Na manhã deste domingo, dia 8 de setembro, pelas 12h, ainda integrado no rescaldo da Visita Pastoral 2024, o Arcebispo de Évora presidiu às Festas de Nossa Senhora do Mileu, em Veiros, com Eucaristia e Procissão.
Na manhã deste domingo, dia 8 de setembro, pelas 12h, ainda integrado no rescaldo da Visita Pastoral 2024, o Arcebispo de Évora presidiu às Festas de Nossa Senhora do Mileu, em Veiros, com Eucaristia e Procissão.
A Real Irmandade de Nossa Senhora da Saúde de Évora comunica que, segundo programa abaixo, decorrerá no próximo dia 8 de Setembro a Missa Solene e a solene procissão em honra de Nossa Senhora da Saúde de Évora, sua Augusta Padroeira, que serão presididas pelo Arcebispo de Évora.
No dia 7 , pelas 21 horas, decorreu no interior da igreja de Santo Antão uma Serenata composta de fado e declamações poéticas em honra de Nossa Senhora.
Recorde-se que Mesa da Real Irmandade de Nossa Senhora da Saúde de Évora emitira um comunicado no qual informa que a Festa em honra de Nossa Senhora da Saúde de Évora vai passar a realizar-se, a partir do corrente ano, a 8 de setembro.
Partilhamos o Comunicado na íntegra:
“A Real Irmandade de Nossa Senhora da Saúde de Évora vem, por este meio, comunicar a toda a população que decidiu em reunião de Assembleia Geral, com aprovação do Senhor Arcebispo e do nosso Reverendo Capelão, realizar as Festas em honra da sua Padroeira a partir do corrente ano de 2024, a 8 de Setembro ou no fim de semana mais próximo do dia 8, e não no primeiro Domingo de Julho como se tem realizado. O dia 8 de Setembro é o dia em que a Igreja comemora a Natividade de Nossa Senhora e não sendo uma festividade fixa em final de semana exige que anualmente a festa seja realizada anualmente no calendário do mês de Setembro. Este ano, não é o caso, o dia 8 de Setembro recai num Domingo.O mês de Julho revelou-se um mês muito quente para a realização da procissão, uma altura de férias e de maior dificuldade de agenda para reunir instituições e apoios que a festa requer. A Mesa da Irmandade levando esta questão à Assembleia Geral solucionou a situação pelo dia 8 de Setembro pela especial invocação Mariana da data e porque quando a Imagem de Nossa Senhora ainda estava na Igreja do Convento de Santa Margarida, segundo Túlio Espanca, era essa a data original das Festas.
A Festa será composta de Tríduo preparatório, Serenata a Nossa Senhora, Missa Solene e Solene Procissão como usualmente se tem realizado desde 2018.
Contamos com a presença de todos os fiéis neste acto de Fé e amor à Virgem Santa Maria.”
Na tarde deste domingo, 19 de Maio, na Catedral de Évora, o Prelado eborense presidiu à Eucaristia da Solenidade de Pentecostes na qual 5 jovens foram baptizados e receberam os Sacramentos da Iniciação Cristã e cerca de 50 jovens e adultos das Paróquias do Centro Histórico de Évora, da Pastoral Universitária e da Paróquia de Arraiolos receberam o Sacramento da Confirmação.
(Fotos: Pedro Miguel Conceição/a Semanário A Defesa)
Desde o dia 17 de março, com a chegada a Imagem Peregrina de Nossa Senhora da Conceição a São Bento do Cortiço, o Arcebispo de Évora iniciou a Visita Pastoral Missionária àquela Unidade Paroquial de Sousel.
Até domingo, dia 24 de março, o Prelado eborense visitou as comunidades, as instituições e encontrou-se com as forças vivas de São Bento do Cortiço e de Sousel.
No sábado, dia 23 de março, pelas 17h00, D. Francisco José Senra Coelho, presidiu ao Encerramento da Visita Pastoral Missionária a São Bento do Cortiço com celebração da Missa Vespertina com a Bênção e Procissão de Ramos. De seguida, pelas 18h30, decorreu a Procissão e cortejo automóvel com a Imagem da Virgem Peregrina de Nossa Senhora da Conceição de São Bento do Cortiço para a Igreja Matriz de Sousel.
