Etiqueta: Conferência Episcopal Portuguesa

22 Nov 2024

Igreja/Portugal: D. Sérgio Dinis é o novo bispo das Forças Armadas e de Segurança

O Arcebispo de Évora em seu nome pessoal e em nome da Arquidiocese de Évora saúda D. Sérgio Dinis e o Ordinariato Castrense pela nomeação.


O Papa nomeou hoje, dia 22 de novembro, D. Sérgio Dinis, membro do clero de Vila Real, como bispo das Forças Armadas e de Segurança, informou a Nunciatura Apostólica, em nota enviada à Agência ECCLESIA.

“A todas as mulheres e todos os homens que defendem a independência nacional, a integridade territorial e garantem a ordem e as seguranças públicas, assim como às suas famílias, dirijo uma saudação fraterna e respeitosa, exprimo o grande apreço pelo vosso precioso serviço e quero dizer-vos que estarei sempre ao vosso lado, num profundo amor a Cristo, à Igreja e à nossa amada pátria”, escreve o responsável, na sua primeira saudação à diocese.

O novo bispo sucede no cargo a D. Rui Valério, responsável do Ordinariato Castrense desde 2018 e administrador apostólico desde 2023, quando foi nomeado patriarca de Lisboa.

D. Sérgio Manuel Ribeiro Dinis nasceu a 8 de maio de 1970 em Ermelo, concelho de Mondim de Basto, Diocese de Vila Real; depois de frequentar o Colégio Salesiano de Poiares, foi aluno do Seminário de Vila Real e do Seminário Maior do Porto.

O novo bispo obteve a Licenciatura em Teologia na Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa – Centro Regional do Porto; obteve ainda a Licenciatura em Direito Canónico na Universidade Pontifícia de Salamanca (Espanha).

Sacerdote desde 17 de julho de 1994, incardinou-se na Diocese de Vila Real, onde iniciou o seu ministério pastoral como secretário do então bispo diocesano, D. Joaquim Gonçalves (1993-1996).

Desde 1996 até hoje foi pároco da Paróquia de Santa Maria Maior, em Murça; a partir de 1998 assumiu também a Paróquia de Nossa Senhora da Anunciação, em Noura.

O novo bispo foi ainda pároco de Santa Maria Madalena, em Candedo; de Nossa Senhora da Purificação, em Fiolhoso (1996-1998); e de São Sebastião, em Pópulo (1996-2014).

Em Vila Real desempenha funções de juiz do Tribunal Eclesiástico Interdiocesano, arcipreste do Arciprestado Douro II, capelão da Santa Casa da Misericórdia de Murça, sendo membro do Colégio de Consultores, do Conselho Presbiteral e do Conselho de Pastoral da Diocese.

O Ordinariato Castrense de Portugal é assim designado a partir de 1986, com a Constituição Apostólica ‘Spirituali Militum Curae’’; 1966 e 2000, tratava-se de um setor pastoral a cargo do patriarca de Lisboa.

Através do decreto n.º 387/87, de 17 de março de 2001, João Paulo II decidiu anuir ao pedido formulado pela Conferência Episcopal Portuguesa, separando o múnus do Ordinariato Castrense de Portugal do de patriarca de Lisboa.

Pertencem ao Ordinariato Castrense e estão sob a sua jurisdição todos os fiéis militares e também aqueles que, por vínculo da lei civil, se encontram ao serviço das Forças Armadas; são também setores integrantes as Forças de Segurança, ou seja, a Guarda Nacional Republicana e a Polícia de Segurança Pública.

O Serviço de Assistência Religiosa das Forças Armadas e das Forças de Segurança foi regulamentado em 2009, na sequência da Concordata assinada entre Portugal e a Santa Sé em 2004, sendo constituído pela Capelania Mor e pelos centros de assistência religiosa da Armada, do Exército, da Força Aérea, da Guarda Nacional Republicana e da Polícia de Segurança Pública.

Octávio Carmo, Agência ECCLESIA

14 Nov 2024

Igreja/Abusos: Bispos alargam prazo para pedidos de compensação e projetam responder até final de 2025

A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) anunciou hoje o alargamento, até 31 de março de 2025, do prazo para pedidos de compensação financeira de vítimas de abusos sexuais por membros do clero ou em instituições eclesiais.

“(A Assembleia Plenária) analisou a aplicação do Regulamento para atribuição de compensações financeiras às vítimas de abusos sexuais de crianças e adultos vulneráveis ocorridos no âmbito da Igreja Católica em Portugal e aprovou uma adenda com algumas clarificações ao processo em curso, alargando o prazo de apresentação dos pedidos até 31 de março de 2025”, refere o comunicado final do encontro dos responsáveis, que decorreu desde segunda-feira, em Fátima.

A Assembleia prevê que todos estes processos fiquem concluídos “até ao final de 2025”.

A 1 de junho teve início o período de apresentação formal dos pedidos de compensação financeira, junto do Grupo VITA ou da Comissão Diocesana de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis onde terão ocorrido os factos.

A Assembleia Plenária recebeu o Grupo VITA para “fazer um ponto de situação do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido em articulação com as Comissões Diocesanas”.

O encontro dos bispos deu ainda origem a um cojunto de “clarificações” sobre o regulamento das compensações financeiras, divulgado a 25 de julho, sublinhando a importância de evitar “um processo de revitimização da parte de quem faz o pedido de compensação”.

“Estes processos, sem carácter judicial, justificam-se com o especial dever de solidariedade da Igreja para com as vítimas. Nesse sentido, são alterados alguns termos que melhor clarificam a natureza destes processos, que não devem ser confundidos com perícias médico-legais”, refere o texto, que acompanha o comunicado final da 210ª Assembleia Plenária da CEP.

O organismo representativo dos bispos e a Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP) aprovaram em abril, por unanimidade, a atribuição de compensações financeiras a vítimas de abusos sexuais, anunciando a criação de um fundo da Conferência Episcopal Portuguesa para este fim.

