9.º Congresso Eucarístico Internacional. Fraternidade para sarar ou curar o mundo (Texto de Manuela e José Barreiros)
Fraternidade para sarar ou curar o mundo, foi o desafio que nos foi feito neste Congresso Eucarístico nos dias 8-15 de setembro.
Refletimos sobre a Eucaristia e o que ela representa na vida do cristão. A melhor forma de terminar este congresso foi celebrá-la, em comunhão com todos os participantes oriundos de mais de 50 países. Chegámos ao local onde se iria realizar a Eucaristia de encerramento, que tem o nome de Statio Orbis (estação da Igreja Universal) cerca de uma hora e meia antes do início.
Fomos, como todos os dias, recebidos por centenas de voluntários, sempre tão acolhedores e hospitaleiros. Foi bonito vermos as pessoas a chegar, com as suas bandeiras, mas essencialmente com a alegria de alguém que vem para louvar a Deus e dar graças, não só pelo 53.º Congresso Eucarístico, mas por todos os dias dons recebidos.
A liturgia deste Domingo, parece ter sido escolhida especialmente para encerar o Congresso. Deuscidências?
Todas as vicissitudes da vida (feridas do mundo) serão ultrapassadas, como nos diz o profeta Isaías na primeira leitura.
E se mantiver a sua esperança e confiança no Senhor, ninguém se atreverá a condená-lo.
Esta manifestação de confiança toma força na resposta do salmista: “Caminharei na presença do Senhor” e não serei confundido.
Em quem confiamos? Onde está a nossa esperança? Como respondemos à pergunta de Jesus, “Vós, quem dizeis que Eu sou?”
Se respondermos como Pedro “Tu és o Messias”, teremos que ser realmente fraternidade para curar o mundo, como refletimos nestes dias, olhando verdadeiramente para o outro, que sofre das mais variadas formas no mundo de hoje, cheio de feridas.
Teremos que tomar a cruz de cada dia, com todos os nossos problemas, as nossas fraquezas, as nossas dúvidas e segui-Lo. “Dar a vida é salvá-la”, diz-nos o Evangelho.
Como?
Relembrando os vários temas abordados no Congresso Eucarístico, percebemos que tudo converge para a ação. O mesmo nos diz o apóstolo S. Tiago, na segunda leitura, de uma forma clara. Sem obras, podemos mostrar a nossa fé, mas é com as nossas obras que verdadeiramente a mostramos. “A fé, sem obras, está completamente morta”, complementa o apóstolo. Temos que fazer caminho no reino aberto por Cristo ressuscitado.
O presidente da celebração interpelou-nos na homilia: Porque viemos a Quito? A passear? Ou estamos dispostos a ir pelo mundo colocar em prática o que vivemos aqui? Para os cristãos, a fraternidade não é uma opção, mas faz parte da sua coerência na vivência da fé. A fraternidade humana cristã faz-nos a todos irmãos, não deixando ninguém de fora. Todos os males do mundo têm como base a recusa da proposta de amor de Jesus.
A Eucaristia dá-nos o desejo de servir, usar as nossas mãos para alimentar os que necessitam. Temos que lhes levar a Eucaristia, passar da missa à missão.
A participação neste Congresso deu-nos forças para a caminhada nas nossas comunidades. A Eucaristia, celebrada em comunidade, é o centro da vida do cristão, o mistério do amor, comida de pão, presente diário e dom de Deus, tal como cantámos no cântico de pós comunhão.
Da Eucaristia para a missão de sarar o mundo, o nosso mundo concreto e local. Dar resposta às feridas do que nos rodeiam. Este é o desafio que levamos. Pedimos a Cristo que nos ajude a dar-lhe resposta.
Manuela e Jose Barreiros