No domingo dia 24 de março, pelas 11h30, o Prelado eborense presidiu à Eucaristia dominical, na Matriz Sousel, com a Bênção e Procissão de Ramos.
No domingo de Páscoa, 31 de março, pelas 12h00, D. Francisco Senra Coelho presidirá ao Encerramento da Visita Pastoral Missionária a Sousel, com a celebração da Eucaristia da Solenidade da Páscoa, na qual ministrará o Sacramento da Confirmação.
A Semana Santa 2024 começou a ser vivida em pleno na Catedral de Évora, assim como por toda a Arquidiocese.
Em Évora, neste dia 24 de março, Domingo de Ramos, pelas 17h30, D. Francisco José Senra Coelho, presidiu à Bênção dos Ramos, na igreja da Misericórdia, seguindo-se a Procissão para a Catedral eborense onde foi celebrada a Eucaristia.
A celebração, transmitida em direto pelo canal de Youtube da Arquidiocese, numa produção do Departamento de Comunicação da Arquidiocese de Évora com o apoio da Comunidade Canção Nova de Évora, foi animada liturgicamente pelo Coro Stela Matutina e contou com a participação de um número significativo de fiéis.
À homilia, o Prelado eborense começou por dizer que “o Domingo de Ramos é a entrada na magna Semana do Tempo Litúrgico, a Semana Santa. É um clima de paradoxos, começamos por contemplar a entrada triunfal do Salvador em Jerusalém e terminamos por nos compadecer dele diante das traições e torturas da sua gloriosa paixão.”
“O centro da liturgia de hoje é a resposta à questão fundamental do cristianismo: Quem é Jesus Cristo?”, prosseguiu, acrescentando que “esta pergunta percorre todo o Evangelho segundo São Marcos. É o próprio Jesus quem toma a iniciativa de colocar a questão – Quem dizeis que eu sou? – Agora no relato da paixão volta a aparecer na expectativa de resposta uma pergunta semelhante: És tu o Messias, o filho de Deus?”.
“A chave para desvendar quem é Jesus está nos seus últimos dias da sua existência terrena. A resposta inequívoca está latente desde o princípio ao fim do Evangelho, formando um arco perfeito entre as primeiras palavras do evangelista: “Princípio do Evangelho de Jesus Cristo, filho de Deus”; e as últimas do seu relato evangélico expressas pelos lábios do Centurião: “Na verdade este homem era filho de Deus”.
“O verdadeiro significado de filho de Deus não pode ser compreendido sem o conteúdo da Paixão. O filho de Deus é a revelação plena do Pai, o Servo sofredor, o Messias crucificado, o Salvador ferido, a entrega gratuita até à morte na Cruz, como tão bem expressa o profeta Isaías no texto escutado e ainda tão inspiradamente nos descreve o Salmo responsorial: “Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes? O Salmo messiânico que Cristo reza, identificando-se com esse Messias prometido, fazendo acontecer n’Ele essa entrega pelo povo, pela humanidade, segunda vontade do Pai”, desenvolveu o Prelado.
Depois, falando sobre a figura de Pedro no relato da Paixão, o Arcebispo de Évora sublinhou que “quando se apercebeu (Pedro) da sua incredibilidade, da sua diferença na esperança, do reino de Deus que chegara, que Jesus se apresentara como servo sofredor (…) Pedro chorou amarga e arrependidamente, e por esse meio fez descoberta do rosto amoroso de Deus em Jesus de Nazaré, o Filho de Deus e Salvador”.
“Caros irmãos, tal como Pedro, só compreenderemos esta pergunta, – quem é Jesus Cristo? – depois de fazermos semelhante experiência vital, aquilo a que chamamos o encontro com a misericórdia de Deus. Depois de nos descobrirmos pobres e nos encontrarmos nesta dimensão da finitude com todos os irmãos. É nessa escola, percorreremos com os irmãos a consciência da solidariedade fraterna dos que na sua pobreza sabem repartir, que nas suas diferenças se sabem respeitar, que na sua dimensão de consciência se sabem aceitar, tolerar numa atitude profunda de consciência de um povo que na sua dimensão de sofrimento se encontra e se descobre fraterna e solidariamente”, explicou o Prelado.