Quanto ao alargamento do período para apresentação dos pedidos de compensação, a CEP entende que a alteração “não atrasa o andamento dos processos”, queestão a ser tratados em articulação pelo Grupo VITA, pelas Comissões Diocesanas de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis e respetiva equipa de coordenação nacional.

O regulamento para as compensações financeiras às vítimas de abusos sexuais prevê a criação de duas comissõe: uma primeira comissão procederá à análise dos pedidos e elaboração de um parecer (Comissão de Instrução) e, num momento imediatamente seguinte, uma segunda comissão determinará os montantes das compensações a atribuir (Comissão de Fixação de Compensação).

A Comissão de Instrução, deve ser constituída, pelo menos, por duas pessoas, uma designada pelo Grupo VITA e outra pela Equipa de Coordenação Nacional.

“Com vista a uma maior uniformidade de critérios, pretende-se a constituição de membros pertencentes à mesma equipa de profissionais especializados nesta matéria que escute todas as pessoas que solicitam a compensação financeira”, indicam os bispos.

Já a Comissão de Fixação da Compensação, a quem compete determinar os montantes das compensações a atribuir, “deverá fundamentar o seu parecer aprovado pela maioria dos seus membros”.

A CEP, entidade representativa da Igreja Católica em Portugal, foi formalmente reconhecida a seguir ao Concílio Vaticano II, em 1967, com a ratificação pela Santa Sé dos primeiros Estatutos aprovados na Assembleia Plenária de 16 de maio, revistos posteriormente em 1977, 1984, 1999, 2005 e 2023.

De acordo com o Direito Canónico, este é o agrupamento dos bispos das dioceses de Portugal que, sob a autoridade do Papa, “exercem em conjunto certas funções pastorais em favor dos fiéis do seu território”.

A Assembleia Plenária é o órgão colegial máximo da CEP.

14 Nov 2024

Comunicado final da 210.ª Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa

1. De 11 a 14 de novembro de 2024 decorreu em Fátima a 210.ª Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa. Além dos membros da Conferência, estiveram presentes o Senhor Núncio Apostólico, o Presidente e a Vice-Presidente da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP) e a Presidente da Conferência Nacional dos Institutos Seculares de Portugal (CNISP).

2. A Assembleia refletiu sobre os desafios que se colocam à pastoral dos jovens, destacando que eles são sinal de esperança para a Igreja e para o mundo. Nesse âmbito, para dar continuidade ao dinamismo nascido na JMJ Lisboa 2023 e implementar um projeto que continue a incluir os jovens nos processos de decisão, foi aprovado o documento “Pastoral Juvenil em Portugal. Um quadro de referência” como instrumento de trabalho inicial que será enviado a todos os jovens através do Departamento Nacional de Pastoral Juvenil para devida auscultação e discernimento.

Reconhecendo a necessidade de constituir uma equipa nacional que tenha total disponibilidade para um trabalho de contacto e proximidade com as realidades locais, procurando promover uma pastoral juvenil sinodal missionária, a Assembleia nomeou o Dr. Pedro Carvalho, leigo da Diocese de Aveiro, como novo coordenador, a tempo inteiro, do Departamento Nacional de Pastoral Juvenil.

3. No âmbito da Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis, a Assembleia Plenária recebeu o Grupo VITA para fazer um ponto de situação do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido em articulação com as Comissões Diocesanas.

Analisou ainda a aplicação do Regulamento para atribuição de compensações financeiras às vítimas de abusos sexuais de crianças e adultos vulneráveis ocorridos no âmbito da Igreja Católica em Portugal e aprovou uma adenda com algumas clarificações ao processo em curso, alargando o prazo de apresentação dos pedidos até 31 de março de 2025 (ver anexo).

4. No seguimento da conclusão da XVI Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, a Assembleia debruçou-se sobre o processo sinodal, considerando que deve continuar nas Igrejas locais para que a sinodalidade se torne efetiva no seio das comunidades e se traduza numa oportunidade de diálogo com o mundo. Com o objetivo de contribuir para esta dinamização, a Assembleia decidiu realizar um encontro nacional dirigido aos membros dos Conselhos Pastorais Diocesanos e às equipas sinodais de cada diocese, que terá lugar em Fátima a 11 de janeiro de 2025, e que será organizado pela Equipa Sinodal da Conferência Episcopal Portuguesa em colaboração com as pessoas de contacto das equipas sinodais diocesanas.

A Assembleia considerou também relevante que as próximas Jornadas Pastorais do Episcopado (16 a 18 de junho de 2025) se dediquem à sinodalidade no seio da Conferência Episcopal, de forma a aprofundar o espírito sinodal e prosseguir um caminho de aperfeiçoamento nos seus processos de atuação.

5. Na sequência da preocupação partilhada na Visita ad Limina e após a publicação do documento final da XVI Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, foi sugerido tratar o assunto dos Seminários numa próxima assembleia plenária, no que diz respeito à formação e ao estilo de sacerdote, tendo em conta os desafios e as mudanças do mundo em que vivemos.

6. Aproximando-se a abertura oficial do Jubileu de 2025 com o tema “Peregrinos de Esperança”, a Assembleia acolheu a partilha de iniciativas celebrativas das dioceses e dos institutos de vida consagrada, e desejou que, em ambiente sinodal, este seja um tempo transformador dentro da Igreja e na sua relação com o mundo, para que seja possível levar a todos o rosto da esperança que é Cristo. Ficou ainda previsto um momento de celebração comum para todos os Bispos de Portugal, a realizar em Fátima, em data a definir.

7. A Assembleia recebeu a Direção da Federação Portuguesa pela Vida a fim de tomar nota da situação referente ao processo legislativo em curso sobre o aborto e a eutanásia e manifestou a sua profunda preocupação pelas propostas legislativas que procuram limitar a objeção de consciência dos médicos e demais profissionais de saúde. A Assembleia reafirma que a vida humana é inviolável, um dom inestimável que tem de ser liminarmente defendido em todas as suas fases.

