Etiqueta: Conferência Episcopal Portuguesa

16 Mar 2025

Ordenação episcopal do novo Bispo da Guarda foi celebrada neste domingo (com fotos)

Neste II Domingo da Quaresma, foi celebrada a ordenação episcopal de D. José Miguel Pereira, o novo bispo da Diocese da Guarda, que foi presidida pelo patriarca de Lisboa, D. Rui Valério, e na qual participaram os Bispos portugueses, entre eles o Arcebispo de Évora, D. Francisco José Senra Coelho.
“Hoje, na Guarda, tu és o privilegiado interlocutor para conversar com a rica história desta diocese, cuja memória está escrita de santidade, de heroísmo espiritual e missionário, no coração de cada cristão”, disse na homilia o bispo ordenante principal.
A celebração teve como bispos coordenantes D. Manuel Felício, bispo emérito da Guarda, e o cardeal D. Manuel Clemente, patriarca emérito de Lisboa.
13 Mar 2025

12.º aniversário do pontificado do Papa Francisco: Nota da Conferência Episcopal Portuguesa

Neste dia em que assinalamos o 12.º aniversário do pontificado do Papa Francisco, os bispos portugueses, em retiro orientado pelo cardeal Óscar Maradiaga, dão graças a Deus pelo ministério do Santo Padre e manifestam a sua proximidade espiritual para com o sucessor de Pedro. Tendo presente a sua hospitalização e frágil condição de saúde, rezam especialmente pela sua recuperação e para que possa voltar às atividades regulares. 

Em pleno Jubileu de Esperança, e com o processo sinodal em concretização no seio das comunidades cristãs, agradecemos ao Santo Padre a condução de toda a Igreja que, ancorada em Jesus, é chamada a ser misericordiosa e missionária, indo ao encontro das periferias e acolhendo a “todos, todos, todos”.

Nesta ocasião, queremos recordar com particular afeto os momentos do pontificado do Papa Francisco que aconteceram no nosso país: as duas visitas a Fátima e a Jornada Mundial da Juventude em Lisboa.

A presença do Papa no Centenário das Aparições, fazendo-se “Peregrino da esperança e da paz”, ocasião em que canonizou os dois primeiros santos de Fátima, Francisco e Jacinta Marto, e depois a deslocação à Cova da Iria para estar com doentes e jovens com deficiência no âmbito da JMJ Lisboa 2023, foi a afirmação maior da sua ligação a Portugal.

Em agosto de 2023, no contexto da XXXVII Jornada Mundial da Juventude, o principal objetivo foi o encontro com jovens de todo o mundo, mas nesta viagem apostólica destacaram-se outros momentos, como um encontro com 13 vítimas de abusos de menores no seio da Igreja Católica em Portugal, assim como os momentos em que se encontrou com os mais diversos agentes da sociedade civil e da Igreja. 

As marcas desta última presença do Santo Padre entre nós permanecem bem vivas na nossa memória. De um modo especial para os jovens, mas acreditamos que para todos, esta visita do Papa Francisco foi um verdadeiro tempo de graça para a nossa Igreja.

Invocamos as bênçãos de Deus para que o Papa Francisco continue a exercer o seu ministério petrino ao serviço da unidade e da renovação sinodal da Igreja.

Fátima, 13 de março de 2025

07 Mar 2025

“A Proximidade, Caminho de Esperança” – Reflexão da Comissão Nacional Justiça e Paz para a Quaresma de 2025

A reflexão quaresmal, desta vez, traz o coração apertado porque, enquanto fonte inspiradora da nossa reflexão, o Papa Francisco vive a ‘sua’ Quaresma desafiando-nos a que «caminhemos juntos na esperança».

E a esperança é a nossa alma.

De facto, o “juntos” não é um amontoado, mas a presença fraterna de uma ‘caminhada com’ e nunca solitária, por mais autossuficientes que nos consideremos.

Olhamos à nossa volta e o nosso coração é invadido por tantas interrogações e perplexidades.

A solidão dita as suas leis avivando as feridas da indiferença.