“Quantas vezes nós juramos um amor incondicional, mas seguimos os nossos ídolos e caprichos próprios? Queremos amar sim, mas amamos às metades. De alguma maneira negamos e traímos esse nosso desejo profundo de nos entregarmos à dimensão do amor, do serviço dedicado e gratuito”, questionou os presentes o Arcebispo de Évora, acrescentando que “é nesta descoberta da nossa incoerência e da nossa inconsistência que reclamamos pedindo a presença de Deus Pai. E é nesse encontro que descobrimos a Sua mão paterna e o seu olhar desafiante: “Levanta-te e segue-me”.
“É nestas vivências relatadas que o ato de amor oblativo e agápico d’Aquele que dá a vida por nós, apresenta o mais belo sinal da presença de Deus no mundo. A plenitude da revelação do rosto misericordioso do Pai, Jesus Cristo, Filho de Deus e Salvador, a primeira proclamação do Kerigma, a descoberta dos cristãos, dos discípulos, de quem é Jesus de Nazaré, Filho de Deus, Salvador”, prosseguiu D. Francisco Senra Coelho.
“Conhecer Jesus Cristo implica fazer o caminho que fizeram aqueles homens e mulheres, assumindo-nos como novos discípulos. Este é o ponto central: colocarmo-nos no caminho do discipulado, dispostos a aprender com Ele e a segui-Lo, deixar de lado todas as resistências e entrarmos na história da Salvação”, sublinhou o Prelado, apelando a todos para nos “encontrarmos com o Senhor com toda a nossa realidade, tendo esta consciência que Ele nos acolhe, nos ama como somos. Na verdade, da nossa vida, nada Ele exclui, tudo lhe entregamos para que a nossa conversão implique todo o nosso ser humano, sem dicotomias, sem divisões em nós, mas na unidade do nosso ser”.
“Que nesta tarde, esta contemplação do relato da Paixão nos convença de que Cristo é o único Caminho, a única Verdade e a única Vida rumo à Páscoa Redentora. Que é Ele o centro da história e a chave da história. Que só n’Ele, verdadeiramente, nos redescobrimos. Ele é para nós a referência da nossa própria identidade”, apontou o Prelado, acrescentando que “n’Ele, filhos de Deus, fazemos a experiência da nossa dimensão mais sagrada. Sem ele, percebemos como o homem se destrói, como o homem se aniquila, como o homem se desconhece, como o homem se coisifica, como o homem se pode manipular. Sem Ele, a família perde a sua beleza, o seu encanto. A vida desde o seu nascer ao seu declinar não se sente como sagrada, mas como vida manipulável. É Ele que dá a última palavra à dignidade do ser humano, à dimensão da nossa vivência e convivência”.
“Que Maria Santíssima nos fortaleça e nos anime a permanecer junto à Cruz do nosso tempo, à Cruz do Seu divino Filho, tão presente em tantos momentos da nossa existência e a perseverar na fé até ao fim da nossa vida”, referiu o Arcebispo de Évora, destacando que “muitas vezes sentimos e ouvimos o desabafo do silêncio de Deus, de um Deus que não se faz ouvir na história e no mundo de hoje. Porém, olhando bem para os sinais dos tempos, lendo bem os acontecimentos que nos envolvem, Deus grita tão alto nos que têm fome e sede de paz, nos que têm direito à dignidade humana e são espezinhados, na morte dos inocentes, no desprezo dos sós e dos idosos, nas vítimas da guerra, no clamor dos campos de imigrantes e desterrados, no sofrimento de um mundo que na sua dor grita por sentido, por luz, caminho, verdade e vida”.
“Um mundo que nos interpela e que nos pede que sejamos Igreja em saída, Discípulos Missionários da Esperança e que levemos na verdade este Cristo tão interpelado nos sinais que o mundo faz chegar até ao nosso coração”, disse o Prelado, apelando que “sejamos contados, sempre contados, entre os discípulos do Salvador. Que permaneçamos fiéis até ao fim, em meio das tormentas e dificuldades próprias da história de cada tempo, no nosso tempo e na nossa geração. E que por fim alcancemos o fruto supremo da paixão do Senhor, a vida nova da graça e da verdade eternas. Com Cristo, permaneceremos na luz e seremos capazes de refletir e de testemunhar em gestos concretos de fraterna solidariedade, de caridade perante os homens que O buscam e O procuram”.