8. A Conferência Episcopal Portuguesa acompanha com particular preocupação a situação que se vive hoje em Moçambique e exprime a sua solidariedade para com a Igreja irmã e o povo irmão presentes nesse país. Já desde há vários anos, a população da região de Cabo Delgado tem sido vítima de ataques terroristas que têm causado a morte e a deslocação forçada de largos milhares de pessoas. Esse drama perdura, apesar de ser periodicamente esquecido. Fazemos nosso o apelo dos bispos moçambicanos e do Papa Francisco para o restabelecimento do caminho da democracia, da justiça e da paz.

A Assembleia manifestou também a sua proximidade e solidariedade efetiva para com a população de Valência, gravemente atingida pela dramática situação de destruição ambiental que se traduziu na perda de centenas de vidas humanas e incontáveis perdas materiais.

A Assembleia decidiu ainda organizar uma Campanha de Advento/Natal em favor das comunidades cristãs da Terra Santa, duramente atingidas pela guerra, através da criação de uma conta solidária, cabendo a cada diocese encontrar outras formas de recolha de fundos.

9. A Assembleia aprovou os estatutos do Serviço Nacional de Comunhão do Renovamento Carismático Católico em Portugal, com o objetivo de servir e criar comunhão entre as diversas realidades ou expressões carismáticas católicas portuguesas.

10. A Assembleia homologou as seguintes nomeações:

  • Padre Pedro Silveira Lima, da Diocese de Angra, como Assistente Nacional da LOC/MTC/JOC (Liga Operária Católica / Movimento de Trabalhadores Cristãos / Juventude Operária Católica);
  • Inês Marques, como Secretária Nacional da Juventude Operária Católica;
  • Padre Miguel Gonçalves Ferreira, sacerdote jesuíta, atual Diretor da Pastoral Universitária e do Ensino Superior da Arquidiocese de Évora, como Coordenador do Serviço Nacional da Pastoral do Ensino Superior.

A Assembleia aprovou ainda a integração de D. Fernando Maio de Paiva como membro da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais.

11. A Assembleia aprovou o Orçamento do Secretariado Geral da CEP para 2025 e acolheu informações, comunicações e programações da Presidência, das Comissões Episcopais e dos Delegados da CEP, bem como de outros organismos eclesiais.

Fátima, 14 de novembro de 2024

 

ANEXO

Adenda com algumas clarificações sobre o Regulamento das compensações financeiras

A Assembleia debruçou-se sobre a aplicação do Regulamento das compensações financeiras às vítimas de abusos sexuais ocorridos no contexto da Igreja Católica em Portugal e aprovou algumas clarificações.

1. Importa recordar, antes de mais, que estes processos, sem carácter judicial, se justificam com o especial dever de solidariedade da Igreja para com as vítimas. Nesse sentido, são alterados alguns termos que melhor clarificam a natureza destes processos, que não devem ser confundidos com perícias médico-legais.

2. Pelo facto de o Regulamento ter sido divulgado apenas no dia 25 de julho de 2024 e para dar mais tempo para apresentar pedidos de compensação, a Assembleia decidiu que o prazo final para esses pedidos passe a ser 31 de março de 2025. Esta alteração não atrasa o andamento dos processos, pois estes já estão a ser tratados em articulação pelo Grupo VITA, pelas Comissões Diocesanas de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis e respetiva Equipa de Coordenação Nacional, durante o período de apresentação dos pedidos de compensação.

3. O Regulamento está previsto de forma a evitar-se um processo de revitimização da parte de quem faz o pedido de compensação, pelo que, se o relato da situação abusiva vivenciada for já do conhecimento do Grupo VITA, das Comissões Diocesanas ou dos Institutos Religiosos e das Sociedades de Vida Apostólica, não se torna necessário repetir os dados referentes a esse mesmo relato.

4. Quanto à Comissão de Instrução, e no que diz respeito aos processos da responsabilidade das dioceses, será constituída, pelo menos, por duas pessoas, uma designada pelo Grupo VITA e outra pela Equipa de Coordenação Nacional. Com vista a uma maior uniformidade de critérios, pretende-se a constituição de membros pertencentes à mesma equipa de profissionais especializados nesta matéria que escute todas as pessoas que solicitam a compensação financeira.

5. A Comissão de Fixação da Compensação, a quem compete determinar os montantes das compensações a atribuir, deverá fundamentar o seu parecer aprovado pela maioria dos seus membros.

6. A Assembleia prevê que todos estes processos fiquem concluídos até ao final de 2025.

Fátima, 14 de novembro de 2024

11 Nov 2024

210.ª Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa: Palavras de Abertura do Presidente

Senhor Núncio Apostólico, Senhores Cardeais, Arcebispos, Bispos, convidados da CIRP (Conferência dos Religiosos em Portugal) e da CNISP (Conferência Nacional dos Institutos Seculares em Portugal). A todos saúdo e dou as boas-vindas à 210.ª Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa. Saúdo, igualmente, com estima, os profissionais dos órgãos de comunicação social que nos acompanham no início dos trabalhos.

Uma saudação muito especial é dirigida ao D. Fernando Maio de Paiva, que foi ordenado Bispo e iniciou o seu ministério na Diocese de Beja a 07-07-2024. Uma idêntica saudação amiga é destinada a D. Nuno Isidro Nunes Cordeiro e a D. Alexandre Coutinho Lopes de Brito Palma, ordenados a 21-07-2024 como Bispos Auxiliares do Patriarcado de Lisboa. Damos graças ao Senhor, Bom Pastor, por estes três novos irmãos no Episcopado, ao serviço do Povo de Deus na Igreja em Portugal e damos, também aos três, calorosas e fraternas boas-vindas à Assembleia Plenária dos Bispos, em que participam, pela primeira vez, de pleno direito. Sejam muito, muito Bem Vindos!

