Entre os dias 30 de outubro e 3 de novembro, a Pastoral Universitária de Évora organiza a peregrinação “Liberdade Interior: uma revolução” ao centro de espiritualidade de Loiola, acompanhada pelo P. Miguel Gonçalves Ferreira. Esta experiência tem como objetivo proporcionar aos participantes um profundo encontro com a fé, sentindo e saboreando a raiz de uma prática espiritual autêntica.
O programa inclui três noites de alojamento no centro de espiritualidade, transporte em autocarro privado de Évora para Loiola e vice-versa, todas as refeições, entrada na Casa de Santo Inácio e seguro de viagem. A saída está marcada para a manhã de 31 de outubro, com regresso a Évora na noite de 3 de novembro.
A Comunidade das Monjas Concepcionistas da Ordem da Imaculada Conceição do Mosteiro de Campo Maior, tem a alegria de comunicar a profissão de votos simples de duas jovens irmãs, a Sor Maria da Graça da Eucaristia e a Sor Ana Maria do Espírito Santo. Irmãs de sangue e irmãs na religião, naturais da Diocese de Évora, estas duas jovens irão entregar as suas vidas ao Senhor através da profissão dos votos de obediência, sem-próprio, castidade e clausura.
A cerimónia terá lugar no dia 7 de setembro de 2024, pelas 11 horas na Igreja do Mosteiro da Imaculada Conceição em Campo Maior e será presidida pelo Senhor Arcebispo de Évora, D. Francisco Senra Coelho.
Toda a Diocese é convidada a unir-se ao júbilo da Comunidade por mais esta entrega ao Senhor da Messe, que continua a chamar trabalhadores para a Sua messe, pedindo as orações de todos por estas duas irmãs, para que permaneçam sempre fiéis ao o Senhor. Quem assim o desejar pode marcar a sua presença e acompanhar a Comunidade neste momento tão significativo!
E como aquilo que verdadeiramente nos sustenta é a oração, a grande entrega do dia 7 será precedida, no dia 6, às 21h, por uma vigília de oração também na igreja do mosteiro na qual estão todos igualmente convidados a participar.
A Comunidade de Monjas Concepcionistas de Campo Maior convida todas as jovens que sentem o desejo de se encontrar com Deus, de parar para escutar a Sua voz e de Lhe rezar, para um retiro de jovens raparigas a realizar entre os dias 4 e 7 de setembro de 2024 no Mosteiro da Imaculada Conceição, em Campo Maior.
O retiro terminará com a cerimónia da Profissão de Votos Simples de duas irmãs, Sor Maria da Graça da Eucaristia e Sor Maria Ana do Espírito Santo, no sábado, dia 7 pelas 11 horas, na Eucaristia que será presidida pelo Arcebispo de Évora e na qual estas duas jovens consagrarão as suas vidas a Deus.
Esta grande festa de dia 7 será ainda preparada com uma vigília de oração que se realizará no dia 6 de setembro, às 21h, na igreja do Mosteiro, como forma de acompanhar as irmãs, por meio da oração, neste passo que dão na sua entrega ao Senhor.
Chega o Verão e chegam as férias escolares, mas chega também um tempo em que centenas de jovens escolhem não tirar férias da presença de Deus.
Os campos de Férias com Deus, “CARRAÇAS”, juntam na Herdade da Machoqueira do Grou, no concelho de Coruche, de 3 a 10 de Agosto, 58 jovens entre os 13 e os 15 anos de idade, acompanhados por 17 animadores, pelo Padre João Sobreiro e por 3 Famílias, Filipa e Jorge Libano Monteiro, Ana e Nuno Giões e Madalena e António Fontes.
Ao longo de uma semana, a proposta dirigida aos jovens é um encontro crescente com Deus com muito divertimento e jogos de lama, sem acesso a novas tecnologias e a redes sociais, contentamento puro para contruir uma relação pura com Cristo!
Na semana de 20 a 27 de Julho, juntaram-se também na Herdade do Chapeleirinho, em Coruche, 60 jovens “Carraças” dos 10 aos 12 anos de idade, acompanhados pelo Padre Jorge Sobreiro.
Na semana de 10 a 17 de Agosto, haverá, em Margem, outro campo acompanhado pelo Padre Fernando Brito Lopes que promete trazer a “Alegria dos Santos e de Cristo” a tantos outros Jovens.
Nos campos “CARRAÇAS” a natureza é a criação de Deus e a casa perfeita para todos os participantes.
Este ano, o “CARRAÇAS” envolverá cerca de 1000 pessoas em 12 campos.
O Arcebispo de Évora, D. Francisco Senra Coelho enviou, entretanto, a seguinte Mensagem para o Campo de Férias “CARRAÇAS” a decorrer de 3 a 10 de Agosto, na Arquidiocese de Évora:
“Estimados amigos “Carraças” em Campo de férias por terras de Coruche, recebei um abraço do Arcebispo de Évora, Francisco Senra Coelho.
Abraço-vos em Cristo, Nosso Senhor. Para cada um e cada uma de vós a certeza revelada por Nosso Senhor Jesus Cristo: “Eu vim para que tenhais Vida e Vida em abundância”.
Sei pela experiência de outros Campos organizados pelos “Carraças”, que estais a iniciar uma experiência ecológica e humana muito radical e, por isso, muito interpelante, a qual vai concluir num enriquecimento inesquecível para toda a vida, do que significam experiências como a abertura e descoberta da beleza da amizade, da alegria de viver e conviver a fé e a espiritualidade católica, e de saborear a riqueza da grande família, da comunidade em partilha e respeito.
As terras de Coruche são parte da extensa Arquidiocese de Évora, por isso, muito obrigado por terdes escolhido este sul cheio de sol. Acreditai que tenho, temos, muito orgulho de vós. Sois semente de nova Humanidade e de futuro da Igreja.
Abraço ao sr. Padre que vos acompanha e à equipa coordenadora.
Que por intercessão de Nossa Senhora do Castelo, venham até vós todas as bênçãos de Deus e cada um de vós, onde estiver, seja bênção de Deus para todos.”