Vivemos um farisaísmo genérico onde nos agarramos à lei e aos protocolos em vez da pessoa; vivemos o cinismo do abandono dos mais velhos e de quem não é produtivo; vivemos a solidão das crianças na sua autorreferencialidade, dos adolescentes e dos jovens que não veem perspetivas de futuro, sem experimentarem a felicidade de uma relação de reciprocidade fora dos ecrãs em que vivem agarrados; vivemos um desnorte com uma educação ilusória onde a aprendizagem se crê isenta de dificuldades e necessidade de esforço; vivemos medrando numa alergia à vida nas suas várias etapas; vivemos indiferentes ou acirrados contra migrantes separados das suas famílias e sujeitos a condições miseráveis, indiferentes ao tráfico humano de mulheres para a prostituição e de crianças vendidas para pedintes aproveitando-se da nossa ‘pena’ por uma infância desvalida.

O impensável parece poder acontecer num mundo que, tendo já experimentado tantas vezes a loucura da guerra, não é capaz de romper a atração pelo abismo bélico.

Podemos ser tentados a baixar os braços, a sentir a derrota, a não abraçar a dor com nome próprio, a não saborear as lágrimas amargas da solidão ou do desespero.

Ligamo-nos a equipamentos tecnológicos que nos permitem chegar a tantos e que ao mesmo tempo exacerbam o nosso individualismo.

Mas nenhuma dessas vias trará resposta aos nossos problemas.

A mudança só é possível através da criação de redes de proximidade e de uma paz que recusa a ambição económica sem escrúpulos. De uma paz que se constrói com investimento na cooperação e na solidariedade. Pois, como diz o Papa na sua mensagem, «Caminhar juntos significa ser tecelões de unidade, partindo da nossa dignidade comum de filhos de Deus; significa caminhar lado a lado, sem pisar ou subjugar o outro, sem alimentar invejas ou hipocrisias, sem deixar que ninguém fique para trás ou se sinta excluído».

Todos temos a mesma dignidade.

É este caminho conjunto que deve aprimorar no nosso coração a vizinhança e o acolher “misericordiando”, como ensina o Papa Francisco.

Que as nossas casas, as paróquias, os movimentos, os nossos locais de trabalho e lazer sejam lugares de proximidade sem fazer aceção de pessoas (nacionais ou migrantes; ricos ou pobres; sãos ou doentes), e que o toque das nossas mãos seja o de Jesus.

Será este o antídoto para vencermos as barreiras e o mal contagioso do individualismo.

Só chegaremos ao coração de Deus Amor, fazendo caminho juntos, através da proximidade, do serviço, do colocar a toalha à cinta e lavar os pés ao próximo, a começar pelos últimos. Mesmo que o caminho seja pedregoso, e por carreiros e becos pouco recomendáveis.

Esta deve ser “a Quaresma”, o tempo privilegiado para reavaliarmos a nossa vida à luz do Evangelho que requer também uma atitude de humildade e reconhecimento de nossas próprias fraquezas e pecados, sentindo – como disse recentemente o Papa Francisco a partir do hospital – «no coração a ‘bênção’ que se esconde na fragilidade».

Por isso é um tempo de conversão sincera, onde desabrocha a misericórdia, a esperança e o compromisso com os mais necessitados.

A Quaresma carrega consigo a esperança da Páscoa, a razão do nosso ser cristãos.

Apesar de um céu cinzento, podemos almejar um arco-íris de paz, de solidariedade e fraternidade. Arrisquemos a proximidade como caminho de esperança.

Nesta Quaresma, façamos do caminhar estímulo para ousarmos construir um mundo diferente;

Nesta Quaresma, façamos do caminhar juntos, como comunidade cristã e como comunidade humana, critério para aferir a nossa fidelidade ao projeto de Deus para a humanidade;

Nesta Quaresma, façamos do caminhar juntos na esperança testemunho do nosso compromisso com a promoção da justiça e da paz como impulso da novidade da ressurreição.

Lisboa, 6 de março de 2025

A Comissão Nacional Justiça e Paz

21 Fev 2025

Conferência Episcopal Portuguesa: Em oração pelo Santo Padre

A Conferência Episcopal Portuguesa acompanha, com esperança e confiança em Deus, a situação de maior fragilidade da saúde do Papa Francisco nestes últimos dias.
 
Em comunhão com o sofrimento do sucessor de Pedro, convidamos os fiéis à intensificação da oração particular e comunitária, pedindo pela sua saúde e para que a fortaleza de Deus o assista neste momento. Lembramos, também, os profissionais de saúde que cuidam do Santo Padre e empregam todo o conhecimento científico no seu conforto e recuperação.
 