De salientar, no período desde a última assembleia geral da CEP, a realização do 5.º Congresso Eucarístico Nacional em Braga, de 31 de maio a 2 de junho de 2024, presidido pelo Cardeal D. José Tolentino de Mendonça como delegado do Papa Francisco. Agradeço fraternamente ao Senhor Arcebispo de Braga, D. José Cordeiro, aos bispos que partilham com ele o serviço pastoral e a toda a Diocese, o esforço de preparação e a ampla participação nesta renovada manifestação da dimensão eucarística da Igreja em Portugal.

 

Visita “Ad Limina

Esta é a primeira Assembleia que tem lugar depois da visita “Ad Limina”, onde fomos ao encontro do Papa Francisco e dos diferentes organismos da Cúria Romana para analisarmos, em ambiente de acolhimento, compreensão e liberdade, a situação da Igreja em Portugal, no contexto do percurso atual de toda a Igreja, em espírito de renovação sinodal.

O ambiente acolhedor e fraterno, a capacidade de escutar, dialogar e propor, e a própria diversidade de interlocutores, onde se nota um significativo incremento de leigos e sobretudo de leigas, foram expressão de tempos de transformação que o caminho sinodal vem produzindo a todos os níveis da Igreja.

Entre os mais diversos assuntos que foram abordados, sentimo-nos confirmados no caminho que temos vindo a percorrer, mas também desafiados pelo Santo Padre e os diversos dicastérios que com ele colaboram, nomeadamente no que aos jovens diz respeito. Foi nota comum nestes encontros a expressão de apreço e alegria pelo desenrolar da JMJ de 2023 em Lisboa, pela sua organização e pelo clima de festa, universalidade e fraternidade gerado entre os jovens, sinal de esperança para a Igreja e para o mundo. Mas fica, para todos, o desafio e o compromisso de não se perder o dinamismo vivido e anunciado, em Lisboa, em 2023.

As dioceses portuguesas têm procurado manter viva esta chama. O encontro realizado em Lisboa, em outubro deste ano, a nível nacional, é sinal do esforço comum de envolver e contar com os jovens. É nesse sentido que analisaremos, nesta Assembleia, um projeto que pretende contar com os próprios jovens nesta dinâmica de participação e esperança.

 

O drama da guerra e os desafios sociais

Outra das interpelações que nos foi deixada pelo Papa Francisco na visita Ad Limina prende-se com os desafios que a sociedade apresenta à missão da Igreja no meio do mundo. A Igreja não vive para si própria, vive num mundo com enormes desafios ao qual não pode ser indiferente.

Na Ucrânia, em Gaza e no Líbano, bem como em tantas outras geografias do mundo, como o Iémen, o Sudão e muitos outros, sucedem-se conflitos que nos comovem com o seu séquito de miséria, fome, doença e destruição, que conduzem à perda dramática de vidas humanas, especialmente anciãos, mulheres e crianças indefesas e inocentes, que constituem a maioria das vítimas deste desvario.

Por outro lado, os ataques ao equilíbrio ecológico levam à intensificação da frequência e da força destruidora dos desastres naturais, atingindo níveis que fazem temer a irreversibilidade dos danos.

Perante este quadro assustador, a comunidade internacional parece cada vez mais frágil e incapaz de deter as armas e interesses corporativos, para encontrar solução para os conflitos e para o negacionismo cego da situação crítica da Terra. A frequência e dramaticidade deste séquito de morte parece ter deixado de nos emocionar, revoltar e exigir justiça e esforços reais de paz e humanismo, incapazes de dizer “Basta!”

Escutámos os apelos do Papa Francisco e a sua insistência no diálogo e encontro entre as partes em conflito, unindo-nos à sua oração e às suas ações no terreno de promoção da paz. Concretamente, a CEP tem estado em contato com a Conferência Episcopal de Moçambique, na delicada situação que o país atravessa, com ataques às populações e os protestos após as eleições, unindo-nos aos apelos dos Bispos desta nação irmã, para que se encontrem soluções que afirmem a justiça e a verdade da democracia. Temos estado também em contato com a Conferência Episcopal de Espanha, solidários com a dor da tremenda tempestade que assolou Valência e a região circunstante, acompanhando com a nossa oração as vítimas e as famílias enlutadas.

A situação desastrosa que se vive em Gaza merece especial atenção e solidariedade. Continuamos a afirmar a necessidade da libertação de todos os reféns e o respeito pelas populações que estão a ser tratadas em transgressão de todos os princípios e acordos internacionais, bem como dos valores da mais elementar humanidade, causando dezenas de milhares de mortos e um número muito maior de feridos, sendo 70% destas vítimas mulheres e crianças. Pode-se ser um ser humano e esquecer esta brutalidade? Nesta Assembleia teremos também em cima da mesa o estudo de modos concretos para ir ao encontro de quem tanto está a sofrer.

Em Portugal, os últimos meses acentuaram a polarização política, imprópria para regimes democráticos e que parece esquecer as conquistas que mudaram o rumo da História de Portugal, há 50 anos. O equilíbrio parlamentar só tem sentido se for agente da dignificação da política e as mulheres e homens que ocupam cadeiras de poder não podem defraudar as cidadãs e os cidadãos que os elegeram para contribuir para o bem de todos, a dignidade de cada vida e a afirmação de projetos que são garantia de um futuro melhor para toda a sociedade.

 

Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis

Uma especial realidade que tem marcado os últimos tempos da Igreja em Portugal continua a ser a Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis. Temos consciência de que a realidade dos abusos sexuais e os dramas das vítimas que causaram não deixou indiferente nem a Igreja nem a sociedade. Há um caminho percorrido, marcado por etapas progressivas, desde a criação das Comissões Diocesanas, passando pelo trabalho da Comissão Independente, a Equipa de Coordenação Nacional e, agora, do Grupo VITA, onde se inclui o trabalho da prevenção, com diversas iniciativas de formações locais e dirigidas a grupos específicos.