6 de Agosto, Festa da Transfiguração do Senhor de 2024
As Monjas de Belém do Mosteiro Nossa Senhora do Rosário, em Coruche (Arquidiocese de Évora), promovem, de 26 a 31 de agosto, um campo de trabalho e oração. Esta iniciativa tem como destinatários rapazes e raparigas dos 18 aos 30 anos. Para conhecermos melhor esta iniciativa e a Comunidade de Monjas do Mosteiro de Nossa Senhora do Rosário, que pertence à Família Monástica de Belém, da Assunção da Virgem e de São Bruno, Ser Igreja conversou com a Irmã Anatália e a Irmã Rosalía.
A Comunidade Católica Sementes do Verbo foi fundada em 16 de julho de 2004 em Palmas (Tocantins). É uma Associação Privada de Fiéis, com personalidade jurídica, com o decreto de reconhecimento e aprovação canônica, aos vinte e nove dias do mês de março de 2005, pelo Arcebispo Dom Alberto Taveira Corrêa. Na mesma data, em 2005, seus estatutos tiveram sua aprovação definitiva. Faz parte das Comunidades Novas da Igreja Católica e é membro do CHARIS, Associação Internacional reconhecida pela Santa Sé.
A Comunidade está presente em oito países, nomeadamente Portugal, com diversas casas e missões, entre as quais o Seminário de S. José, em Vila Viçosa.
Reunindo membros de diversos estados de vida (celibatários, consagrados, casais, famílias, padres…), numa vida doada, a tempo integral a serviço da evangelização.
Contemplativa e missionária, a Comunidade tem como vocação tornar acessível a todos a Palavra de Deus e fazer crescer, em cada um, a dignidade de filhos e filhas de Deus. Através da Liturgia, da Palavra de Deus, da vida fraterna e da missão junto aos mais pobres, na escola da Virgem Maria, a Comunidade anuncia a Boa Nova da Salvação “Para a vida do mundo”(cf. Jo 6, 51).
Para conhecermos melhor a Comunidade Católica Sementes do Verbo, estivemos à conversa com a Irmã Chiara, responsável da Comunidade Sementes do Verbo em Vila Viçosa.
No dia 23 de julho iniciou-se a iniciativa “Sarça Ardente”, no Mosteiro de Nossa Senhora do Rosário, no Couço. Trata-se de um ‘Campo de Férias e Oração’ que congrega cerca de uma dezena de raparigas com idades entre os 16 e os 25 anos, organizado pela Pastoral Vocacional da Arquidiocese de Évora, com a colaboração de todas as Congregações, Institutos e Novas Comunidades presentes na Arquidiocese, nomeadamente: Monjas de Belém (anfitriãs); Arca de Maria; Verbo Encarnado (apostólicas); Concepcionistas ao Serviço dos Pobres; Instituto Hesed; Sementes do Verbo; e Servas da Santa Igreja. As Monjas da Imaculada Conceição, do Mosteiro de Campo Maior, uniram-se em oração e enviaram vídeos, assim como as Monjas Servidoras do Senhor, do Mosteiro de Santa Maria Scala Coeli (Cartuxa-Évora).
A iniciativa, que decorre até dia 27 de julho, contou na abertura com a presença do Arcebispo de Évora, D. Francisco Senra Coelho, que presidiu à Eucaristia e confraternizou ao jantar.
Entre os dias 23 e 27 de julho, no Mosteiro de Nossa Senhora do Rosário, no Couço (Coruche), a Pastoral Vocacional da Arquidiocese de Évora vai realizar um Campo de Férias e Oração para raparigas de 16 a 25 anos, intitulado Sarça Ardente.
Neste sábado, dia 6 de julho, pelas 17h, em Borba, o Arcebispo de Évora, D. Francisco Senra Coelho, presidiu à Eucaristia na qual se celebrou a Ordenação Diaconal de Carlos Corrales, aluno do Seminário Redemptoris Mater de Nossa Senhora de Fátima (Évora), natural da Costa Rica, de 32 anos de idade.
A Eucaristia foi concelebrada pelos reitores dos dois Seminários Arquidiocesanos, P. Gustavo Quiroga (Maior de Évora) e P. José Gomes (Redemptoris Mater de Évora), do Pároco de Borba, P. Alessandro Cont, e de um número significativo de sacerdotes do presbitério eborense e de outras dioceses, tendo sido servida por vários diáconos permanentes da Arquidiocese de Évora.
A celebração, que foi transmitida em direto pelo canal do Youtube da Arquidiocese de Évora, contou com a participação de familiares, dos responsáveis do Caminho Neocatecumenal no Sul de Portugal, de amigos e de fiéis.
Antes da homilia, começaram os ritos de ordenação com a eleição do candidato, que consistiu na apresentação do candidato, feita pelo reitor do Seminário Redemptoris Mater de Évora, P. José Gomes, que atestou que o “candidato é considerado digno”. “Com o auxílio de Deus e de Jesus Cristo, nosso Salvador, escolhemos este nosso irmão para a Ordem dos Diáconos”, confirmou o Prelado eborense.
À homilia, o Arcebispo de Évora começou por fazer um “cumprimento de profunda comunhão e amizade” a todos os presentes, sublinhando “esta hora de esperança para todos nós”.
“A mensagem da liturgia por nós escutada concentra-se na recusa ao acolhimento da Palavra de Deus, que se faz presente na história da salvação, mediante a pregação dos profetas enviados pelo Senhor”, explicou o Prelado, acrescentando que “na primeira leitura, Deus confia ao profeta Ezequiel a missão de anunciar ao povo israelita a sua mensagem de amor, mesmo discernindo a possível recusa à aceitação da Sua palavra”. “A finalidade deste envio é unicamente declarar à sua grei que há um profeta no meio deles, ou seja, para que saibam que Deus não os abandonou, apesar da sua dureza e obstinação. Revela-se assim um Deus presente na história do povo, por Ele amado”, acrescentou.
“A recusa à palavra profética repete-se na passagem do Evangelho de São Marcos, pois os compatriotas de Jesus, ao presenciarem as suas pregações e ensinamentos na sinagoga, recusam-se a crer. Nem mesmo os milagres e prodígios por Ele operados e testemunhados pelas multidões que o seguiam são suficientes para convencer os Nazarenos. Duvidam do seu poder e eleição, justificados na sua humilde origem”, prosseguiu.