Como sugestão, partilhamos esta prece para a oração pessoal e comunitária:
 
“Pelo Papa Francisco, sucessor de Pedro,
para que o mistério da cruz o fortaleça,
o alivie, o reanime e lhe dê esperança.
Oremos”.
14 Fev 2025

14 de fevereiro/Dia dos Namorados: O amor «necessita de vigilância e sabedoria para traduzir a verdadeira vocação humana»

A Comissão Episcopal do Laicado e Família (CELF), da Igreja Católica em Portugal, alertou para o aumento de “uma cultura de violência” no namoro, na mensagem para o Dia dos Namorados, que se assinala no dia 14 de fevereiro.

“Existem ‘namoros’ falsos ou vazios porque não têm o mistério do amor como conteúdo. Há ‘namoros’ que são uma sedução para levar à escravatura, afirmações de poder com objetivos de falsa grandeza pessoal. Entretanto, progressivamente, foi aumentando uma cultura de violência”, pode ler-se no texto do organismo da Conferência Episcopal Portuguesa, enviado hoje à Agência ECCLESIA.

A mensagem salienta que “há uma contradição inaceitável em alguns jovens namorados que aceitem a violência no seu relacionamento como um dado cultural próprio da atualidade” e que, ao contrário do que se diz popularmente, “o amor não tem de ser cego, necessita de vigilância e sabedoria para traduzir a verdadeira vocação humana”.

“Como ensina a Igreja, Deus, que criou o homem por amor, também o chamou ao amor, vocação fundamental e inata de todo o ser humano. Porque o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus que é Amor, tendo-os Deus criado o homem e a mulher, o amor mútuo dos dois torna-se imagem do amor absoluto e indefetível com que Deus ama o homem”, refere o texto.

Segundo a CELF, a capacidade de amar é um dom de Deus no coração humano que cresce, amadurece” e torna todos “sempre mais semelhantes ao Criador”, realçando que este dom “tem de ser traduzido em ensinamento e sabedoria vigilante para que se torne parte do todo da pessoa humana e não um apêndice”.

Num tempo marcado pelo domínio da economia e da tecnologia, o Amor é desvalorizado e, portanto, não admira que tenhamos um mundo cada vez mais violento, governado por pessoas violentas onde não se reconhece a compaixão pela pessoa humana”, destaca.

Na mensagem com o título “A capacidade de amar é um dom de Deus”, o organismo da CEP cita o Papa Francisco, dizendo que “na sociedade atual falta o coração”, e desafia todos os casais.

“Aos namorados de todas as idades fica o desafio de levar a sério o Amor como o grande dom que Deus a todos concedeu. Amor que faz alargar a morada interior e dá sentido a grandes opções. Amor que vence a solidão cresce, se for verdadeiro e fiel, e inspira aventuras grandes, confiantes e com esperança”, escreveu a Comissão Episcopal do Laicado e Família.

No início da nota, o Dia dos Namorados é referido como uma “oportunidade para uma breve reflexão sobre o que se entende por namoro e que valor existe ou deve existir nessa experiência de vida”.

“Na versão mais tradicional, por ‘namorados’ entende-se um casal de jovens, um rapaz e uma rapariga, que se acompanham por encantamento, para se conhecerem melhor, tendo como possibilidade e objetivo a celebração do matrimónio (casamento)”, refere.

No entanto, a mensagem assinala que “os comportamentos humanos alteram-se de acordo com um novo quadro de valores ou a falta deles e, nesta situação, a palavra ‘namorados’ já se utiliza nas situações mais diversas, seja entre crianças, idosos, pessoas de género diferenciado e do mesmo género”, sendo também utilizada por “pessoas que resolveram viver maritalmente, sem a celebração do casamento”.

“‘Namorados’ é uma palavra que tem dentro de si o amor, e o amor é mistério, não se explica, vive-se como um dom e traduz-se por gestos, sinais, atenções e doação de vida. O amor ou existe ou não existe, não se compra em parte alguma nem se fabrica, e pode gerar muito sofrimento quando é correspondido por um falso amor”, adverte o documento.

Liturgicamente, 14 de fevereiro é o dia da festa de São Cirilo e de São Metódio, mas na Itália a Diocese de Terni celebra o seu padroeiro, São Valentim, primeiro bispo desta localidade, que morreu como mártir, provavelmente no século IV.