“Que cada um de nós, com o seu encontro com Cristo, à maneira de Pedro, saibamos indicar onde Ele está, onde Ele mora, quem é que Ele é e o que significa para nós na história da salvação da nossa história pessoal, da nossa vida. Que sejamos capazes de dizer com a nossa vida que somos pessoas salvas e que Ele é o único Salvador e que, por isso, o queremos entregar à humanidade que o procura mesmo tantas vezes sem saber”, disse D. Francisco Senra Coelho
“Que esta Semana Santa nos faça viver momentos de encontro, de renovação da nossa vida. Que voltemos a fundo do nosso batismo, ao nosso renascimento espiritual. Que façamos parte dos amigos de Jesus, do corajoso José de Arimateia, daqueles que O procuram de noite e que vão ao Seu encontro e Lhe perguntam o que tem que fazer para ser salvo. Como Nicodemos, saibamos renascer das nossas noites em madrugadas de Páscoa. Para lá vamos, será esse o fim, a aurora, a madrugada desta Semana Santa”, concluiu o Arcebispo de Évora.
No dia 23 de março, pelas 15 horas, na Igreja de Nossa Senhora Auxiliadora (Salesianos), em Évora, realiza-se a Festa Anual da Legião de Maria – “Acies”.
Convidam-se todos os membros ativos e auxiliares do Movimento Apostólico e para todos os interessados que queiram participar.
A Mesa da Irmandade de Nossa Senhora das Dores de Évora comunica que de 16 a 22 de Março de 2024 decorrerá o Septenário em honra de Nossa Senhora das Dores na Igreja de S. Tiago, sede da Irmandade.
O programa será o seguinte:
– dia 16 de março, às 17h30, Eucaristia com entronização de novos Irmãos;
– dias 17 a 20 de março, às 18h, Terço e pregação;
– dia 21 de março, às 17h, celebração penitencial, seguida de terço e pregação, às 18h;
– dia 22 de março, às 18, Missa e encerramento.
“Desejando dar todo o esplendor e Fé aos actos religiosos que se avizinham a caminho da Santa Páscoa convida-se toda a população da cidade a tomar parte nestas celebrações”, convida a A Mesa da Irmandade de Nossa Senhora das Dores de Évora.
No dia 19 de Março, a Comunidade das Irmãs Servidoras do Senhor e da Virgem de Matará do Mosteiro de Santa Maria Scala Coeli, em Évora, celebrará a solenidade de São José, com a Eucaristia às 9h, que será transmitida em direto na Rádio Maria – 97.5 FM.
Nesta data, a Comunidade celebra também o 36.º aniversário da Fundação do Instituto das Servidoras do Senhor e da Virgem de Matará.
HOMILIA DO ARCEBISPO DE ÉVORA
SOLENIDADE DA IMACULADA CONCEIÇÃO
Basílica Metropolitana de Évora 08/XII/2023
Ordenação Diácono Tomás Dias
Com que alegria celebramos em Tempo de Advento a Solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora! Fazemo-lo na contemplação da beleza d’Aquela que, na História da Salvação, nos é oferecida por Cristo como Mãe e Ícone da Igreja e de cada Cristão. Fruto de uma compreensão constante do papel de Maria, o Papa Pio IX, a 8 de dezembro de 1854 definiu solenemente na Bula “Inefabilis Deus” que «a Beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua conceição, por singular graça e privilégio de Deus omnipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do género humano, foi preservada imune de toda a mancha do pecado original (…)».
Refletindo sobre esta definição, o Papa Francisco explicou-nos que «Maria foi preservada do pecado original, isto é. Daquela fratura na comunhão com Deus e com os outros, e com o que foi criado, que fere profundamente todo o ser humano». Para o Santo Padre, esta fratura «foi sanada antecipadamente na Mãe d’Aquele que veio para nos libertar da escravidão do pecado. A Imaculada está inscrita no desígnio de Deus; é fruto do Amor de Deus que Salva o mundo». O Papa lembra-nos ainda que Maria, proveniente de Nazaré, pequena localidade da Galileia, na periferia de Israel e ainda mais do Império Romano, nunca se distanciou todavia do Amor de Deus, toda a sua vida e todo o seu Ser é um SIM a esse Amor, é um SIM a Deus. Recorda-nos o Bispo de Roma, que «também nós, desde sempre, fomos escolhidos por Deus para viver uma vida santa, livre do pecado. É um projeto do Amor que Deus renova cada vez que nos aproximamos d’Ele, especialmente nos Sacramentos.»