“Reparei, irmãos e irmãs, que a proximidade e a familiaridade com o Divino Mestre torna-se um obstáculo à sua missão salvífica, algo afirmado por Ele mesmo – ‘um profeta só é desprezado na sua terra entre os seus parentes e em sua casa'”, explicou.
“Estava admirado com a falta de fé daquela gente. Em seguida, a narração do Evangelho evidencia uma atitude radical de Nosso Senhor, despedir-se dos seus concidadãos e efetivamente do judaísmo oficial para entregar-se d’ora em diante aos discípulos que o seguiam. Focar-se-á na instrução de um pequeno grupo fiel ao seu Kerigma. Na verdade, São João, já anunciara este desenlace, veio para o que era seu, mas os seus não receberam”, recordou.
“A crença em Cristo como Messias prometido e a consequência da aceitação da Sua boa nova só pode ser acolhida mediante a fé, tal como declara Jesus a São Pedro: ‘Não foi a carne nem o sangue que te o revelaram, mas meu Pai que está nos céus’, sublinhou o Arcebispo de Évora.
“Marcado pelas dificuldades, o apóstolo São Paulo, de acordo com a segunda leitura, mostra-se incapaz de prosseguir o seu apostolado. Roga ao Senhor que afaste o aguilhão da carne, aguilhão de limitações associadas à condição de homem pecador e contingente, aguilhão que o enfraquece e debilita na fé e na determinação de continuar a trilhar o caminho profético dos desígnios divinos. Neste mesmo sentido, implorou Cristo, que clemente ao Pai Celeste, numa expressão da sua natureza humana, débil e frágil, rezou: ‘Pai, se for possível afasta de mim este cálice, contudo seja feita à vossa vontade e não a minha'”, referiu o Prelado.
“Deus não afasta as dificuldades do caminho do seu divino Filho, nem do apóstolo das gentes, demonstrando a todos os seus enviados a superioridade da força salvífica da graça para a obtenção do sucesso no labor apostólico. Parafraseando o ditado popular de teor religioso, devemos asseverar – ‘Deus não escolhe os capacitados, mas capacita por meio da sua graça os escolhidos'”, afiançou.
“Estimado Carlos Corrales, recebes hoje o Ministério Ordenado do Diaconado, para que beneficies de um tempo de reflexão, como diz o Papa, em palavras dirigidas aos Diáconos Ordenados em Roma. O Diaconado é a base sobre a qual se funda o Presbiterado, pois o fundamento interior do sacerdócio ordenado à maneira de nosso Senhor Jesus Cristo, que veio para servir e não ser servido”, explicou.
“Neste sentido, o Papa Francisco concretiza que servir, e cito, ‘é um verbo que recusa toda abstração, significa estar disponível, renunciar a viver de acordo com a própria agenda. Estar pronto para as surpresas de Deus que se manifestam através das pessoas, do inesperado, das mudanças de planos, das situações que não se encaixam nos nossos esquemas. Porque, como também refere o Sumo Pontífice, o presbítero é, portanto, um testemunho de comunhão que implica fraternidade, fidelidade, docilidade”, sublinhou D. Francisco Senra Coelho.”Só construiremos presbitérios fraternos se nos convertermos quotidianamente a este critério evangélico do serviço”, apontou o Prelado, acrescentando: “Durante um tempo, caro Carlos, mergulharás neste ministério ordenado do diaconado para alicerçares bem o teu presbiterado. Alicerçares em Cristo, servo de todos, o que vem servir e não ser servido”.
“Caro Carlos, à maneira do profeta Ezequiel e do apóstolo São Paulo, permanecerás nesta escola evangélica do diaconado, um período a que a Igreja chama em interstício, a fim de unir o coração a Cristo, bom pastor, e servo de todos, fortalecido e alimentado constantemente na vontade do Pai”, sublinhou.
“Deste modo, abraçarás um dia com mais experiência e consciência o chamamento a ti dirigido pela Igreja em vista ao Presbiterado. Penetrando no mistério da sabedoria, no sabor do sim de Maria, eis a humilde serva do Senhor, e na profecia do maior entre os filhos de mulher, que Ele cresça e eu diminua, eis o sinal que receberás ao revestires-te com a estola e a dalmática do serviço à mesa dos pobres que confirmam a chegada do reino de Deus”, prosseguiu.
“No advento da Tua ordenação presbiteral, convido-te a interiorizar a sugestão do Bispo da Roma que preside a comunhão das igrejas e, cito, ‘um coração que recebe do Senhor a alegria e fecunda as relações com a oração não perde de vista a beleza atemporal da vida sacerdotal'”, convidou o Arcebispo de Évora, acrescentando, “como discípulo de Jesus, que lavou os pés aos apóstolos, entrega-te assíduo e fielmente à meditação da palavra de Deus. Alimenta-te fervorosamente no banquete eucarístico. Faz-te servo de todos e crê em Cristo revelado nos mais pobres, frágeis e sós”.
“Numa Igreja sinodal, os ministros ordenados são chamados a viver o seu serviço ao povo de Deus numa atitude de proximidade às pessoas, de acolhimento e de escuta de todos e a cultivar uma profunda espiritualidade pessoal e uma vida de oração. São chamados a esvaziar-se de si mesmos, segundo o modelo de Jesus, que sendo de condição divina, esvaziou-se a Si mesmo, assumindo a condição de servo”, apelou o Prelado eborense, acrescentando que “a Assembleia reconhece que muitos presbíteros e diáconos, com a sua dedicação na humildade e serviço, tornam visível o rosto de Cristo, bom pastor e servo”.
“Com os padres sinodais, Deus te ajude, meu irmão, a alcançar esta semelhança com o bom Mestre e então garantires a fecundidade do teu serviço ao povo santo de Deus”, disse o Prelado, apelando ao neo diácono: “anuncia com a alegria da esperança a Palavra viva do Evangelho. Batiza em nome da Trindade criadora, salvadora e santificadora. Testemunha em nome da Igreja o júbilo nupcial dos nubentes. Consola e alenta em nome da misericórdia de Cristo aqueles que estão no término da vida terrena e acompanha-os à última morada. Visita e conforta os doentes, os pobres, os fracos, as viúvas e os órfãos, como os primeiros diáconos. E que a luz do ressuscitado brilhe no teu rosto como na face do Proto-Mártir Santo Estevão, modelo e exemplo dos diáconos”, concluiu a homilia o Arcebispo de Évora.