Este nome está ligado a algumas lendas, as quais Valentim teria morrido decapitado por se ter recusado a renunciar ao Cristianismo e por, secretamente, ter celebrado o casamento entre uma jovem cristã e um legionário, apesar da proibição de Cláudio II (século III).

LJ/PR – Agência ECCLESIA

11 Jan 2025

Arquidiocese de Évora marcou presença: Encontro Sinodal Nacional decorreu em Fátima com apelo a nova cultura de inclusão e avaliação nas comunidades católicas

A Equipa Sinodal da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) lançou neste sábado, dia 11 de janeiro, em Fátima um apelo à construção de uma nova cultura de inclusão e avaliação nas comunidades católicas, num encontro que reuniu 300 participantes das várias dioceses, entre os quais esteve presente uma comitiva da Arquidiocese de Évora liderada pelo Prelado eborense, D. Francisco Senra Coelho.

“Criar espaços específicos para ouvir todas as pessoas, especialmente, as pessoas com deficiência e os grupos marginalizados” foi uma das propostas deixadas na apresentação a cargo de Carmo Rodeia, da Diocese de Angra, e do padre Eduardo Duque, da Arquidiocese de Braga.

Os responsáveis falavam na sessão inicial do encontro sinodal nacional convocado pela CEP, com o objetivo de refletir sobre o documento final do Papa Francisco e da XVI Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos sobre a sinodalidade (2021-2024) e a sua aplicação prática nas comunidades.

A apresentação do documento sublinhou as várias propostas apontadas pelo documento do Sínodo, particularmente em favor de uma “cultura da inclusão e participação” nas comunidades católicas.

Carmo Rodeia, da Equipa Sinodal da CEP, destacou a necessidade de “atualizar o modelo de paróquia, criando zonas pastorais mais próximas das comunidades” e de “implementar práticas de avaliação e prestação de contas”.

A “missão no ambiente digital” e a “cultura de prevenção de abusos” foram outros temas abordados.

Os participantes foram desafiados a “fortalecer os organismos de participação, tornando os conselhos e as assembleias espaços de diálogo, transparência e corresponsabilidade”.

Carmo Rodeia destacou a importância de construir relações respeitosas “entre homens e mulheres, de diferentes gerações, e grupos de diversas identidades, dentro e fora da Igreja”.

A intervenção sublinhou os apelos a “uma participação mais ampla dos leigos e leigas nos processos de discernimento eclesial”, que saiu do último Sínodo, para “superar as barreiras” que existem, com “oportunidades de participação novas e criativas”.

As dioceses são convidadas a mudar “estruturas e processos de decisão para que sejam mais participativos e transparentes”.

A apresentação sublinhou a importância de promover momentos de “formação e educação para a sinodalidade”.

“A etapa que agora nos propomos viver é talvez a mais desafiadora”, observou Carmo Rodeia.

A renovação litúrgica e catequética, o compromisso com a juventude e as famílias, a justiça social e cuidado ambiental ou a inserção social e política dos católicos foram outras propostas deixadas à assembleia.

Foto: RIcardo Perna

O padre Eduardo Duque sublinhou, na sua intervenção, que o processo lançado em 2021 tem mostrado “uma Igreja em renovação”.

“Vamos sonhando com uma Igreja reconciliada, renovada, curada”, acrescentou.

O membro da Equipa Sinodal da CEP apresentou as cinco partes do documento final, falando da “conversão das relações” e da sinodalidade como “estilo de vida”.

“Os processos de decisão não podem estar centrados numa pessoa”, sustentou o sacerdote, pedindo uma dinâmica “mais colegial”, para construir uma Igreja “corresponsável”.

Destinado aos membros das Equipas Sinodais diocesanas e dos Conselhos Pastorais de cada diocese, o encontro conta com a presença dos bispos de Portugal.

Fonte: Agência Ecclesia

 

Igreja/Portugal: «Estamos desejosos de dar continuidade a este processo de sinodalidade» – D. Virgílio Antunes

Igreja/Portugal: Encontro Sinodal defende valorização dos organismos consultivos nas dioceses e paróquias

20 Dez 2024

D. José Miguel Pereira é o novo bispo da Guarda

O Arcebispo de Évora em seu nome pessoal e em nome da Arquidiocese de Évora saúda com alegria D. José Miguel Pereira e a Diocese irmã da Guarda pela nomeação e deseja um frutuoso ministério pastoral naquela Igreja local.


