Incêndios: Cáritas Portuguesa oferece apoio imediato e de «longo prazo», em articulação com agentes no terreno
A Cáritas Portuguesa tem “todos os meios da rede nacional” disponíveis para apoiar as populações nos incêndios, destacando o “compromisso” de longo prazo na resposta à tragédia.
“A Cáritas não tem este papel de apagar o próprio incêndio nesta fase, o nosso compromisso é mais com o médio prazo. Nesta fase, aquilo que forem as necessidades que nos forem sendo solicitadas, que são diferentes de território para território, mas depois, quase no dia a seguir e no longo prazo”, disse o secretário-geral da Cáritas Portuguesa, em entrevista à Agência ECCLESIA.
João Pereira destaca que a característica da Cáritas “estar nas comunidades paroquiais” e o “esforço” da instituição para que “a comunidade seja o primeiro agente e, muitas vezes, também o destinatário”, quando as pessoas que estão no terreno “também são afetadas por essa realidade”.
“Aquilo que a Cáritas faz é adaptado a cada uma das famílias, aquilo que é a própria realidade e os recursos do local, que são sempre diferentes de sítio para sítio, de região para região, de Diocese para Diocese. Temos tido respostas, infelizmente, a vários ciclos de incêndios, 2003, 2005, 2017”, desenvolveu.
A Cáritas Portuguesa informou que está a acompanhar a atual situação dos incêndios em Portugal, “com natural preocupação e sentido de fraternidade”, e tem “todos os meios da rede nacional” disponíveis para apoiar a “emergência nacional”, num comunicado divulgado esta terça-feira.
O secretário-geral da organização católica explica que, “nesta fase”, não abriram uma campanha, mas demonstraram a “solidariedade, em primeiro lugar, com quem foi atingido” e divulgaram “alguns instrumentos permanentes” que têm como o Fundo das Emergências Nacionais, que é um fundo financeiro.
“Neste momento, não temos nenhuma indicação de nenhuma necessidade de bens, isso também é um aspeto que é muito importante das nossas experiências nacionais e internacionais, que é muito importante esta coordenação da solidariedade e este compromisso de mais longo prazo”, acrescentou.
A Cáritas Portuguesa informou que através da sua página na internet pode receber donativos para esta emergência nacional, e tem também uma conta destinada a receber apoios, através do IBAN PT50 0036 0000 9910 5878 2439 4, no multibanco – na opção pagamento de serviços: (entidade) 33333 (referência) 333 333 333, e por Mbway, para o número de telemóvel 910 661 133.
“A nossa experiência demonstra que nós precisamos de alguma flexibilidade, até porque muitas vezes os apoios públicos não ocorrem no imediato, mas a vida acontece a toda hora e, portanto, esse é um papel diferenciador da Cáritas”, acrescentou João Pereira, em entrevista que é emitida esta quinta-feira no Programa ECCLESIA (RTP2).
O responsável observa que estes são “momentos muito difíceis” e as pessoas, se calhar, “perderam tudo ou uma parte significativa da sua vida”, têm expectativas e é importante também “não defraudar essas expectativas”, nesse contexto o papel da Cáritas é “ser flexível, mas ser coerente com aquilo que é a sua identidade”, responder às necessidades e, dentro também da sua identidade “mobilizar muito a comunidade cristã para esta dimensão”.
O secretário-geral da Cáritas Portuguesa assinalou também que a atuação nas emergências “é uma marca identitária em Portugal, mas também no mundo”, existindo muitas Cáritas que surgiram “a partir de qualquer situação de calamidade, de desastre natural ou algum tipo de conflito”.
LS/CB/OC – Agência ECCLESIA