Depois da homilia, aconteceu o rito de Ordenação, com o candidato a fazer a promessa, respondendo a sete questões sobre a consagração ao serviço da Igreja, sobre a humildade e serviço dedicado ao povo e ao presbitério, guardar e anunciar o Evangelho, guardar o celibato, a promessa sobre a oração, a promessa de ser imitador de Cristo e a promessa de obediência.
Seguiu-se a prostração do candidato, a imposição das mãos e a oração de ordenação do Arcebispo de Évora.
Depois Carlos Corrales recebeu a estola e a dalmática de Diácono. Por fim, recebeu o Evangelho e o Ósculo da Paz do Arcebispo de Évora.
No final da celebração, o Arcebispo de Évora agradeceu a todos a presença, saudando os familiares e amigos que do outro lado do Atlântico acompanharam através da transmissão o neo diácono. “Aqui, de Portugal, desta terra bela de Borba, queremos atravessar o oceano e saudar o belo povo da Costa Rica. Esse paraíso onde a multiplicação da vida continua, na biodiversidade, na beleza que Deus oferece a esse país tão belo”, disse, acrescentando que “queremos saudar na Diocese de Santo Isidro Lavrador, o papá do nosso querido Carlos Corrales, sr. Carlos e a sua mamã, D. Seidy, com alegria e o abraço deste povo grato pelo vosso filho. E estender este abraço às suas três irmãs”.
“Queremos dizer um adeus, saudoso amigo, aos que acompanham no Chile, terra das cordilheiras, essa faixa que abraça o oceano e que dá ao mundo um testemunho forte de fé. Chile, nação brava, valente, aqueles que acompanharam na sua itinerância o nosso querido Diácono Carlos Corrales. E aqui no Atlântico, que maravilha, São Miguel, Açores, essa ilha cheia de encantos, de expressões da criatividade da natureza. Visitar São Miguel é ir às raízes do nosso planeta, assim, naqueles primeiros tempos das formações tectónicas. Por isso, um abraço à comunidade que será muito bela como a ilha, a comunidade de São Miguel”, saudou assim o Prelado as Comunidades de Chile de São Miguel onde o Diáconos Carlos Corrales nos últimos dois anos realizou um tempo de missão após os estudos e antes das ordenações, conforme é prática no Caminho Neocatecumenal.
“A todos os familiares, amigos, comunidades que nos acompanham através dos meios digitais, um abraço da Arquidiocese de Évora, grato e feliz, pelo nosso querido Carlos Corrales, diácono da Igreja, a caminho do sacerdócio ministerial. Estamos unidos nesta bênção que chega a todos, porque o coração de Deus é a casa de todos. A tenda alargada da misericórdia, o colo da ternura, a água viva para a nossa sede, Aquele que nos envia como mensageiros da beleza da Sua paz e da ternura do Seu acolhimento”, concluiu o Arcebispo, dando de seguida a bênção final.
Terminada a Eucaristia, o Diácono Carlos Corrales recebeu os cumprimentos dos presentes.
Texto de Pedro Miguel Conceição
Veja aqui as fotos celebração:
ARCEBISPO DE ÉVORA
Homilia por ocasião da Ordenação Diaconal de Carlos Corrales
Borba, 27 de Junho de 2024
Caros irmãos e irmãs, a mensagem da Liturgia por nós escutada concentra-se na recusa ou acolhimento da Palavra de Deus que se faz presente na História da Salvação mediante a pregação dos profetas por Ele enviados.
Na primeira leitura, Deus confia ao Profeta Ezequiel a missão de anunciar ao Povo Israelita a sua mensagem de amor, mesmo discernindo a possível recusa à aceitação da sua Palavra: “Filho do homem, Eu te envio aos filhos de Israel, a um povo rebelde que se revoltou contra Mim […] Podem escutar-te ou não – porque são uma casa de rebeldes” (Ez 2, 1.5). A finalidade deste envio é unicamente declarar à sua grei que “há um profeta no meio deles” (Ez 2, 5). Ou seja, para que saibam que Deus não os abandonou apesar da sua dureza e obstinação. Revela-se assim um Deus presente e providente na história do Povo por Ele amado [Cf. Mario Galizzi, Ed. Paulinas, 1980].
A recusa à Palavra Profética repete-se na passagem do Evangelho de S. Marcos, pois os compatriotas de Jesus, ao presenciarem suas pregações e ensinamentos na Sinagoga, recusam-se a crer. Nem mesmo os milagres e prodígios por Ele operados e testemunhados pelas multidões que o seguiam são suficientes para convencer os Nazarenos. Duvidam do seu poder e eleição, justificados na sua humilde origem: “De onde Lhe vem tudo isto? Que sabedoria é esta que Lhe foi dada e os prodigiosos milagres feitos por suas mãos? Não é Ele o carpinteiro, filho de Maria, e irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? E não estão as suas irmãs aqui entre nós?” (Mc 6, 2-3). A proximidade e a familiaridade com o Divino Mestre torna-se um obstáculo à sua missão salvífica, algo afirmado por Ele mesmo: “Um profeta só é desprezado na sua terra, entre os seus parentes e em sua casa”(Mc 6, 2-3/Jr 11, 21). Manifestada tamanha falta de abertura de coração à Fé, Jesus não pregará mais na Sinagoga e não realizará mais prodígios ou milagres em Nazaré, como assinala São Marcos: “E não podia ali fazer qualquer milagre; apenas curou alguns doentes, impondo-lhes as mãos. Estava admirado com a falta de fé daquela gente” (Mc 6, 5-6). Em seguida, a narração do Evangelho evidencia uma atitude radical de Nosso Senhor: despedir-se dos seus concidadãos e, efectivamente, do judaísmo oficial para entregar-se d’ora em diante aos discípulos que o seguiam. Focar-se-á na instrução dum pequeno grupo fiel ao seu “Kerígma”. Na verdade, São João já anunciara este desenlace, “Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam” (Jo 1, 11). A crença em Cristo como Messias Prometido e a consequente aceitação da sua “Boa-Nova” só pode ser acolhida mediante a Fé, tal como declara Jesus a São Pedro: “não foi a carne nem o sangue que to revelaram, mas o Meu Pai que está nos Céus” (Mt 16, 17). [Cf. G. Leonardi, Ed. Paulinas, 1985]
Marcado pelas dificuldades, o Apostolo São Paulo, de acordo com a Segunda Leitura, mostra-se incapaz de prosseguir o seu apostolado. Roga ao Senhor que afaste o “aguilhão da carne” (2 Cor 12, 7), aguilhão de limitações associadas à condição de homem pecador e contingente, aguilhão que o enfraquece e debilita na fé e na determinação de continuar a trilhar o caminho profético dos desígnios divinos. Neste mesmo sentido, implorou Cristo clemência ao Pai Celeste, numa expressão da sua natureza humana débil e frágil, dizendo: “Pai, se for possível, afasta de mim este cálice, contudo seja feita a Vossa vontade e não a Minha” (Mt 26, 39). Deus não afasta as dificuldades do caminho de Seu Divino Filho, nem do Apóstolo das Gentes demonstrando a todos os seus enviados a superioridade da força salvífica da graça para a obtenção do sucesso no labor apostólico. [Cf. Mario Galizzi, Ed. Paulinas, 1980]. Parafraseando o ditado popular de teor religioso, podemos asseverar: Deus não escolhe os capacitados mas capacita, por meio da sua Graça, os escolhidos.