O Papa Francisco nomeou hoje, dia 20 de dezembro, bispo da Guarda o cónego José Miguel Barata Pereira, reitor do Seminário dos Olivais, informou a Nunciatura Apostólica, em nota enviada à Agência ECCLESIA.

“Apresento-me diante de vós para caminharmos juntos e com todos”, afirma D. José Miguel Pereira na primeira mensagem que dirige à Diocese da Guarda.

Reitor do Seminário dos Olivais desde 2011, o novo bispo da Guarda nasceu em 1971, frequentou os seminários do Patriarcado de Lisboa, licenciou-se em Teologia na Universidade Católica Portuguesa e foi ordenado no sacerdote no dia 29 de junho de 1996.

“Com raízes familiares no Fundão e tendo vivido momentos importantes do meu percurso vocacional nas Penhas Douradas e em Manteigas, descubro aí a mão de Deus que guia a minha história e me preparava para esta missão de novo bispo da Guarda, a que o Santo Padre, o Papa Francisco, acaba de me chamar e a quem manifesto a minha gratidão pela confiança em mim depositada”, afirma D. José Miguel Pereira.

Foto: Patriarcado de Lisboa

D. José Miguel Pereira sucede a D. Manuel Felício, atualmente com 77 anos de idade, que apresentou ao Papa Francisco o pedido de dispensa das funções de bispo da Guarda 3 anos antes de completar os 75 anos, idade indicada para formular o pedido de resignação, manifestando na altura o desejo de fazer outro trabalho “fora da diocese”.

Com a nomeação do novo bispo da Guarda, o Papa Francisco aceitou também o pedido de renúncia de D. Manuel Felício ao “governo pastoral” da Igreja Católica na diocese, nomeado agora administrador apostólico da Diocese da Guarda até à tomada de posse de D. José Miguel Pereira.

Na mensagem que dirige à diocese, o novo bispo saúda “com fé e afeto todo o povo de Deus que peregrina em Igreja nas terras da Guarda” e todos os “os homens e mulheres de boa vontade que cruzam os caminhos da vida nessas mesmas paragens”, dirigindo uma “palavra calorosa” aos padres da diocese, os que trabalham “ao serviço da querida Igreja da Guarda”, aos leigos “dedicados aos movimentos e obras do apostolado cristão” e aos jovens “à procura da sua vocação e missão”.

“Dirijo também o meu coração a todos aqueles que estejam a viver alguma situação de sofrimento, aqueles que estejam marcados pela escuridão ou pela solidão, aqueles que são vítimas de qualquer forma de violência, os que se vejam privados de liberdade, aqueles que estão desterrados das suas terras ou estejam envolvidos nalguma situação de maior preocupação e pobreza”, afirma D. José Miguel Pereira.

O novo bispo da Guarda manifesta vontade em percorrer “os caminhos da superação, da justiça e da reconciliação”, em contexto do Ano Jubilar, em 2025.

“Não levo outros tesouros senão aqueles que possuo: em primeiro lugar, a certeza de que Deus é bom, é muito bom, e sempre bom e se aproxima de nós para viver todas as horas da nossa vida, mesmo as mais difíceis, para aí abrir aí horizontes de saída e de eternidade”, afirma.

D. José Miguel Pereira refere que a Diocese da Guarda é a Igreja que é chamado a amar e servir, na certeza de que é o “Espírito Santo que guia e sustenta a Igreja”, na procura de “caminhos da configuração sinodal e missionária” e na “certeza de que é sempre a comunhão”, vivida “como unidade e diversidade”, que “constitui a bússola” a guiar “nos caminhos do Evangelho”.

“Neste horizonte, rezemos uns pelos outros. E com os olhos postos no Jubileu dos 2025 anos do mistério da Encarnação e do Natal do Senhor, vivamos este novo ano voltados para a Esperança”, conclui D. José Miguel Pereira.

Foto: Patriarcado de Lisboa

D. José Miguel Pereira nasceu a 7 de novembro de 1971, frequentou os seminários do Patriarcado de Lisboa, licenciou-se em Teologia na Universidade Católica Portuguesa com uma tese intitulada “Ser Igreja, ser na Igreja – Do ser comunhão ao agir vocacional” e foi ordenado no sacerdote no dia 29 de junho de 1996.