O processo de atribuição de compensações financeiras é, também, uma parte deste caminho que estamos a prosseguir, procurando ir ao encontro pessoal de cada uma das vítimas.  Sabendo que ninguém pode pagar ou anular os dramas do passado, queremos que este seja um passo importante para o reconhecimento do mal que lhes foi infligido e de pedido de perdão, que contribuam para sarar feridas e afirmar a dignidade, contra a qual nunca alguém devia ter atentado. Esta Assembleia voltará ainda a este assunto, para dar seguimento ao trabalho em curso, completando os processos previstos, para ir o mais possível ao encontro daqueles que se têm apresentado para este gesto.

A questão dos abusos sexuais cometidos no seio da Igreja não pode, não deve e não terá uma volta atrás. Precisamos de manter a atenção constante ao sofrimento das vítimas e a firmeza na formação e na prevenção, bem como na clareza e determinação no tratamento de eventuais casos futuros.

 

Sínodo: um caminho de renovação nas comunidades

Gostaria de deixar uma palavra sobre segunda Sessão da XVI Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, em Roma, onde estive no último mês, com D. Virgílio Nascimento Antunes, bispo de Coimbra, eleitos por esta Assembleia, a que se juntou o Cardeal Américo Aguiar, por convite do Papa Francisco.

Este foi um passo determinante de um percurso sinodal, que teve início há três anos; nunca tamanho processo de escuta e participação tivera lugar na Igreja. Além disso, este Sínodo tem novidades que não cabe agora referir, mas queria apenas chamar a atenção para três aspetos que são particularmente importantes:

  1. a) Os Membros do Sínodo dos Bispos, com direito a voto, não foram apenas Bispos. Parece uma contradição, mas não o é: os Bispos não perderam o seu papel nos processos de decisão da Igreja, mas não decidem sozinhos, antes reúnem-se com a variedade de padres, leigos e leigas, consagrados e consagradas, para que o processo de discernimento seja enriquecido pela variedade daqueles que constituem a Igreja, pela sua condição de batizados. Este princípio é uma das mensagens e orientações que deve produzir mudanças de mentalidade, em todo o tecido eclesial, sobretudo nas estruturas de decisão.
  2. b) As decisões do Sínodo foram entregues ao Papa. Normalmente, o Papa recebia-as e posteriormente dirigia uma “Instrução Sinodal” à Igreja. Neste Sínodo, depois de ter sido votado o Documento final, ponto a ponto, por toda a Assembleia, o Papa recebeu-o, aprovou-o, e mandou-o à Igreja, para que, pelo seu acolhimento, continue o processo sinodal, pois, se este documento não transformar a Igreja, não serve de nada.
  3. c) Não foram tratados temas fraturantes como a questão da possível ordenação de homens casados, ou de mulheres diáconos ou presbíteros. O sínodo considerou que, no que diz respeito a estes temas e a muitos outros já se avançou com orientações muito importantes. No entanto, concluiu também que algumas destas questões têm de ser aprofundadas e discutidas, antes de serem apresentadas para decisão. Por isso se criaram 10 grupos de estudos para questões deste e de outro tipo, que têm um tempo definido para apresentar o seu trabalho (25 de junho de 2025).

Este Sínodo só será inútil se não receber a atenção que merece, pela leitura atenta e o conhecimento por parte da Igreja. A CEP, nomeadamente através da Equipa Sinodal que foi constituída, estará também empenhada nesta leitura e no processo de transformação que ela pode e deve produzir na Igreja, colaborando diretamente com as pessoas de contacto nas Dioceses.

A caminho do Jubileu da Esperança

É neste contexto sinodal que a Igreja se prepara para celebrar o Jubileu de 2025 tendo como tema “Peregrinos de Esperança”. O jubileu católico é sempre a memória particularmente atualizada da vinda de Jesus ao mundo, a partir da qual se estabeleceu a contagem dos anos, hoje de referência universal na datação dos eventos. A cadência de 25 anos tem a intenção de permitir que cada geração tenha a oportunidade de celebrar este evento determinante na história da humanidade.

Mas, perante a situação sombria da humanidade a que acima fiz referência, há motivos e é possível celebrar a “esperança”? Da perspetiva que anima os cristãos, não só existem motivos e possibilidades, mas há sobretudo necessidade e urgência de esperança como fundamento da criação de futuro. Os profetas de esperança e de mundos novos não surgem normalmente em tempos fáceis abastados e pacíficos, mas sobretudo em situações sombrias, difíceis, injustas e de grande sofrimento. Mas foram eles que reagiram à dor, à injustiça, ao sofrimento e ao desânimo, pagando, com suor e sangue, a coragem de sonhar mundos novos de liberdade, fraternidade e paz. Pensemos, além dos profetas bíblicos, nos inúmeros mártires da Igreja, recentes e do passado. Pensemos também em figuras de alcance humano, como Luter King, Mahatma Gandi, Nelson Mandela… nos capitães de Abril.

No Jubileu, os cristãos celebram Jesus, Aquele que foi o homem da esperança, para além de tudo o que parecia lógico esperar, assumindo os dramas de todos, incluindo a injustiça, a dor e a morte, na certeza do poder criador e do amor salvador do Pai do Céu. Ele passou pela morte, mas está vivo e continua a dar vida e a chamar homens e mulheres que vivam e sintam, como Ele, a urgência de sonhar e construir uma história nova, livre do ódio, da injustiça, da guerra e da miséria, com prioridade aos mais frágeis e excluídos, para que todos possam ter esperança e colaborar na criação desse mundo de coração novo que se alarga até aos horizontes da vida plena em Deus. É esse o sentido da celebração do Ano Santo e da esperança ativa que ele quer despertar.

Como dom e caminho para uma Igreja Sinodal e para a celebração do Jubileu, o Papa Francisco dirigiu à Igreja uma Carta Encíclica, convidando à redescoberta do Coração de Jesus como modelo de identificação e projeto de transformação, a partir do coração renovado: “O Coração de Cristo é êxtase, é saída, é dom, é encontro. Nele tornamo-nos capazes de nos relacionarmos uns com os outros de forma saudável e feliz, e de construir neste mundo o Reino de amor e de justiça. O nosso coração unido ao de Cristo é capaz deste milagre social” (Francisco, Carta Encíclica Dilexit Nos, 28).