Estimado Carlos Corrales recebes hoje o ministério ordenado do diaconado para que beneficies de um tempo de reflexão, como diz o Papa em palavras dirigidas aos diáconos ordenados em Roma: “O diaconado é a base sobre a qual se funda o presbiterado” pois “o fundamento interior do sacerdócio ordenado, à maneira de Nosso Senhor Jesus Cristo, que veio para servir e não ser servido” (Mc 10, 45). Neste sentido, o Papa Francisco concretiza que “servir é um verbo que recusa toda abstração: significa estar disponível, renunciar a viver de acordo com a própria agenda, estar pronto para as surpresas de Deus que se manifestam através das pessoas, do inesperado, das mudanças de planos, das situações que não se encaixam em nossos esquemas”. Porque, como também refere o Sumo Pontífice, o Presbítero é, portanto, um “testemunho de comunhão que implica fraternidade, fidelidade, docilidade”. Só construiremos Presbitérios fraternos se nos convertermos quotidianamente a este critério evangélico do serviço.
Caro Carlos, à maneira do Profeta Ezequiel e do Apóstolo São Paulo, permanecerás nesta escola evangélica do diaconado um período a que a Igreja chama “interstício”, a fim de unir o coração a Cristo, Bom Pastor e Servo de todos, fortalecido e alimentado constantemente na vontade do Pai: “O Meu alimento é fazer a vontade do Meu Pai” (Jo 4, 34).
Deste modo, abraçarás um dia, com mais experiência e consciência, o chamamento a ti dirigido pela Igreja em vistas ao Presbiterado, penetrando no mistério da Sabedoria, no sabor do “Sim” de Maria, “Eis a humilde serva do Senhor”(Lc 1, 38) e na profecia do maior entre os filhos de mulher “Que ele cresça e eu diminua” (Jo 3, 30). Eis o sinal que receberás ao revestires-te com a estola e a dalmática do serviço à mesa dos pobres que confirmam a chegada do Reino de Deus.
No advento da tua ordenação presbiteral convido-te a interiorizar a sugestão do Bispo de Roma que preside à comunhão das Igrejas: “Um coração que recebe do Senhor a alegria e fecunda as relações com a oração, não perde de vista a beleza atemporal da vida sacerdotal”. Por isso, como discípulo de Jesus que lavou os pés aos Apóstolos, entrega-te assídua e fielmente à meditação da Palavra de Deus, alimenta-te fervorosamente no Banquete Eucarístico, faz-te servo de todos e crê em Cristo revelado nos mais pobres, frágeis e sós.
Numa Igreja sinodal, os ministros ordenados são chamados a viver o seu serviço ao Povo de Deus numa atitude de proximidade às pessoas, de acolhimento e de escuta de todos e a cultivar uma profunda espiritualidade pessoal e uma vida de oração. São chamados a esvaziar-se de si mesmos, segundo o modelo de Jesus que, “sendo de condição divina, […] esvaziou-se a Si mesmo, assumindo a condição de servo” (Flp 2,6-7). A Assembleia reconhece que muitos presbíteros e diáconos, com a sua dedicação na humildade e serviço, tornam visível o rosto de Cristo Bom Pastor e Servo. Deus te ajude a alcançar esta semelhança com o Bom Mestre e, então, garantir a fecundidade do teu serviço ao Povo Santo de Deus.
Anuncia com a alegria da Esperança a Palavra Viva do Evangelho; baptiza em nome da Trindade Criadora, Salvadora e Santificadora; testemunha em nome da Igreja o júbilo nupcial dos nubentes; consola e alenta em nome da Misericórdia de Cristo aqueles que estão no término da vida terrena e acompanha-os à última morada; visita os doentes, os pobres, os fracos, as viúvas e os órfãos; e que a luz do Ressuscitado brilhe no teu rosto, como na face do Protomártir Santo Estevão, modelo e exemplo dos diáconos.
+ Francisco José Senra Coelho
Arcebispo de Évora
Reveja aqui a transmissão da celebração:
Veja aqui a entrevista do Diácono Carlos Corrales a Ser Igreja na qual dá testemunho da sua vocação:
Neste dia 29 de junho, Solenidade dos Apóstolos São Pedro e São Paulo, pelas 11h, na Igreja de São Francisco, em Évora, foi celebrada a Ordenação Presbiteral do Diácono Tomás Dias, presidida pelo Arcebispo de Évora, D. Francisco Senra Coelho, concelebrada por D. José Alves, Arcebispo de Évora Emérito e por várias dezenas de sacerdotes.
A Eucaristia, animada pelo Coro de São Pedro e transmitida em directo pelos canais digitais da Igreja de São Francisco e da Arquidiocese, foi acompanhada por muitos familiares e amigos que encheram por completo a majestosa e a requalificada Igreja de São Francisco (Paróquia de São Pedro), em Évora, neste dia que é feriado municipal.