Antes de ser nomeado, em 2011, reitor do Seminário Maior de Cristo Rei dos Olivais, no Patriarcado de Lisboa, o novo bispo da Guarda foi prefeito do Seminário Menor de São José de Caparide, entre 1996-1999, vice-reitor do Seminário Menor de Nossa Senhora da Graça, em Penafirme, entre 1999-2007, exercendo o ministério pastoral neste período como colaborador nas paróquias vizinhas.

Entre 2007 e 2011, D. José Miguel foi vice-reitor do Seminário Maior Cristo Rei dos Olivais, diretor do Pré-Seminário entre 2009-2012, e diretor do Setor de Animação Vocacional, entre 2007-2017.

Atualmente, para além de reitor do Seminário Maior Cristo Rei dos Olivais, é secretário do Secretariado de Ação Pastoral, desde 2007, responsável pela formação dos Candidatos ao Diaconado Permanente, também desde 2007, membro do Conselho Presbiteral e do Conselho Pastoral Diocesano, desde 2012, e membro do Capítulo dos Cónegos da Sé Patriarcal, desde 2017.

D. José Miguel Pereira vai ser ordenado bispo na Sé da Guarda, no dia 16 de março, às 16h00.

Paulo Rocha, Agência ECCLESIA

10 Dez 2024

Lisboa: Papa nomeia D. Rui Gouveia como bispo auxiliar

O Arcebispo de Évora em seu nome pessoal e em nome da Arquidiocese de Évora saúda D. Rui Gouveia e o Patriarcado de Lisboa pela nomeação.


O Papa nomeou hoje, dia 10 de dezembro, como bispo auxiliar de Lisboa D. Rui Gouveia, de 49 anos, até agora membro do clero da Diocese de Setúbal, informou a Nunciatura Apostólica em nota enviada à Agência ECCLESIA.

“Como podem imaginar, os sentimentos que me assistem são muitos e dispares. Porém, querendo-me manter sob a luz da fé, quero dizer, em primeiro lugar, que nomear como bispo auxiliar um presbítero oriundo da Diocese de Setúbal – Diocese que é filha de Lisboa e que vive o ano jubilar dos seus cinquenta anos de fundação – é certamente um gesto de grandeza maternal ímpar”, refere o responsável, na sua primeira saudação ao Patriarcado de Lisboa.

O novo bispo era pároco da Anunciada e assistente diocesano da Pastoral Familiar, em Setúbal, e vai ser ordenado bispo a 16 de fevereiro de 2025, na igreja de São Vicente de Fora, em Lisboa.

O responsável passa a integrar a equipa episcopal de Lisboa, com o patriarca D. Rui Valério e os seus auxiliares D. Nuno Isidro e D. Alexandre Palma; Francisco aceitou hoje a renúncia de D. Joaquim Mendes, de 76 anos, que passa a ser auxiliar emérito.

D. Rui Gouveia deixa uma saudação ao clero e à população do Patriarcado, agradecendo a confiança do Papa e manifestando sentimentos de “gratidão e vínculos de paz e comunhão”.

“É neste espírito de ação de graças que me apresento diante de vós, queridos irmãos de Lisboa, e apresento-me como discípulo e servo de Jesus. Discípulo porque creio que Jesus me leva até Lisboa para reconhecer e conhecer o seu rosto e continuar como filho de Deus esta peregrinação até ao Céu. Servo para trabalhar com a simplicidade e sinceridade do Evangelho nesta extraordinária porção do povo de Deus”, acrescenta, numa saudação enviada à Agência ECCLESIA.

O novo responsável convida as comunidades católicas a “viver e anunciar a esperança”.

Rui Augusto Jardim Gouveia nasceu a 17 de abril de 1975 em Joanesburgo, África do Sul, filho de uma família de emigrantes madeirenses, naturais do Concelho de Santana.

Quando os seus pais regressaram à Ilha da Madeira, frequentou a Escola Primária de São Jorge e a Escola Básica e Secundária D. Manuel Ferreira Cabral, em Santana, até 1991; após concluir o Secundário, no Funchal, obteve a licenciatura em Química Tecnológica na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

O novo bispo viria a ingressar no Seminário Maior de São Paulo, em Almada (Diocese de Setúbal) e frequentou a Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa, onde se licenciou.