Assim, «contemplando a beleza da nossa Mãe Imaculada, reconhecemos também a nossa vocação mais autêntica e profunda: sermos amados, sermos transformados pelo Amor, sermos tocados e transformados pela beleza de Deus. Deixemo-nos por isso, guardar por ela, para aprendermos a ser mais humildes, e também mais corajosos no seguimento da Palavra de Deus; para colhermos o terno abraço do Seu Filho Jesus, um abraço que nos dá vida, esperança e paz».
O Livro do Génesis, relata-nos a rutura da relação transparente de Deus com a Humanidade, representada em Adão e Eva. Nesta metáfora está representada a sede que a humanidade, constantemente revela, de ocupar o lugar de Deus na criação, de assumir o controlo total do mundo e de dominar o seu próprio destino. Neste contexto bíblico, anuncia-se a vitória de uma Mulher que frequentemente os Padres da Igreja identificam com a Igreja e com Maria. A Mulher é apresentada e é pré-anunciada como a nova Eva, aquela que será a Mãe do Redentor, Aquele que virá repor toda a criação na fidelidade ao projeto original de Deus, no dizer de santo Irineu de Lion, “recapitular todas as coisas em Deus”.
Esta profecia vetero-testamentária cumpre-se em nazaré. Longe dos olhares humanos. Maria é proclamada cheia de Graça. Ao aceitar a Palavra de Deus, Ela dispõe-se a trazer a salvação de Deus o Emanuel ao meio dos homens.
Deus não impõe, mas propõe, como fez com a Virgem de Nazaré. Se n’Ela, Deus quis precisar do seu SIM para que o Verbo de Deus, se formasse e se fizesse homem, Jesus Cristo nascendo como Redentor de todo o Homem e do Homem todo, hoje, a caminho do Natal, a Palavra do Senhor convida-nos a deixarmos que essa mesma Palavra gere Jesus nos nossos corações e nas nossas vidas para que, como discípulos missionários, O possamos anunciar, testemunhar e transmitir, para salvação de muitos e de muitas. Eis o apelo: deixar que Cristo se forme em nós para que sejamos discípulos missionários, com testemunhos de vida contagiantes, sempre na Alegria do Evangelho. «Grande maravilha fez por nós o Senhor, por isso, exultamos de alegria!». É no testemunho desta alegre esperança, que revelamos o rosto sempre novo da Igreja.
O que é singular em Maria tem validade e, sobretudo, luminosidade para a globalidade da Igreja, O que Maria será o que cada Comunidade eclesial é convidada a ser continuamente. Para Cristo, Maria é a segunda Eva, aquela que restaura, pela sua obediência, o que a primeira havia corrompido pela sua desobediência; assim, ela é a verdadeira colaboradora da obra salvífica de Cristo e o “recetáculo” da Igreja, como lembra Santo Ambrósio.
Na segunda leitura, o Apóstolo São Paulo proclama aos Efésios a sua vocação à Santidade, enquanto Filhos de Deus, herdeiros da Eternidade e Pedras Vivas da Igreja de Cristo. A nossa vocação batismal insere-nos na Igreja e faz de cada um de nós membros vivos do Povo de Deus. A eclesialidade é uma referência incontornável para os discípulos missionários: «Não pode ter Deus por Pai, quem não tiver a Igreja por Mãe» ensina S. Cipriano de Cartágo.
Quem quiser encontrar um modelo para a sua vivência batismal e eclesial tem em Maria a referência maior e o auxílio supremo. É que Maria pertence à Igreja, verdade que nem sempre parece ser valorizada. Ela é parte do mesmo Povo santo de Deus que formamos e o membro mais eminente da Igreja, porém não está fora dela ela é connosco, discípula, Mãe, testemunho e Mestra. É Igreja.