Na introdução à celebração, o cónego Francisco Couto começou por dizer que “hoje a Igreja reúne-se para celebrar a escolha e a oferta do Tomás para servir os homens”.
Após o momento da eleição do candidato ao presbiterado, o Prelado eborense proferiu a homilia, tendo começado por saudar o Arcebispo Emérito, o Pároco de São Pedro, os Pároco de Coruche, os reitores dos seminários, os familiares e amigos, recordando também os sacerdotes doentes e idosos e todos os doentes da Arquidiocese. “Uno-me de forma especial aos orantes pelas vocações, pelas Comunidades Contemplativas, Catequistas e todas as famílias que rezam”, disse.
“São Pedro e São Paulo, que hoje celebramos, são duas colunas da Igreja que contribuíram para a unidade da Igreja nascente”, sublinhou.
“A Igreja sendo santa mergulha na vida divina pelos sacramentos, para conhecer mais e perfeitamente o mistério de Cristo”, acrescentou, apelando que “urge mais do que nunca que os cristão saibam quem é o seu Senhor, que o saibam pela experiência. Que tenham clara a sua identidade a partir da experiência vivida em comunidade”.
“Somos nós a comunidade dos discípulos do ano 2024 e é a nós que Jesus pergunta: ‘vos quem dizeis que eu sou?’ Na verdade, o Senhor é o Emanuel, o Deus connosco. Que pelo ministério da encarnação veio habitar conosco e pelo mistério da redenção se faz nosso alimento. Assume a nossa condição, excepto no pecado”, explicou.
“O segredo para saber quem Ele é passa pela intimidade com Ele, passa pela Sagrada Escritura, passa pelos Sacramentos, passa pela caridade, nas qual nos purificamos à luz do mandamento do amor, e pelo amor à Igreja aprendemos desta mãe a ser Filhos do Pai. Esta é a realidade da Igreja cuja identidade foi dada por Cristo e zelosamente transmitida pelos Apóstolos e pelos cristão de todos os tempos”, acrescentou o Prelado.
“Reunimo-nos para louvar o Senhor pelos seus Apóstolos e para participarmos em alegria e em comunidade na ordenação presbiteral de Tomás Dias”, sublinhou o Arcebispo de Évora.
Depois o Arcebispo de Évora recordou que “o Papa Francisco apresenta as quatro colunas do sacerdócio ministerial, as quais são chamadas as quatro proximidades, que seguem o estilo de proximidade de Deus até à sua presença, o Emanuel”.
“A primeira coluna é a proximidade com o Senhor das proximidades. O sacerdote é convidado acima de tudo a cultivar esta proximidade e a intimidade com Deus e a partir desta relação poderá obter todas as forças necessárias para o seu ministério. Sem esta intimidade o ministério torna-se estéril e árido. Um padre que reza permanece na raiz do dom recebido no batismo”, explicou.
“A segunda é a proximidade do sacerdote com o Bispo. Com o vínculo com o Bispo o sacerdote escuta a vontade de Deus, tal como um filho atende à sábia orientação do pai”, referiu.
“A terceira proximidade é a da fraternidade entre os presbíteros. A fraternidade é escolher ser santo com os outros e não na solidão. Caminhar juntos na santidade, nos dons, nas qualidades, talentos e dificuldades de cada um. Foi assim com os doze e o Senhor, todos diferentes, frágeis, mas que o Senhor escolheu e enviou”, acrescentou.
“Hoje, meus irmãos sacerdotes, a profecia da fraternidade permanece viva e precisa de anunciadores”, apelou.
“A proximidade com Deus, com o Bispo e com os outros sacerdotes leva à quarta proximidade, a abertura aos outros homens que nos rodeia. A relação com o povo santo de Deus é uma graça”, apontou.
“Rogamos ao coração do bom Pastor, por intermédio de Maria, rainha dos corações, a nossa celestial Padroeira, Senhora da Conceição e a São Pedro, padroeiro da nossa cidade, a fortaleza interior para o nosso estimado diácono Tomás e no exemplo do seu ministério o dom de revelar a todos a proximidade de Deus que é Pai e Mãe de todos os homens e mulheres, jovens e crianças, de todos os seres humanos, seus filhos”, concluiu a homilia D. Francisco Senra Coelho.
Depois da homilia, o diácono Tomás Dias, eleito ao presbiterado começou por fazer a Promessa. De seguida, o eleito prostrou-se e cantaram-se as ladainhas.
Seguiu-se o momento da Imposição das Mãos, primeiro pelo Arcebispo de Évora, depois pelo Arcebispo de Évora Emérito e por todos os presbíteros presentes.
De seguida, o Prelado eborense fez a Oração de Ordenação. Depois foi imposta ao Ordenado a Estola à maneira presbiteral, tendo sido revestido com a Casula. Seguiu-se a Unção das Mãos com o Óleo do Crisma. Por fim, recebeu o Pão e o Vinho e o Ósculo da Paz do Arcebispo de Évora e de todos os presbíteros presentes.
No final da celebração, após a bênção do Arcebispo de Évora, o novo Presbítero agradeceu a todos os que contribuíram para que a sua ordenação fosse uma realidade.
O Arcebispo de Évora também agradeceu a todas as comunidades que contribuíram para a formação do P. Tomás e felicitou o presbitério eborense. “O Padre Tomás é para nós a certeza que o Senhor sempre nos acompanha”, concluiu o Prelado eborense.
Finalizada a celebração, o neo-sacerdote foi cumprimentado pelos seus familiares, amigos e fiéis, que receberam uma pagela comemorativa da Ordenação.
O P. Tomás Dias, que continuará o trabalho pastoral que está a realizar na Paróquia da Senhora da Saúde, em Évora, celebrará a Missa Nova, no dia 30 de junho, pelas 17h30 horas, na Igreja Matriz de Coruche.
Recorde-se que a Ordenação Diaconal de Tomás Dias, seminarista do Seminário de Nossa Senhora da Purificação – Maior de Évora, natural de Coruche, oriundo da parte ribatejana da Arquidiocese de Évora, decorreu no dia 8 de dezembro de 2023, pelas 17h00, na Catedral de Évora, na Eucaristia da Solenidade da Imaculada Conceição.
