No dia 23 de abril, terça-feira, Redondo acolheu o 31.º Encontro Arquidiocesano de Alunos de Educação Moral e Religiosa Católica – EMRC, com o lema “Moral Transforma-me”.

O Encontro, que se realiza há cerca de três década, congregou mais de 2500 alunos, oriundos de Escolas de toda a Arquidiocese de Évora.

O Coliseu de Redondo acolheu logo pela manhã os milhares de alunos, que manifestaram toda a sua alegria na interpretação do Hino do Encontro.

Depois, as boas vindas foram feitas pelo Presidente da Câmara Municipal de Redondo, pela Directora do Agrupamento de Escolas local, e pelo Arcebispo de Évora.

A disciplina de EMRC “está viva” nas Escolas da Arquidiocese de Évora

Em declarações exclusivas à reportagem de Ser Igreja, com o apoio da Comunidade Canção Nova de Évora, o P. Manuel José Marques, coordenador do Ensino da Igreja nas Escolas, disse que o tema do Encontro “Moral Transforma-me” foi inspirado no “texto evangélico das bodas de Caná, em que Jesus transformou a água em vinho. Isso é tão evidente, é tão real, é tão fácil de entender que os jovens perceberam que, de facto, a transformação mais importante não é a da água no vinho, mas é a nossa transformação, do nosso coração, das nossas atitudes”.

“E os professores trabalharam isto com os alunos nas escolas e, portanto, as aulas serviram também para irmos percebendo a necessidade de deixar Jesus a transformar-nos e a transformar aquilo que Ele entende que é necessário transformar”, explicou.

Sobre o Encontro, o responsável sublinhou que “este é já o 31.º Encontro. Estamos mais de 2500 alunos, e não estão de todo, todos os alunos que frequentam a disciplina nas Escolas da área geográfica da Arquidiocese de Évora. Contudo, é um número já muito significativo, tendo em conta também os constrangimentos que tivemos na pandemia e algumas dificuldades que houve pelo caminho”.

“Portanto significa que a disciplina de EMRC está viva, ainda há muitas escolas e os alunos estão também muito vivos e animados, como podemos ver com a sua participação neste Encontro”, concluiu o P. Manuel José Marques.

EMRC é “a disciplina da liberdade”

Por seu turno, o Arcebispo de Évora, D. Francisco Senra Coelho, sublinhou sobre o tema “Moral Transforma-me” que “estar com a ‘moral em forma’, significa que estamos bem. Claro que esta expressão ‘moral’ é usada, no sentido de energia, de vitalidade, de alegria, porém vem de uma outra Moral, que é a dimensão do coração, a luz interior, o horizonte que enxergamos com o nosso olhar. Por isso é importante ter Moral e fazer com que a nossa vida se apoie nos grandes valores humanos e cristãos, os quais são para nós uma âncora e uma bússola, para que possamos dizer ‘estou com a minha moral fixe e forte’.”

“Estamos aqui nesta grande festa porque esta rapaziada tem a ‘moral forte’. E, por isso, estão a partilhar a vida, com alegria e em festa”, afirmou o Prelado, acrescentando que “as aulas de EMRC podem ser uma fonte de água-viva da qual vale a pena beber. Que ninguém sofra com sede porque Alguém é água-viva, Jesus Cristo, que é o segredo da opção Religião e Moral Católica – EMRC”.

“Lembro que a EMRC é uma opção livre, porque se trata de uma escolha. Todos estes jovens e adolescentes fizeram uma opção livre, pois a EMRC não é uma disciplina obrigatória mas opcional. É a disciplina da liberdade, por isso faz a diferença”, sublinhou.

“A disciplina de EMRC está viva e recomenda-se. É um desafio. Por isso, se recomenda à Igreja, ao Arcebispo de Évora, a todos nós”, apontou, acrescentando que “é muito importante compreender que os jovens, os adolescentes, as crianças, as famílias, os pais, os encarregados de educação desejam em significativo número esta opção”. “Por isso, cabe-nos a nós, a Igreja preparar professores, porque há escolas que não têm docentes. Ao mesmo tempo o Ministério da Educação, os agrupamentos escolares, têm obrigação de ouvir esta recomendação destes jovens que na sua cidadania têm direito ao que pedem, por isso, para merecerem a designação de excelência e competência profissional não podem claudicar nas suas responsabilidades não só de permitir mas de promover a liberdade de escolha a todos os alunos”, apelou o Prelado, sublinhando que “sem possibilidade de escolha, não há liberdade. E para haver escolha é necessário criar condições para que esta disciplina exista. Por isso, estes jovens dizem, viva a liberdade, respeitem-nos, nós queremos EMRC. É o que esta presença tão numerosa e significativa me interpela a mim na responsabilidade de termos professores, porque efetivamente há escolas que pedem EMRC e não têm resposta por falta de docentes. Por isso, este 31º Encontro pede-me a mim um compromisso, mas também é um grito de liberdade, que denuncia e compromete algumas atitudes menos plurais, menos corretas em relação a esta possibilidade, que é um direito de escolha das crianças, dos adolescentes, dos jovens e das famílias”. “Cabe às Escolas ensinar as novas gerações a viverem na pluralidade, com respeito e tolerância por todas as diferenças incluindo o direito à EMRC. Não podemos esquecer que Agrupamentos Escolares afetados por preconceitos ideológicos geram ambientes totalitários sempre propícios aos indesejáveis radicalismos, marcados por um pensamento único. A aula de EMRC é um direito constitucional inegável no nosso país de matriz histórico cultural cristã católica”, sublinhou.

“A disciplina EMRC, nos seus programas, proporciona uma importante enriquecimento cultural não só sobre o cristianismo, mas também sobre todas as religiões, sobre o fenómeno religioso em si e sobre os grandes valores e direitos da pessoa humana. É uma mais valia na formação global das novas gerações”, concluiu o Prelado eborense.

A manhã foi ainda preenchida com muita música, momento de oração e de reflexão, com encenação teatral e coreografias.

O Jardim Municipal de Redondo acolheu o almoço, que foi seguido de convívio e caminhada.

O Encontro terminou com um Concerto do DJ Alan Briats, no Largo da Câmara Municipal.

No próximo ano, Elvas acolherá a 32.ª Edição do Encontro Arquidiocesano de Alunos de EMRC.