Que esta Carta Encíclica possa guiar-nos sinodalmente na celebração do Jubileu 2025 e no caminho transformador para uma Igreja sinodal, misericordiosa e missionária.

 

+ José Ornelas Carvalho, Bispo de Leiria-Fátima e Presidente da CEP

08 Nov 2024

9 de novembro: Primeira Jornada Nacional de Arquitetura e Artes para a Liturgia 2024

O Secretariado Nacional de Liturgia (SNL), da Igreja Católica, vai promover este sábado a sua primeira jornada nacional de arquitetura e artes, visando lançar um percurso comum para redefinir os espaços de celebração.

“Uma igreja tem duas dimensões fundamentais, a dimensão litúrgica, ou seja, para acolher a celebração dos sacramentos, mas também como um local de relação do homem e da mulher com Deus, ou seja, um local que possa respirar este ambiente, esta atmosfera de espiritualidade” disse à Agência ECCLESIA a coordenadora do Serviço de Arquitetura e Artes para a Liturgia do SNL.

Isabel Alçada Cardoso adianta que o objetivo do encontro, na Domus Carmeli (Carmelitas Descalços), em Fátima, é iniciar um “caminho formativo” para “se começar a pensar em conjunto” sobre as várias intervenções nos espaços de celebração das comunidades católicas, com a colaboração de “todos os agentes que estão envolvidos neste processo”.

A responsável diz que a preocupação diz respeito tanto à “edificação do novo património” como à “requalificação do existente”.

Uma das prioridades, indica Isabel Alçada Cardoso, é promover a participação da assembleia, num espaço que facilite o “canto e a própria recitação das orações, que fazem parte da liturgia”.

“O ambiente provoca uma experiência” e isso “tem influência” nas pessoas, acrescenta a entrevistada, em declarações ao Programa ECCLESIA, emitido hoje na RTP2.

A I Jornada Nacional de Arquitetura e Artes para a Liturgia 2024 tem, entre os seus conferencistas, o professor Giuseppe Midili, padre carmelita, que vai falar sobre o tema central; e os arquitetos António Jorge e André Cerejeira Fontes, que vão abordar a “experiência da remodelação da Igreja de Cedofeita (Porto)”.

encontro prevê ainda momentos de debate e aprofundamento das questões refletidas durante as exposições.

04 Nov 2024

Online/Educação: Formação de professores de EMRC centrada no poema «Magnificat»

No âmbito da cooperação entre a Faculdade de Teologia (UCP) e o Secretariado Nacional da Educação Cristã, o Instituto Religare organiza um curso de formação contínua (online) centrado no tema O «Magnificat», um poema da humanidade: leituras no contexto de EMRC

O curso de 25 horas, creditado para docentes dos 2º e 3º Ciclos do Ensino Básico e do Ensino Secundário (Grupo 290) realiza-se nos dias 04; 11; 18 e 25 de novembro e também no dia 02 de dezembro, entre as 18h30 e as 21h30, lê-se numa nota enviada à Agência ECCLESIA.

A proposta de formação sobre o poema «Magnificat» integra-se num projeto de trabalho sobre os grandes textos da memória cristã, partindo do pressuposto de que eles, sendo relevantes para uma tradição religiosa em particular, fazem parte também da memória da humanidade, transportando uma experiência que – como sublinhou Jürgen Habermas – pode ser uma fonte de sabedoria, válida para a construção dos consensos necessários à «casa comum».

31 Out 2024

Mensagem do Arcebispo de Évora para a Semana de Oração pelos Seminários

Saudações cordiais e votos de  Saúde, Paz e Bem! Que a Luz ilumine os vossos corações, as vossas vidas!

Na proximidade da Semana dos Seminários, prevista para os próximos dias 3 a 10 de Novembro, dirijo-me a cada Padre, Diácono, Consagrado/a, Seminarista, Jovem, Catequista, Professor de Educação Moral e Religiosa Católica, Dirigente do CNE e aos pais a fim de mais uma vez sublinhar a importância desta iniciativa da Igreja Portuguesa.

Conhecemos os dados estatísticos sobre a imparável diminuição, desgaste e envelhecimento dos nossos Presbíteros; comprovamos com a constante acumulação de serviços e escassez de Sacerdotes, como necessitamos duma primavera vocacional com vista também aos Ministérios Ordenados!

Só o Senhor da seara pode enviar mais operários para a sua seara, por isso, peço a cada Sacerdote e Diácono que valorize nas suas homilias e reflexões o tema vocacional, bem como a todos os agentes de pastoral e educadores que aproveitem esta Semana para abordar o tema importante da vocação humana, social e espiritual. Num tempo em que se adiam as grandes decisões e compromissos de vida é um serviço oportuno ajudar a reflectir sobre o que devo fazer da minha vida. De facto, o dom da Vida é uma chamada ao Amor concretizado no serviço da humanização, da justiça e da paz; o Baptismo é uma chamada ao discipulado e para cada discípulo o Senhor tem uma missão concreta na Sua Igreja, para em Igreja testemunharmos a beleza do Amor de Deus à Humanidade, a cada ser humano, edificando comunidades nas quais se descobre e percebe o Rosto de Cristo Bom Pastor, Caminho, Verdade e Vida.

Sugiro que em todas as Comunidades onde existam Grupos de Jovens, Grupos de Preparação para o Crisma, Agrupamento de Escuteiros (CNE) e outros Movimentos Eclesiais de Jovens, se realize uma Vigília Vocacional e de Oração pelos Seminários. Que esta Semana, seja incentivo e oportunidade para o trabalho pastoral em conjunto, pelo qual se congregam paróquias, famílias, escolas, movimentos juvenis, catequeses e grupos juvenis, não esquecendo também a presença deste tema nas redes sociais e atividades telemáticas.

Com toda a proximidade, atrevo-me a apresentar os serões dos dias 8 ou 9, talvez em muitos casos como datas possíveis e oportunas para a realização destes momentos de oração e reflexão, sob o tema nacional: “Que posso eu esperar?” (Sl 39.8).

