Síntese Final das Jornadas do Clero das Dioceses do Sul 2024
1. O instituto Superior de Teologia de Évora (ISTE) organizou, entre os dias 15 e 19 de janeiro de 2024, as XVII Jornadas de Atualização do Clero da Província Eclesiástica de Évora (Évora, Beja e Algarve), a qual contou também com a participação da Diocese vizinha de Setúbal. O tema das Jornadas foi: «Presbíteros: “À Imagem e Semelhança” do Bom Pastor», e o local escolhido, o Hotel Alísios, em Albufeira, Diocese do Algarve, onde têm decorrido os últimos encontros. Participaram mais de 80 Presbíteros, Diáconos e Seminaristas Maiores das quatro Dioceses, bem como os nossos Bispos: Cardeal D. Américo Aguiar (Setúbal), D. Francisco Senra Coelho (Évora), D. Manuel Quintas (Algarve) e D. João Marcos (Beja). Marcaram também presença o Senhor D. Manuel António Santos, Bispo Emérito de São Tomé e Príncipe, e o novo Bispo eleito desta Diocese, D. João Nazaré. O Senhor Núncio Apostólico, D. Ivo Scapolo esteve igualmente presente;
2. As duas primeiras Conferências foram da responsabilidade do Senhor D. José Rodriguez Carballo, OFM, Arcebispo-Coadjutor de Badajoz-Mérida (Espanha), e até há pouco Secretário do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica. Na sua primeira intervenção D. José refletiu sobre «O Perfil do Sacerdote». Iniciou a reflexão, afirmando a importância da Formação, que deve ser permanente, como um caminho: «Unitário»; «Contínuo» e «Integral». Entre as notas fundamentais do «Perfil», acentuou que o Sacerdote deve ser «um Servidor» como Cristo, que assumiu a condição de Servo até à morte. A união a Cristo no «Ser» é condição para que o «Fazer» seja reflexo do que se é. Ser «Servidor» é ser também «Discípulo» a vida toda, procurando configurar-se com o Mestre. Ser «Servo» é sinónimo de ser «Pastor», e ser «Pastor» implica: conhecer as ovelhas e deixar-se conhecer; caminhar com elas; escutar e deixar-se interpelar pelo que se escuta; anunciar o evangelho da esperança; trabalhar pela fraternidade sacerdotal e diocesana, superando a tentação do individualismo. Por fim, para ser um verdadeiro «Servidor» ele tem de ser «Misericordioso» e aspirar à «Santidade», abandonando a mediocridade, para poder passar de bom a melhor (Santa Clara de Assis);
3. A segunda Conferência (16 de janeiro) teve por tema: «O desafio da Formação Sacerdotal ou o protagonismo na Formação». D. José partiu da constatação de que existe uma real crise vocacional, sensível em grande parte dos Países, mormente Ocidentais, e com causas bem definidas: «forte secularismo»; «diminuição do número de crentes nos Países tradicionalmente católicos»; «situação das famílias»; «quebra da natalidade»; «fragilidade humana e espiritual dos jovens», e «situação da Igreja neste momento». As soluções devem passar, por: «clara aposta na evangelização das famílias»; «bom discernimento vocacional dos candidatos»; «decidida aposta no acompanhamento», ao longo de toda a vida, nomeadamente, nos primeiros anos do exercício do ministério. Neste processo é ainda crucial a atenção à maturidade dos candidatos, a valorização da dimensão espiritual e a centralidade da Eucaristia. A crise tem solução, mas é preciso enfrentá-la com verdade e confiança. Urge, além do mais, criar nas Dioceses um clima vocacional, que a todos envolva e responsabilize. A crise das vocações é também uma crise de «apaixonados por Cristo». Continuando a sua intervenção, D. José assinalou a mudança de paradigma na pedagogia formativa. Na verdade, passou-se de uma formação passiva, centrada no formador, que ordenava e dirigia, para uma formação centrada na comunidade formativa, na qual os formadores escutam, acompanham e motivam, e os formandos são sujeitos ativos e responsáveis pelo seu processo de crescimento. Quanto aos desafios que se colocam, D. José realçou: «a experiência da própria debilidade»; «o risco de ser funcionário do sagrado»; «a cultura contemporânea»; «a atração do poder e da riqueza»; «o celibato» e a «entrega ao próprio ministério»;