Texto de Pedro Miguel Conceição/a defesa
Homilia por ocasião da Solenidade de S. Pedro e S. Paulo (Ordenação sacerdotal do Diác. Tomás Dias)
29 de Junho de 2024
A Igreja celebra hoje, com solenidade, duas das suas colunas: os apóstolos S. Pedro e São Paulo. Embora se trate de dois homens diferentes, a complementaridade das suas vidas, personalidades e sensibilidades permitiram à Igreja nascente a consolidação da sua identidade em Nosso Senhor Jesus Cristo e no seu mandato evangelizador.
Assim, reunindo-nos hoje aqui nesta majestosa igreja de S. Francisco, Paroquial da Comunidade de São Pedro, Padroeiro da nossa cidade de Évora, a liturgia propõe-nos que o celebremos simultaneamente com o Apóstolo São Paulo já que, tal como refere o prefácio da Missa, «ambos trabalharam, cada um segundo a sua graça, para formar a única família de Cristo».
O nosso olhar sobre o dia de hoje destaca-se sobretudo na identidade da Igreja de Cristo a partir da complementaridade humana destes dois grandes apóstolos e na resposta de amor a dar após a compreensão de quem Ele é, Cristo-Jesus.
Meditando nas passagens do Evangelho, fixamos a nossa atenção nas duas perguntas que Jesus dirige aos Apóstolos e distinguimos a diferenciação que o texto evidencia: a opinião dos homens e do mundo é e tem de ser diferente da opinião dos Apóstolos. A primeira pergunta, “quem dizem os homens que é o Filho do Homem?”, tem como base uma referência sempre na terceira pessoa, fazendo notar uma realidade meramente conceptual do Messias esperado e a realidade interpretada superficialmente por aqueles que pouco conhecem da pessoa de Cristo. Portanto, as diferentes interpretações que os homens de então faziam de Cristo resumidas nas respostas citadas pelos discípulos demonstram a distância entre o conceito e a experiência, ou seja, os conceitos permanecem distantes do conhecimento experiencial que permite o conhecimento da identidade do Filho do Homem. Em contrapartida, a resposta de Pedro é bem diferente, não só porque Pedro e os apóstolos desenvolvem conceptualmente uma compreensão de Jesus a partir da sua experiência pessoal e de intimidade com Jesus a quem chamam “Senhor”, mas também porque a própria pergunta de Jesus é reveladora do seu mistério: “E vós, quem dizeis que Eu Sou?”. Para Jesus, não importa quem dizem os homens quem Ele é, mas sim se os discípulos sabem, conhecem e têm experiência de quem Ele é. Aos apóstolos compete saber quem é realmente o Senhor, o que apreendem do Seu Ser, o que alcançam da realidade de quem é, implicando simultaneamente a dimensão experimental e a dimensão conceptual. Neste dinamismo do conhecimento de Cristo, importa ter em conta que a certeira resposta de Pedro é fruto da complementaridade do uso da razão e do coração no dia-a-dia com o Divino Mestre. O acompanhamento diário e constante do Mestre permite a estes homens que o seguimento de Cristo ultrapasse as limitações do coração, mas também os que bloqueiem a hegemonia da razão.
É a partir da experiência da intimidade, do estar com Jesus, de ouvir, de fixar o olhar nos seus gestos e nas suas expressões, que permite aos discípulos saberem quem Ele é. Sem intimidade, sem a confiança profunda de quem estava lado a lado com o Senhor, os discípulos jamais saberiam quem Jesus realmente era, e por consequência a sua resposta seria equivalente à dos outros homens, circunscrita à esfera da opinião. Curiosamente, o Senhor acrescenta que não é a carne nem o sangue que permitem a Pedro responder convictamente “Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo”. O conhecimento dos apóstolos não se reduz a um factor étnico, cultural ou familiar, mas sim ao factor da Graça que actua na vida destes homens e que, simultaneamente, é acolhida nos seus corações.
A realidade do novo Israel que é Igreja é precisamente lida por S. Paulo à luz do Evangelho que meditamos. Igreja essa que também caminha nesta cidade e neste Alentejo e Ribatejo, na Arquidiocese que somos. S. Paulo apresenta a Igreja, como mistério no qual a comunidade crente dos baptizados se configura com o mistério da comunhão de Deus Uno e Trino, em torno do banquete do Sacrifício incruento e amoroso de Jesus. A Igreja, sendo santa, porque é corpo místico de Cristo, mergulha diariamente nesta vida divina, sobretudo pelos sacramentos, de modo a progressivamente conhecermos mais perfeitamente o Mistério de Cristo. Assim, embora devamos saber o que dizem os homens que é Cristo, creio que urge mais do que nunca, que os cristãos saibam quem é o Seu Senhor. Ou seja, tenham clara a sua identidade, não a partir de conceitos ideológicos, mas da experiência vivida e convivida em comunidade com Cristo Ressuscitado, o Filho de Deus, Salvador e Senhor da História.
A pergunta de Jesus aos apóstolos ecoa hoje nos nossos corações, porque somos nós a comunidade dos discípulos do ano 2024. “E vós, quem dizeis que Eu sou?”. Antes de podermos dar uma resposta, devemos saber o caminho e método para poder responder ao Senhor. Na verdade, o Senhor é o Emanuel, o Deus connosco, que pela incarnação veio habitar e estabelecer morada connosco, que se faz nosso alimento na Eucaristia e, portanto, que nos assume plenamente na nossa condição, excepto no pecado. Assim sendo, tendo o Senhor tão perto de nós, cabe-nos saber que o segredo para sabermos que Ele é passa pela intimidade com Ele nos meios que Ele tem à nossa disposição. Através dos sacramentos bebemos da fonte viva da salvação de Deus, pela Sagrada Escritura interiorizamos o que o Senhor nos diz e como nos ilumina a vida, pela caridade purificamo-nos à luz do mandamento do Amor e pelo amor à Igreja, aprendemos desta Mãe a ser Filhos do mesmo Pai. Esta é a realidade da Igreja, cuja identidade foi legada por Cristo e zelosamente transmitida pelos apóstolos e pelos cristãos de todos os tempos. Como tal, exorto-vos a aprofundar a vossa experiência sobre Cristo e sobre a sua Igreja que subsiste na Igreja Católica, como nos indica o Sagrado Concílio Vaticano II.