Caro Tomás Tomaz da Costa Patrício Dias, a conclusões até então apresentadas pelo Sínodo sobre a Sinodalidade dizem-nos que os Diáconos e presbíteros estão comprometidos nas mais diferentes formas do ministério pastoral: o serviço nas paróquias, a evangelização, a proximidade aos pobres e marginalizados, o compromisso no mundo da cultura e da educação, a missão ad gentes, o estudo teológico, a animação de centros de espiritualidade e muitos outros. Numa Igreja sinodal, os ministros ordenados são chamados a viver o seu serviço ao Povo de Deus numa atitude de proximidade às pessoas, de acolhimento e de escuta de todos e a cultivar uma profunda espiritualidade pessoal e uma vida de oração. São chamados, sobretudo, a repensar o exercício da autoridade seguindo o modelo de Jesus que, «sendo de condição divina, […] esvaziou-se a Si mesmo, assumindo a condição de servo» (Flp 2,6-7). A Assembleia reconhece que muitos presbíteros e diáconos, com a sua dedicação, tornam visível o rosto de Cristo Bom Pastor e Servo.
Um obstáculo ao ministério e à missão é constituído pelo clericalismo. Este nasce da má compreensão do chamamento divino, que leva a concebê-la mais como um privilégio que como um serviço, e manifesta-se num estilo de poder mundano que se recusa a prestar contas. Esta deformação do sacerdócio deve ser contrastada, desde as primeiras fases da formação, através de um contacto vivo com a quotidianidade do Povo de Deus e de uma experiência concreta de serviço às pessoas mais necessitadas. Hoje, não se pode imaginar o ministério do presbítero, a não ser em relação com o Bispo, no presbitério, em profunda comunhão com os outros ministérios e carismas. Infelizmente, o clericalismo é uma atitude que pode manifestar-se não apenas nos ministros, mas também nos leigos.
A autoconsciência das próprias capacidades bem como dos próprios limites é um requisito para se comprometer no ministério ordenado com um estilo de corresponsabilidade. Por isso mesmo, a formação humana deve garantir um percurso de conhecimento realista de si mesmo, que se integre com o crescimento cultural, espiritual e apostólico. Neste percurso, não se deve subvalorizar o contributo da família de origem e da comunidade cristã, dentro da qual o jovem amadureceu a sua vocação, e de outras famílias que acompanham o seu crescimento.
Os presbíteros são os principais cooperadores dos bispos e formam com eles um único presbitério (cf. LG 28); os diáconos, ordenados para o ministério, servem o Povo de Deus na diaconia da Palavra, da liturgia, mas sobretudo da caridade (cf. LG 29). Em relação a eles, a Assembleia exprime, antes de mais, uma profunda gratidão. Consciente de que podem experimentar solidão e isolamento, recomenda às comunidades cristãs que os apoiem com a oração, a amizade, a colaboração.
Caros Irmãs e Irmãos, o Papa Francisco tem insistido na identidade missionária dos discípulos de Jesus Cristo, lembrando-nos que somos discípulos missionários e não discípulos e missionários, pois não existem discípulos não missionários. Ora a missão é a vocação a que o Senhor nos convida a viver na família, na sociedade e na Igreja, por isso a pastoral vocacional é transversal ao catecumenado cristão pré ou pós-batismal, na catequese das diversas etapas da vida, em todas as comunidades cristãs, Associações de fiéis ou movimentos eclesiais.
Na “estrada de Damasco”, Saulo ao encontrar-se com Cristo, descobria simultaneamente o mistério da Comunidade Cristã, «Eu sou Cristo a quem tu persegues nos meus irmãos» (ACT 9, 5) e a sua vocação «Ai de mim se não Evangelizar» (1Cor 9,16), por isso quando nos encontramos com Cristo Ressuscitado, percebemos também o mistério da Igreja e da nossa vocação concreta no contexto da missão.
É sempre tempo favorável, Kairós, para nos abrirmos ao chamamento
do Senhor, ou para renovarmos a alegria do SIM que um dia demos. Eis-nos perante o desafio de renovarmos a Alegria do Evangelho o SIM constantemente dado e de continuarmos a ser Comunidades em saída, instrumentos de Cristo pela convocação e pelo chamamento. Nós somos hoje o “Vem e segue-me” de Cristo!
Que a Imaculada Virgem Maria, esteja sempre presente, como Mãe e educadora nesse SIM.