4. Neste mesmo dia (16 de janeiro), o Prof. Francisco Machado (ISTE) desenvolveu a temática: «As qualidades humanas do pastor». Iniciou a sua reflexão, afirmando que o pastor deve contemplar as qualidades humanas de Jesus, passar tempo com o Senhor, sentir fascínio por Ele, tendo consciência de quem é, mas aspirando a refletir na sua humanidade a imagem de Jesus: nas qualidades, nas palavras, nos gestos. Há ainda três aspetos que importa cultivar: «boa comunicação»; «simpatia» e «dinamismo». Para ser um verdadeiro pastor ele necessita ainda de ter: «boca»; «coração» e «mãos humanas». Ao olhar para a Sagrada Escritura percebemos que o pastor é aquele que se preocupa com o rebanho, mas também com cada ovelha em particular, nomeadamente as ovelhas transviadas. Uma outra dimensão a enfrentar é a superação do individualismo; por isso, o pastor deve delegar tarefas nos seus colaboradores, em quem deve confiar e, como Jesus, não se deve cansar de afirmar o amor de Deus e o apelo à conversão. O Prof. Francisco insistiu igualmente na importância da homilia (breve, rezada e bem preparada), a qual é fundamental nos processos de aproximação ou afastamento de quem nos ouve. Prestes a terminar a sua intervenção, lembrou que o pastor se deve dedicar às pessoas e, como Jesus, ser: «zeloso»; «atrativo e alegre para servir»; encorajando «outros a servir». Por isso, deve ser também: diligente na oração e na liturgia; fazer diariamente o Exame de Consciência; escutar e ter quem o escute (entre os colegas e paroquianos), para ganhar consciência dos seus limites e incapacidades humanas, e poder mudar;
5. Ainda neste dia (16 de janeiro) tivemos ocasião de ouvir o Prof. Juan-Cruz Arnanz Cuesta, Sacerdote da Diocese de Segóvia (Espanha), que nos falou sobre: «O pastor, homem de fé enraizado em Deus». Partiu da afirmação da fé enquanto geradora de um novo modo de conhecer, que faz parte da nossa existência, e nos abre ao amor e à contemplação. É, pois, preciso encontrar maneiras e espaços para contemplar a beleza do ministério, e poder vencer assim a tentação do comodismo. A espiritualidade primeira do pastor radica no Batismo, fonte de todas as vocações, e é fundamental que ele articule depois na sua vida o binómio «identidade-espiritualidade», assumindo o exercício do ministério como via de santificação. Daqui emergem três caraterísticas estruturantes: «sacramentalidade», «diocesaneidade» e «secularidade». A Ratio Fundamentalis insistiu também na «dimensão comunitária (sinodal)» e na «perspetiva evangelizadora (missionária)». O processo sinodal que ainda decorre, reforçou a importância da aposta na formação e consequente espiritualidade. Como notas de uma espiritualidade presbiteral em chave sinodal, defendeu que ela deve ser: «enraizada em Deus»; de «comunhão»; «ecuménica», «de conversação no Espírito e de discernimento» e «ecológica». Como conclusão, lembrou que Cristo é a nossa primeira referência, pois, só Ele é o Bom Pastor. Ao olhar para Jesus, só podemos concluir que não é só o que fazemos, mas a forma como o fazemos, que fará toda a diferença;