Padre desde 6 de julho de 2008, estudou Teologia Catequética na Universidade de San Dámaso e Espiritualidade Bíblica na Universidade de Comillas, em Madrid.

D. Rui Gouveia desenvolveu o seu ministério sacerdotal como vigário paroquial da Paróquia do Divino Espírito Santo no Montijo (2008-2009) e colaborador do Pré-Seminário (2008-2009).

Depois dos seus estudos em Madrid (2009-2011) foi nomeado diretor do Pré- Seminário (2011-2019); de 2014 a 2017 foi prefeito dos estudos do Seminário Maior de São Paulo, em Almada, instituição da qual foi reitor de 2017 a 2024.

Em nota enviada à Agência ECCLESIA, a CEP “manifesta o seu regozijo com esta nomeação, desejando ao padre Rui Gouveia um fecundo serviço pastoral no Patriarcado de Lisboa e uma presença ativa como membro da Conferência Episcopal Portuguesa”.

Octávio Carmo, Agência ECCLESIA

22 Nov 2024

Igreja/Portugal: D. Sérgio Dinis é o novo bispo das Forças Armadas e de Segurança

O Arcebispo de Évora em seu nome pessoal e em nome da Arquidiocese de Évora saúda D. Sérgio Dinis e o Ordinariato Castrense pela nomeação.


O Papa nomeou hoje, dia 22 de novembro, D. Sérgio Dinis, membro do clero de Vila Real, como bispo das Forças Armadas e de Segurança, informou a Nunciatura Apostólica, em nota enviada à Agência ECCLESIA.

“A todas as mulheres e todos os homens que defendem a independência nacional, a integridade territorial e garantem a ordem e as seguranças públicas, assim como às suas famílias, dirijo uma saudação fraterna e respeitosa, exprimo o grande apreço pelo vosso precioso serviço e quero dizer-vos que estarei sempre ao vosso lado, num profundo amor a Cristo, à Igreja e à nossa amada pátria”, escreve o responsável, na sua primeira saudação à diocese.

O novo bispo sucede no cargo a D. Rui Valério, responsável do Ordinariato Castrense desde 2018 e administrador apostólico desde 2023, quando foi nomeado patriarca de Lisboa.

D. Sérgio Manuel Ribeiro Dinis nasceu a 8 de maio de 1970 em Ermelo, concelho de Mondim de Basto, Diocese de Vila Real; depois de frequentar o Colégio Salesiano de Poiares, foi aluno do Seminário de Vila Real e do Seminário Maior do Porto.

O novo bispo obteve a Licenciatura em Teologia na Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa – Centro Regional do Porto; obteve ainda a Licenciatura em Direito Canónico na Universidade Pontifícia de Salamanca (Espanha).

Sacerdote desde 17 de julho de 1994, incardinou-se na Diocese de Vila Real, onde iniciou o seu ministério pastoral como secretário do então bispo diocesano, D. Joaquim Gonçalves (1993-1996).

Desde 1996 até hoje foi pároco da Paróquia de Santa Maria Maior, em Murça; a partir de 1998 assumiu também a Paróquia de Nossa Senhora da Anunciação, em Noura.

O novo bispo foi ainda pároco de Santa Maria Madalena, em Candedo; de Nossa Senhora da Purificação, em Fiolhoso (1996-1998); e de São Sebastião, em Pópulo (1996-2014).

Em Vila Real desempenha funções de juiz do Tribunal Eclesiástico Interdiocesano, arcipreste do Arciprestado Douro II, capelão da Santa Casa da Misericórdia de Murça, sendo membro do Colégio de Consultores, do Conselho Presbiteral e do Conselho de Pastoral da Diocese.

O Ordinariato Castrense de Portugal é assim designado a partir de 1986, com a Constituição Apostólica ‘Spirituali Militum Curae’’; 1966 e 2000, tratava-se de um setor pastoral a cargo do patriarca de Lisboa.

Através do decreto n.º 387/87, de 17 de março de 2001, João Paulo II decidiu anuir ao pedido formulado pela Conferência Episcopal Portuguesa, separando o múnus do Ordinariato Castrense de Portugal do de patriarca de Lisboa.

Pertencem ao Ordinariato Castrense e estão sob a sua jurisdição todos os fiéis militares e também aqueles que, por vínculo da lei civil, se encontram ao serviço das Forças Armadas; são também setores integrantes as Forças de Segurança, ou seja, a Guarda Nacional Republicana e a Polícia de Segurança Pública.