Lembro que o material disponível é vasto, podendo com ele enriquecer as admonições das Missas Dominicais, as propostas de Orações Universais, Vigílias e Catequeses sobre o tema vocacional para adolescentes e jovens. (conferir em https://sites.ecclesia.pt/cevm/index.php/10-destaques/68-subsidios-para-a-semana-dos-seminarios-2024)

Em nome da Arquidiocese envio um especial abraço às Comunidades formativas do Seminário Nossa Senhora da Purificação, do Seminário Redemptoris Mater, da Comunidade formativa dos Padres Salesianos e da Comunidade formativa Canção Nova, recentemente chegada à nossa Arquidiocese.

A cada um de vós desejo Paz, Alegria e Ardor Apostólico.

Abraço fraterno!

† Francisco, Arcebispo de Évora

29 Out 2024

Reunião de trabalho dos secretariados diocesanos da Educação Moral e Religiosa Católica: «Ser professor é uma missão. Obrigado pelo vosso trabalho»

O vogal da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé, D. Manuel Felício, disse aos responsáveis pela Educação Moral e Religiosa Católica que “ser professor é uma missão, e uma vocação, é chamar, fazer sair para fora o que cada um traz dentro, para que se realize plenamente”.

No encontro realizado este sábado em Fátima, D. Manuel Felício realçou que a “afirmação da identidade da EMRC” é o caminho certo para a vivência num mundo plural.

“Hoje precisamos de afirmar a identidade da disciplina de EMRC na pluralidade da diferença. Isto dá consistência ao diálogo com os vários atores da sociedade e enriquece o próprio caminho”, afirmou.

Para o bispo da Guarda a proposta da “EMRC nas escolas não se baseia no medo nem no legalismo”, mas é “um serviço à sociedade, aos alunos, famílias e escolas”.

“Não queremos uma fraternidade órfã. Queremos uma fraternidade ao jeito da ‘Fratelli Tutti’ do Papa Francisco, e isso passa por ajudarmos a desconstruir barreiras que nos permitam estar mais perto uns dos outros”, adiantou.

O prelado agradeceu, “em nome da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé” o trabalho desenvolvido e lembrou que a proposta educativa da Igreja no espaço público quer “ajudar a fazer crescer as novas gerações”.

“A escolha da EMRC ajuda as novas gerações a posicionarem-se na vida e esta disciplina traz consigo valores fundamentais sobre os quais importa refletir, aprofundar e ponderar, para que cada um possa decidir com fundamento a sua vida, o seu projeto”, desenvolveu.

Pedindo aos secretariados um trabalho “consistente na criação e reforço de sinergias, nas comunidades educativas, nas comunidades cristã e com os párocos”, D. Manuel Felício lembrou que “as escolas esperam de nós uma palavra, uma atenção por aquilo que somos e por aquilo que trazemos ao ensino”, sustentou.

Evocando a necessidade de “um novo pacto educativo, pedido pelo Papa Francisco desde 2019”, o prelado agradeceu “o trabalho sério realizado pelo Secretariado Nacional da Educação Cristã, e pelos diferentes secretariados a nível diocesano”.

Consciente da falta de professores em várias disciplinas, e também na EMRC, D. Manuel Felício convidou os presentes a “chamar outros a ser professor” que “não é o mesmo de chamar alguém a uma profissão”.

“Estamos na educação para motivar os mais novos a serem ‘gente’ na sociedade”, completou.

Luís Filipe Santos – Agência ECCLESIA

17 Out 2024

19 e 20 de outubro, em Lisboa, realiza-se o ‘Rejoice’. Encontro nacional da juventude comemora o 1.º aniversário da edição internacional da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) realizada em Lisboa. Jovens da Arquidiocese convidados a participar

O Arcebispo de Évora recomenda aos Rev.º Párocos, ao Departamento Arquidiocesano da Pastoral Juvenil e a cada jovem a participação dos jovens da Arquidiocese neste Encontro Nacional de Jovens a realizar em Lisboa, “REJOICE”, no contexto das pós-jornadas da Juventude e celebrativas do primeiro aniversário das JMJ.

Trata-se de um encontro centrado num tema urgente e interpelador na atualidade interrogante de cada jovem. Um modo muito vivo e empenhativo dos jovens viverem em unidade o Dia Mundial das Missões.


O diretor do Serviço da Pastoral da Juventude do Patriarcado disse que os jovens vão fazer festa e refletir sobre a sua “relação com a paz”, no encontro nacional ‘REJOICE’, nos dias 19 e 20 de outubro, em Lisboa.

“[Catequeses Rise Up], tal como na Jornada Mundial da Juventude há um tema, há um guião definido, que tem a ver com a paz e com a relação dos jovens como construtores de paz e como missionários da paz”, disse João Clemente, esta quarta-feira, em entrevista à Agência ECCLESIA.

‘Rejoice’ é o encontro nacional da juventude, nos dias 19 e 20 de outubro, que comemora o 1.º aniversário da edição internacional da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) realizada em Lisboa, de 1 a 6 de agosto de 2023; as inscrições online encerram este sábado, dia 5 de outubro.

“Um grande encontro nacional dirigido aos jovens para poderem reencontrar-se, fazer festa”, salientou o entrevistado que espera um encontro muito participado, na pala do Pavilhão de Portugal (Parque das Nações).

“Temos o ano pastoral a começar, portanto, há muitos dinamismos que estão agora a começar, mas também sabemos que é uma altura em que as agendas também estão mais livres, pelo início do ano, por isso parece-nos que vai ser um encontro muito importante e muito bom.”

O diretor do Serviço da Pastoral da Juventude do Patriarcado de Lisboa explicou que durante o fim de semana do ‘Rejoice’ vão ter vários momentos que, “em pequena escala, são os grandes momentos da Jornada Mundial da Juventude, nomeadamente o Festival da Juventude, a Cidade da Alegria, uma vigília de oração, no sábado, dia 19, e os Encontros ‘Rise Up’, e a Missa de envio, no domingo, 20 de outubro.

