiro, onde se construiu uma pequena Igreja e depois também Vimieiro, Casa Branca e Cano com a colaboração de outro sacerdote.
Em Elvas, nas Paróquias da Sé, Alcáçova durante 2 anos e depois em Santa Luzia com o desafio de construir a Igreja paroquial e o Museu do Cabido, que aconteceu quando tinha já assumido, em 1996, funções na Equipa sacerdotal do Seminário Maior de Évora com os Padres Operários Diocesanos, onde ainda me encontro.
Até 2020 fui professor de Direito Canónico no ISTE. Durante a permanência em Elvas, fiz licenciatura em Direito Canónico, na Universidade Pontifícia de Salamanca. De 2ª a 6ª feira era aluno e ao fim de semana pároco. Quem apenas frequentava a missa dominical quando ia à Igreja sempre encontrava o Pároco.
Em setembro de 2001, fui nomeado Pároco de S. Pedro em Évora e de Guadalupe. Posteriormente troquei Guadalupe pela Torre dos Coelheiros.
Por ocasião de impedimento por doença de alguns colegas acumulei as paróquias de Lavre, Foros de Vale de Figueira, Cortiçadas de Lavre e Santana do Mato; o mesmo aconteceu com as Paróquias de Arraiolos e de Santana.
As circunstâncias levaram-me a dedicar tempo e energias a fazer obras de requalificação no Seminário de Évora, na Igreja de S. Francisco e na Igreja do Espírito Santo e em outras capelas e igrejas que me estavam confiadas. Nunca gostei de deixar o património edificado ao abandono. Aprendi isso quando em adolescente passava férias em Vendas Novas com o meu primo sacerdote que sempre foi um homem muito empreendedor e também com o P. Filipe outro homem de horizontes largos… aprendi quando ainda não tinha consciência que estava a aprender!!!
Ao cumprir 50 anos de ordenação, que balanço faz?