Catequese/Portugal: Novo itinerário pretende ser uma «proposta que vá ao encontro das necessidades da Igreja de hoje»
O presidente da Comissão da Educação Cristã e Doutrina da Fé (CEECDF) salientou que centraram as Jornadas de Catequistas em convidar a “olhar com mais atenção e profundidade” para o novo itinerário que quer “proporcionar aos mais jovens uma catequese mais viva”.
“Este itinerário, esperamos que seja uma proposta que vá ao encontro das necessidades da Igreja de hoje, das comunidades, desta nova geração, e também desta cultura em que estão e do contexto familiar que fazem parte; As grandes dimensões têm a ver com procurar proporcionar aos mais jovens uma catequese mais viva, que os ajude a ter um encontro com Cristo vivo, por um lado, e depois a crescer da fé, a aprofundar essa fé”, disse D. António Augusto Azevedo à Agência ECCLESIA.
Mais de 1100 catequistas de todo o país estão a participar nas Jornadas Nacionais de Catequistas 2023, intituladas ‘Olhar o novo Itinerário – Iniciação à vida cristã: os alicerces da fé’, que decorreram nos dias 21 e 22 de outubro, em Fátima.
Segundo o presidente da Comissão da Educação Cristã e Doutrina da Fé, bispo de Vila Real, “é significativo” que um tão grande número de catequistas tenha aderido a esta iniciativa, o que considera que acolheram “com muito entusiasmo, com muito interesse” o novo ‘Itinerário da Iniciação à Vida Cristã’
A Diocese de Angra informou que os Açores participaram nesta edição das Jornadas Nacionais de Catequistas com “uma das maiores delegações de sempre, com cerca de 200 catequistas”.
À Agência ECCLESIA, o padre Carlos Simas, responsável pelo Serviço Diocesano da Catequese da Ilha de São Miguel e de Santa Maria, destaca que é importante participar, em primeiro lugar, pela “partilha de experiências uns com os outros” e depois pelo que recebem de novos para a realização da catequese, e que também podem partilhar com os catequistas que ficaram no arquipélago.
O Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC), que promoveu esta formação, informa que estas jornadas de catequistas fazem parte do “caminho de receção e divulgação do novo Itinerário para a Catequese”, editado pela Conferência Episcopal Portuguesa em 2022.
D. António Augusto Azevedo assinala que o itinerário foi “aprovado há pouco tempo pela Conferência Episcopal”, por isso “vai levar o seu tempo”, o caminho vai continuar em cada diocese, e, neste sentido, assinala o “trabalho muito importante” dos secretariado diocesanos do setor, que também vão fazer um “trabalho de formação e de divulgação” e depois, o trabalho ainda continua “em cada paróquia, com os respetivos párocos e catequistas” na sua implementação, “com o resto das comunidades, com as famílias”.
“Este é um trabalho quase em círculos que se vão alargando e este momento aqui foi certamente importante desse alargar do interesse pelo novo itinerário”, salientou.
O padre Carlos Simas recordou que já foi apresentado nos Açores e, neste momento, estão a “receber novos instrumentos em relação ao itinerário, conhecer e aprofundar para partilhar”, e quando estiver tudo preparado colocarem em prática.
Para D. António Augusto Azevedo, bispo de Vila Real, este novo itinerário catequético para crianças e adolescentes “já resulta um pouco” da consciência geral da Igreja e dos catequistas que “há algo mais a fazer para que a catequese responda às necessidades deste tempo”, por isso, “mais do que resistências”, realça que “as mudanças demoraram o seu tempo”.
“O que importa é que se capte os seus princípios, a sua razão de ser e as suas motivações, porque a grande motivação é termos as melhores condições para prepararmos melhor as gerações de cristãos do futuro. Isso, creio que é um objetivo que nos reúne a todos, nos congrega a todos, para caminharmos juntos nesta tarefa”, acrescentou.
O responsável açoriano concorda que “todas as novidades têm as suas dificuldades”, estavam habituados a uma “catequese mais escolar, em que tudo era muito transmitido, mesmo a disposição as salas”, e agora, este itinerário, desafia cada um destes agentes pastorais, e também os padres.
Carlos Simas, responsável pelo Serviço Diocesano da Catequese de São Miguel e de Santa Maria, destaca como principais desafios do novo itinerário que têm de começar por “catequizar os catequistas” e motivá-los a “esta experiência”, na Diocese de Angra têm a “dificuldade” acrescida da “dispersão das ilhas”, mas vão “tentar que as dificuldades sejam menores”.
O presidente da Comissão da Educação Cristã e Doutrina da Fé da Igreja Católica em Portugal destaca a “sintonia, uma proximidade”, com “pontos de encontro” entre o novo itinerário catequético e o atual Sínodo dos Bispos sobre sinodalidade.
“Ou seja, a catequese é também uma proposta necessária para esta nova etapa da evangelização. Uma terá a ver mais com o conteúdo e o caminho pessoal de descoberta da fé, e a outra, o modo de estar na Igreja. Este sentido da descoberta e aprofundamento da fé, que se faz na catequese, leva ao encontro de uma Igreja mais de estilo sinodal, e uma Igreja mais de estilo sinodal ajuda a perceber melhor a necessidade de uma nova evangelização”, concluiu D. António Augusto Azevedo.
RP/CB – Agência Ecclesia