A identidade de Cristo é aferida na Sua Igreja, sobretudo na sua experiência orante e de caridade, tendo Pedro como seu princípio de unidade. Esta unidade da Igreja em torno do príncipe dos apóstolos faz-nos olhar para o tesouro do magistério pontifício que nos ensina onde e como encontrar o Senhor para o verdadeiramente o conhecermos. Sabemos que o Mistério da Sua vida revela-nos uma identidade continuamente em contradição com o mundo, daí o meu apelo como Pastor, de modo a que cada cristão possa perceber que o Cristo concebido ou esperado pelo mundo está distante do Cristo que se revela ao homem crente. Somos discípulos do crucificado e as certezas que temos na vida poderão passar pelo testemunho, tal como escutámos na leitura dos Actos dos Apóstolos.
Caros irmãos e irmãs reunimo-nos, não só para louvar os Santos, mas para participarmos com alegria e em comunidade na ordenação presbiteral do nosso querido diácono Tomás Dias. Como dissemos, S. Pedro e S. Paulo são as colunas da Igreja precisamente porque viveram o mistério de Cristo, identificaram-se com Ele e a sua vida foi um testemunho constante dessa experiência. Mas esta construção enquanto colunas da Igreja e modelos para o mundo, pressupõe uma construção interior forte e sólida garantida por fundamentos. Enquadrado nos trabalhos de abertura do Simpósio Internacional intitulado “Por uma teologia fundamental do sacerdócio”, realizado no ano de 2022, o Papa Francisco apresenta uma “pequena colheita” de experiências onde desenvolve aquelas que considera ser as quatro colunas constitutivas do sacerdócio, as quais, segundo as suas próprias palavras, podemos chamar de “quatro proximidades”, “porque seguem o estilo de Deus, que é fundamentalmente um estilo de proximidade”.
A primeira é a proximidade com o Senhor das proximidades. “O sacerdote é convidado, acima de tudo, a cultivar essa proximidade, a intimidade com Deus, e a partir dessa relação poderá obter todas as forças necessárias para o seu ministério. Sem uma relação significativa com o Senhor, o nosso ministério está destinado a se tornar estéril”. Muitas crises terão a sua origem na fraca vida de oração, de proximidade com o Deus. Contrariamente, “um padre que reza permanece, na raiz, um cristão que compreendeu até o fim o dom recebido no Batismo”. Como filho humilde, o sacerdote deve “Abraçar, aceitar e apresentar a própria miséria na proximidade com o Senhor” e deste modo, “pouco a pouco, abrir espaço para toda a miséria e a dor que ele encontrar cotidianamente no seu ministério” ser fortalecida “a ponto de se tornar ele mesmo como o coração de Cristo”.
A segunda proximidade é com o Bispo. “Por muito tempo, esta segunda aproximação foi lida apenas de forma unilateral” e focada numa obediência de puro dever, sem amor e liberdade. “A obediência não é um atributo disciplinar, mas a característica mais forte dos vínculos que nos unem em comunhão”. Pelo vinculo com o Bispo, o sacerdote escuta a vontade de Deus, tal como um filho atende piedosamente à sábia orientação de um pai. Infelizmente, para destruir a fecundidade deste amor e vínculo, o mal “procura minar os vínculos que nos constituem” como Igreja. “Defender os vínculos do sacerdote com a Igreja particular, com o instituto a que pertence e com o bispo torna a vida sacerdotal confiável”.
Partindo desta comunhão com o Bispo, atingimos a terceira proximidade, a proximidade da fraternidade entre os presbíteros. No dizer do Papa, a “Fraternidade é escolher deliberadamente tentar ser santo com os outros e não na solidão, santo com os outros”. O egoísmo e o interesse próprio morrem e não abrem espaço a iras, ressentimentos e desconfianças. “Hoje, a profecia da fraternidade permanece viva e precisa de anunciadores; precisa de pessoas que, conscientes dos seus próprios limites e das dificuldades que se apresentam, se deixem tocar, interpelar e comover pelas palavras do Senhor: “Nisto todos conhecerão que vocês são meus discípulos: se vocês tiverem amor uns aos outros” (Jo 13,35)”.
A proximidade com Deus, com o Bispo e com os sacerdotes tem como corolário a abertura aos outros homens que nos rodeiam, porque “O amor fraterno, para os presbíteros, não permanece fechado em um pequeno grupo, mas se conjuga como caridade pastoral, que impele a vivê-lo concretamente na missão”.
A relação com o Povo Santo de Deus não é um dever mas uma graça. “O amor às pessoas é uma força espiritual que favorece o encontro em plenitude com Deus”, testemunha a Exortação Apostólica Evangelii gaudium, n. 272, do Papa Francisco. Conjugam-se assim duas paixões: “uma paixão por Jesus, e simultaneamente uma paixão pelo seu povo”. Nisto está a identidade sacerdotal que “enriquecida com as ‘outras proximidades’, convida – e em certa medida exige – a levar adiante o estilo do Senhor, que é um estilo de proximidade, de compaixão e de ternura, porque é capaz de caminhar não como um juiz, mas como o Bom Samaritano, que reconhece as feridas do seu povo, os sofrimentos vividos em silêncio, a abnegação e os sacrifícios de tantos pais e mães para levar em frente as suas famílias e também as consequências da violência, da corrupção e da indiferença, que, na sua passagem, tenta silenciar toda esperança. Proximidade que permite ungir as feridas e proclamar um ano de graça do Senhor (cf. Is 61,2)”. Proximidade que eliminará, perante os que nos rodeiam, a “orfandade” espiritual, uma verdadeira e tremenda chaga dos corações de tantos homens e mulheres dos nossos tempos.
Rogamos ao Sagrado Coração de Jesus, por intermédio de Maria, a Rainha dos Corações, e a S. Pedro padroeiro da nossa cidade, a fortaleza interior para o nosso estimado diácono Tomás e, no exemplo de seu ministério, o dom de revelar a todos proximidade de um Deus que é Pai e Mãe dos Homens seus filhos.