+ Francisco José Senra Coelho
Arcebispo de Évora
ARCEBISPO DE ÉVORA
HOMILIA SOLENIDADE DA IMACULADA CONCEIÇÃO
VILA VIÇOSA 08/XII/2023
Em pleno tempo de Advento, celebramos a Solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria. Advento é convite incessante para a preparação para o encontro com o Senhor, fazendo de cada celebração litúrgica um encontro com o Senhor; de cada encontro humano, uma oportunidade de crescimento e amadurecimento na humanização; de cada cruz da vida, uma esperança pascal, até que o Senhor venha definitivamente às nossas vidas e, finalmente, ao encontro de toda a Humanidade.
O Advento centra-nos na Esperança e na Vigilância, convidando-nos a caminhar até Cristo. Este caminho faz-se pelo progresso da vida espiritual, numa crescente identificação com o Reino de Deus, proclamado por Cristo. Este caminho exige-nos conversão, para que seja possível a nossa identificação com os valores e critérios do Reino de Deus, proclamado pelo Senhor Jesus. Vigiar sempre, sem nunca deixar de esperar, é a concretização deste espírito de conversão, de metanoia própria da nossa cristificação.
As leituras bíblicas que acabámos de acolher em nossas vidas, convidam-nos a contemplarmos Maria, a Mãe de Jesus, a sua primeira e mais excelsa discípula.
Na primeira leitura, retirada do Livro do Génesis, o autor Sagrado explica, mediante uma narrativa alegórica, repleta de metáforas, e etiológica, a transgressão original, da qual sobressai a repetida tentação da Humanidade prescindir de Deus e de querer ser como Deus. O Evangelho apresenta a Virgem Maria como resposta a esta desordem original e originante. À criação de Eva, por parte de Deus, responde o mesmo Senhor com a nova criação que, em Maria, começa, com a Sua entrega incondicional à vontade de Deus: «Faça-se em mim, segundo a Vossa Palavra». É que Maria sabe que Deus é o Senhor da História e, por isso, é o Senhor da Sua vida.
Um comentador bíblico contemporâneo afirma que, «em Maria, Deus contempla aquilo que gostaria de ver em cada um de nós»; é neste contexto que o Apóstolo Paulo, no passado Domingo, dizia aos Filipenses: «Tenho plena confiança de que Aquele que começou em vós tão boa obra, há-de levá-la a bom termo, até ao dia de Cristo Jesus».
Deus não impõe, mas propõe, como fez com a Virgem de Nazaré. Se n’Ela, Deus quis precisar do seu SIM para que o Verbo de Deus, Jesus Cristo, se formasse e se fizesse homem, nascendo como Redentor de todo o Homem e do Homem todo, hoje, a caminho do Natal, a Palavra do Senhor convida-nos a deixarmos que essa mesma Palavra gere Jesus nos nossos corações e nas nossas vidas para que, como discípulos missionários, O possamos anunciar, testemunhar e transmitir, para salvação de muitos e de muitas. Eis o apelo desta Solenidade, em tempo de Advento: deixar que Cristo se forme em nós para que sejamos discípulos missionários, com testemunhos de vida contagiantes, sempre na Alegria do Evangelho. «Grandes maravilhas fez por nós o Senhor, por isso, exultamos de alegria!».
Na segunda leitura, ouvimos o Apóstolo Paulo proclamar aos Efésios a sua vocação à Santidade, enquanto Filhos de Deus, herdeiros da Eternidade e Pedras Vivas da Igreja de Cristo. A nossa vocação batismal insere-nos na Igreja e faz de cada um de nós membros vivos do Povo de Deus. A eclesialidade é uma referência incontornável para os discípulos missionários: «Que ninguém chame Pai a Deus, se não chamar Mãe à Igreja!»
Na Virgem Maria, encontramos um modelo para a sua vivência eclesial tem em Maria a referência maior e o auxílio supremo. É que Maria pertence à Igreja, verdade que nem sempre parece ser valorizada. Ela faz parte do mesmo povo que nós. É o membro mais eminente da Igreja, mas não está fora dela. Santo Agostinho, que a proclama «santa e bem-aventurada», não hesita em sustentar que «é mais importante a Igreja do que a Virgem Maria». Precisamente «porque Maria é uma parte da Igreja, membro santo, membro excelente, membro supereminente, mas, apesar disso, membro do corpo total».