Segundo o programa do ‘Rejoice’, João Clemente realça que o primeiro dia “vai ser um dos momentos mais importantes”, com o Festival da Juventude, entre as 15h00 e as 20h00, com três momentos: O padre Guilherme Peixoto, sacerdote DJ com música eletrónica, o ‘Festival Nacional Jovem da Canção Mensagem’, com grupos/bandas de 15 dioceses a concurso, e um concerto do artista Matay.

No sábado, a ‘Cidade da Alegria’ vai acolher movimentos e congregações, ter um espaço de oração e outros de reconciliação, e este dia termina com uma vigília de oração, entre as 21h30 e as 23h00.

O encontro nacional da juventude ‘Rejoice’, no segundo e último dia, vai ter dois momentos, de manhã, as catequeses ‘Rise Up’, com o tema da paz, descentralizadas pela cidade de Lisboa, e a Missa de Envio/encerramento, às 14h00.

“Irão refletir em conjunto, dando protagonismo aos jovens sobre esta temática”, salientou, sobre os encontros ‘Rise Up’, no programa ECCLESIA, transmitido hoje, na RTP2.

João Clemente contextualizou que o processo de construção deste “grande encontro nacional” começou no início deste ano de 2024, em fevereiro e março, com o Patriarcado de Lisboa e a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) a pensaram como é que poderiam assinalar o primeiro aniversário da Jornada Mundial da Juventude na capital portuguesa.

Neste sentido, explicou que “ficou claro” que em julho e agosto deste ano, as dioceses católicas portuguesas comemoraram nas suas realidades dioceses a realização da JMJ Lisboa 2023, no Patriarcado tiveram uma celebração, no dia 6 de agosto, na Sé.

Até hoje houve 15 edições internacionais da JMJ – que decorrem de forma alternada com celebrações anuais em cada diocese católica – em países de quatro continentes – Europa, América, Ásia e Oceânia – a última realizou em Lisboa (2023), e a próxima edição internacional é em Seul, na Coreia do Sul, em 2027.

16 Out 2024

19 e 20 de outubro: Jornadas Nacionais de Catequistas vão refletir sobre o novo «itinerário e os sacramentos». Arquidiocese convidada a participar

O Arcebispo de Évora recomenda vivamente às Paróquias da Arquidiocese e seus CATEQUISTAS a participarem nas Jornadas Nacionais de Catequistas a decorrer em Fátima, pois a importância da formação contínua dos catequistas é decisiva para a Evangelização. O Prelado eborense chama ainda a atenção para a importância do TEMA proposto para este ano – ‘Os Alicerces da Vida Cristã – O Itinerário e os Sacramentos’ – no contexto da prioridade missionária que caracteriza a nossa Arquidiocese alentejana e ribatejana.


As Jornadas Nacionais de Catequistas (JNC2024), da Igreja Católica em Portugal, com o tema ‘Os Alicerces da Vida Cristã – O Itinerário e os Sacramentos’, vão realizar-se nos dias 19 e 20 de outubro, em Fátima.

As JNC2024 são promovidas pelo Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC), da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), e fazem parte do “caminho de receção e divulgação” do novo Itinerário para a Catequese, editado em 2022, informa o portal online ‘Educris’.

Os trabalhos das JNC2024 vão ser abertos pelo presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé (CEECDF), D. António Augusto Azevedo, bispo de Vila Real, a partir das 10h00, no dia 19 de outubro, no Centro Pastoral Paulo VI, do Santuário de Fátima.

Para a conferência de abertura, o SNEC convidou monsenhor Valentino Bulgarelli, diretor do Ufficio Catechistico Nazionale (UCN) da Itália; o sacerdote italiano vai refletir sobre ‘A Revelação e a transmissão da fé: os alicerces bíblicos do acreditar’, a partir das 10h30.

Segue-se a reflexão do padre Mário Sousa (Diocese do Algarve), biblista e coordenador da Comissão da Tradução da Bíblia, sobre ‘Os sinais salvíficos da fé: o encontro com Cristo, na comunidade e pela comunidade’, ainda da parte da manhã.

A tarde do primeiro dia de Jornadas Nacionais de Catequistas começa com «’Cristo em ti’ – Celebração mistagógica com elementos catequéticos dos vários sacramentos», pelo padre Rui Ruivo (Diocese de Leiria-Fátima), e o tema ‘O encontro com a beleza e com o Deus que nos habita: Ser sacramento com e para os outros ou a vivência da caridade’, que vai ser apresentado pela professora Isabel Varanda, no polo de Braga da Universidade Católica Portuguesa.

Os catequistas têm também momentos de oração no programa das JNC2024, no dia 19 de outubro, são convidados a participar no Rosário e na Procissão das velas do Santuário de Fátima, a partir das 21h00 na Capelinha das Aparições.

No segundo e último dia das JNC2024, a partir das 10h00, vão ser apresentados os novos materiais catequéticos, na conferência ‘O novo itinerário da Catequese e os Sacramentos’, com os padres José Henrique Pedrosa (Diocese de Leiria-Fátima), Tiago Neto (patriarcado de Lisboa) e Rui Alberto (Salesiano).

As Jornadas Nacionais de Catequistas vão terminar com a celebração da Eucaristia, presidida por D. António Augusto Azevedo, na Basílica da Santíssima Trindade.

‘Os Alicerces da Vida Cristã – O Itinerário e os Sacramentos’, é o tema geral das Jornadas Nacionais de Catequistas 2024, nos dias 19 e 20 de outubro de 2024, que têm como referência bíblica uma passagem do Livro dos Atos dos Apóstolos: «Eram assíduos ao ensino dos Apóstolos, à união fraterna, à fração do pão e às orações (At 2, 42).

O Secretariado Nacional da Educação Cristã informa que as inscrições para este encontro nacional de formação devem ser feitas diretamente nos Secretariados da Catequese em cada diocese.