O Serviço de Assistência Religiosa das Forças Armadas e das Forças de Segurança foi regulamentado em 2009, na sequência da Concordata assinada entre Portugal e a Santa Sé em 2004, sendo constituído pela Capelania Mor e pelos centros de assistência religiosa da Armada, do Exército, da Força Aérea, da Guarda Nacional Republicana e da Polícia de Segurança Pública.

Octávio Carmo, Agência ECCLESIA

14 Nov 2024

Igreja/Abusos: Bispos alargam prazo para pedidos de compensação e projetam responder até final de 2025

A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) anunciou hoje o alargamento, até 31 de março de 2025, do prazo para pedidos de compensação financeira de vítimas de abusos sexuais por membros do clero ou em instituições eclesiais.

“(A Assembleia Plenária) analisou a aplicação do Regulamento para atribuição de compensações financeiras às vítimas de abusos sexuais de crianças e adultos vulneráveis ocorridos no âmbito da Igreja Católica em Portugal e aprovou uma adenda com algumas clarificações ao processo em curso, alargando o prazo de apresentação dos pedidos até 31 de março de 2025”, refere o comunicado final do encontro dos responsáveis, que decorreu desde segunda-feira, em Fátima.

A Assembleia prevê que todos estes processos fiquem concluídos “até ao final de 2025”.

A 1 de junho teve início o período de apresentação formal dos pedidos de compensação financeira, junto do Grupo VITA ou da Comissão Diocesana de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis onde terão ocorrido os factos.

A Assembleia Plenária recebeu o Grupo VITA para “fazer um ponto de situação do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido em articulação com as Comissões Diocesanas”.

O encontro dos bispos deu ainda origem a um cojunto de “clarificações” sobre o regulamento das compensações financeiras, divulgado a 25 de julho, sublinhando a importância de evitar “um processo de revitimização da parte de quem faz o pedido de compensação”.

“Estes processos, sem carácter judicial, justificam-se com o especial dever de solidariedade da Igreja para com as vítimas. Nesse sentido, são alterados alguns termos que melhor clarificam a natureza destes processos, que não devem ser confundidos com perícias médico-legais”, refere o texto, que acompanha o comunicado final da 210ª Assembleia Plenária da CEP.

O organismo representativo dos bispos e a Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP) aprovaram em abril, por unanimidade, a atribuição de compensações financeiras a vítimas de abusos sexuais, anunciando a criação de um fundo da Conferência Episcopal Portuguesa para este fim.

Quanto ao alargamento do período para apresentação dos pedidos de compensação, a CEP entende que a alteração “não atrasa o andamento dos processos”, queestão a ser tratados em articulação pelo Grupo VITA, pelas Comissões Diocesanas de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis e respetiva equipa de coordenação nacional.

O regulamento para as compensações financeiras às vítimas de abusos sexuais prevê a criação de duas comissõe: uma primeira comissão procederá à análise dos pedidos e elaboração de um parecer (Comissão de Instrução) e, num momento imediatamente seguinte, uma segunda comissão determinará os montantes das compensações a atribuir (Comissão de Fixação de Compensação).

A Comissão de Instrução, deve ser constituída, pelo menos, por duas pessoas, uma designada pelo Grupo VITA e outra pela Equipa de Coordenação Nacional.

“Com vista a uma maior uniformidade de critérios, pretende-se a constituição de membros pertencentes à mesma equipa de profissionais especializados nesta matéria que escute todas as pessoas que solicitam a compensação financeira”, indicam os bispos.

Já a Comissão de Fixação da Compensação, a quem compete determinar os montantes das compensações a atribuir, “deverá fundamentar o seu parecer aprovado pela maioria dos seus membros”.

A CEP, entidade representativa da Igreja Católica em Portugal, foi formalmente reconhecida a seguir ao Concílio Vaticano II, em 1967, com a ratificação pela Santa Sé dos primeiros Estatutos aprovados na Assembleia Plenária de 16 de maio, revistos posteriormente em 1977, 1984, 1999, 2005 e 2023.

De acordo com o Direito Canónico, este é o agrupamento dos bispos das dioceses de Portugal que, sob a autoridade do Papa, “exercem em conjunto certas funções pastorais em favor dos fiéis do seu território”.

A Assembleia Plenária é o órgão colegial máximo da CEP.