O que é singular em Maria tem validade e, sobretudo, luminosidade para a globalidade da Igreja, O que Maria foi é o que a Igreja é convidada a ser continuamente. Para Cristo, Maria é a segunda Eva, aquela que restaura, pela sua obediência, o que a primeira havia corrompido pela sua desobediência; assim, ela é a verdadeira auxiliar da obra salvífica de Cristo e o “recetáculo” da Igreja, como lembra Santo Ambrósio.
Os Padres da Igreja gostam de sublinhar que Maria é, ao mesmo tempo, Virgem e Mãe: virgem, pois preserva o seu corpo para a encarnação da Palavra divina, no seio da fé – tornando-se, assim, mãe de uma forma inimitável. Maria é a figura-tipo da Igreja, não como mera “prefiguração”, mas, sim, enquanto arquétipo, isto é, enquanto “ideia” realizada de forma perfeita e inigualável e é, por isso mesmo, na sua ação pessoal, no seio da comunhão dos santos, a única que é perfeitamente adequada e coextensiva à eficácia da Igreja como “auxiliar” de Cristo. A missão de Maria reside na sua maternidade. Ela é a mãe dos membros de Cristo porque, pelo seu dom de amor «contribuiu para que nasçam na Igreja os crentes». Os Padres conciliares quiseram retomar esta ideia ao afirmarem, na Constituição Dogmática Lumen Gentium: «No mistério da Igreja, a qual é também com razão chamada mãe e virgem, a bem-aventurada Virgem Maria foi adiante, como modelo eminente e único de virgem e de mãe», com Aquela que foi sempre de Deus, desde o seu primeiro instante, pela Sua Imaculada Conceição.
A nossa Arquidiocese no seu Plano Pastoral para este ano, tão valorizado pelo 53º Congresso Eucarístico Internacional de Quito, no Equador, a decorrer de 8 a 15 de Setembro de 2024, e o Congresso Eucarístico Nacional previsto para Braga também no próximo ano entre os dias 31 de Maio, 1 e 2 de Junho, leva-nos a centrar a nossa atenção na Eucaristia.
De facto, a celebração da Eucaristia, sobretudo ao domingo, é a forma primeira e fundamental com a qual o Santo Povo de Deus se reúne e se encontra. Onde não for possível celebrá-la, a comunidade, mesmo desejando-a, recolhe-se à volta da celebração da Palavra. Na Eucaristia celebramos um mistério de graça do qual não somos nós mesmos os artífices. Chamando-nos a participar do seu Corpo e do seu Sangue, o Senhor torna-nos um só corpo entre e nós e com Ele.
Minhas Irmãs e meus Irmãos, a Eucaristia é o centro da vida cristã para onde tudo converge e donde tudo dimana. Pela celebração eucarística o Senhor Jesus renova a sua presença entre nós “até ao fim dos tempos”. Nela se torna presente Cristo Salvador, se torna manifesto o ministério sacerdotal e se exprimem os serviços e ministérios laicais. Na Eucaristia, a comunidade louva o Senhor, reza e implora as graças e bênçãos para a sua vida. Sem a vida nova que brota da Eucaristia, a comunidade perde vigor e o entusiasmo da fé vai-se desvanecendo irremediavelmente.
A Virgem Maria, Senhora do Pentecostes e Mãe educadora da nossa Fé, convida-nos a renovarmos as nossa vidas Cristificando-as a partir do dom da Eucaristia. Eis o seu convite: “Fazei tudo o que Ele vos disser”.
É sempre tempo favorável, Kairós, para nos abrirmos ao chamamento do Senhor, ou para renovarmos a alegria do SIM que um dia demos. Com Maria, Mãe intercessora, façamos a entrega de nossas vidas a Cristo, a fim de por Ele darmos um SIM radical expressa vontade do Pai”. Eis-nos perante o desafio de nos renovarmos na Alegria do Evangelho, pelo SIM continuamente dado às exigências de uma Igreja em saída. Nós somos hoje resposta comprometida ao convite de Cristo: “Vem e segue-me”! Da Eucaristia partimos e à Eucaristia voltamos!
Que a Imaculada Virgem Maria, esteja sempre presente, como incentivo e educadora na edificação da Comunidades Sinodais pelas quais se mostre o verdadeiro rosto do Pai revelado por Jesus Cristo.
+ Francisco José Senra Coelho
Arcebispo de Évora