Leão XIV (texto do P. Manuel Vieira)
Escrevo sem informação além daquela que é pública.
Fixo-me naquilo que creio relevante. Necessariamente enviesado, por limitada informação e por cosmovisão pessoal.
1. O nome: a escolha do nome papal constitui um programa desejado… E, inevitavelmente, esta escolha leva-nos a Leão XIII (1878-1903). O Papa da “Rerum Novarum”, encíclica fundadora do que hoje conhecemos como Doutrina Social da Igreja. O Papa que reconciliou a Igreja com o mundo moderno após a Revolução Industrial, com doutrina sólida sobre o trabalho humano e a dignidade dos trabalhadores. Que fez esforços notáveis na conciliação entre fé e ciência. Esta escolha faz-nos esperar uma atitude de forte compromisso social.
2. Americano, “ma non troppo”: nascido americano, tem um percurso que faz dele um homem universal, longe de ficar refém de uma cosmovisão “imperialista”, quer do ponto de vista eclesial, como político, cultural ou económico. Peruano, por adopção; missionário por vocação.
3. Agostiniano: Agostinho de Hipona continua a dar cartas 1500 anos depois. “A medida do amor é amar sem medida”. “As confissões” voltarão a ler-se, ainda mais… E uma visão da Igreja e do mundo feita de muita substância e menos adjectivação.
4. Vindo das ciências exactas (matemática) talvez permita esperar uma atitude pastoral e um pensamento teológico assentes no rigor e na eficácia, aspecto importante num mundo de “percepções difusas”.
5. Homem de confiança de Francisco: Foi um dos mais próximos do anterior Papa, que lhe deu responsabilidades na Evangelização e na escolha dos Bispos, temas fulcrais na “gestão” eclesial.
Não sei quem vai ser Leão XIV, nem como vai ser o seu papado.