6. No dia 17 de janeiro, o Prof. Álvaro Pereira Delgado, Sacerdote do Clero de Sevilha e Professor de Sagrada Escritura na Faculdade de Teologia de San Isidoro (Sevilha), propôs-nos uma reflexão intitulada: «O coração do Ministro à imagem do coração de Paulo», a partir da II Carta de S. Paulo aos Coríntios. Iniciou a sua intervenção, fazendo o enquadramento, e refletindo sobre a situação e a intenção desta Carta. Num segundo momento, desenvolveu o seu pensamento acentuando o paradoxo entre a «força divina» e a «fraqueza humana». Com efeito, Paulo tem consciência que a sua grandeza lhe advém do seu ministério, pois é grande a sua fragilidade e limitações. Por isso, é precisamente na fragilidade do ministro que se manifesta a força de Cristo. Num terceiro momento, refletiu sobre o «coração» como «espaço de encontro» entre ele (Paulo) e os Coríntios e também lugar de compreensão e de vontade. O Apóstolo exorta os Coríntios, a que lhe abram o coração para que nele, Paulo possa entrar. Num quarto e último momento, refletiu sobre o «coração» como «espaço de encontro com Deus». Paulo insistiu em afirmar que a fragilidade e o sofrimento abrem o coração a Deus e aos outros, e usou a metáfora dos «órgãos do corpo» e «geografia», para afirmar que o seu coração era o Coração de Cristo, a outra «tábua» em que o Senhor, pelo Espírito Santo, escreve «o livro da graça». Deste modo, Paulo é para nós ministros, «modelo do Modelo» (que é Cristo), que nós devemos imitar;
7. Ainda no dia 17 de janeiro, o Prof. Francisco García Martínez, Decano da Faculdade de Teologia da Universidade Pontifícia de Salamanca, e Sacerdote da Diocese de Zamora (Espanha), apresentou-nos o tema: «A formação teológica/intelectual do pastor». Começou por traçar uma síntese das diversas etapas em que podemos dividir a reflexão teológica, desde a Patrística até aos nossos dias, concluindo que é preciso que a fé seja pensada, e que a teologia se ligue à vida. De seguida, centrou a sua reflexão sobre a «expropriação» da centralidade a que a cultura atual votou a Igreja, tornando-a um «metaverso», e citou a este propósito Yves Congar, para lembrar a urgência do cristão viver «uma fé culta». Continuou a refletir sobre a urgência de mudarmos, não nos limitando a transmitir os conteúdos da fé, os quais só são perceptíveis por quem está enraizado em Deus. No último momento da sua intervenção, insistiu na importância da Formação Permanente e na responsabilidade dos Presbíteros, que devem apostar na sua formação, para puderem responder às questões que hoje são colocadas, o que exige: «reflexão»; «esforço»; e «estudo». Ao olhar para o nosso mundo, salientou quatro das características fundamentais que a formação deve ter: «abertura à realidade»; pensar segundo uma perspetiva «holística» (global); porque vivemos na «fragmentariedade», urge configurar a vida a partir do «nuclear»; e por fim, é fundamental um pensamento teológico «acompanhado» pelos mestres da Sagrada Escritura e do pensamento humano. Prestes a terminar, insistiu ainda que a Formação Permanente deve ser de carácter teológico-pastoral, pois o seu objetivo é fazer nascer o «Cristo total» no nosso mundo. Quanto aos âmbitos de formação lembrou os seguintes: «livros sobre o ministério e oração»; «leitura e interpretação da Sagrada Escritura»; «formação litúrgica»; «significatividade do dogma»; e «biblioteca ministerial»;
8. A última reflexão deste dia (17 de janeiro), coube a D. José Alves, Arcebispo Emérito de Évora, que abordou o tema: «A vida pastoral: pastor ou gestor? Servidor ou senhor?». Numa intervenção cheia de sabedoria pastoral, D. José refletiu sobre a pastoral como uma questão não simplesmente humana, mas baseada na promessa de Jesus aos Seus discípulos, de que estará sempre connosco. De qualquer modo, a Igreja deve estar atenta ao mundo e às mudanças que nele têm lugar, pelo que, a Nova Evangelização, proposta pelo Papa S. João Paulo II, pretendeu ser resposta adequada, de uma Igreja que quer passar da «Pastoral da Espera» à «Pastoral da Procura e do Envio». É preciso ir, como Cristo, como Paulo, para sermos «Igreja em saída», como nos exorta o Papa Francisco. A metodologia de Jesus com os discípulos de Emaús deve ser a nossa hoje: 1) «Jesus aproximou-se e falou com eles»; 2) «interpelou-os e ouviu as suas preocupações»; 3) «explicou-lhes a Sagrada Escritura»; 4) «manifestou-lhes, no partir do pão, os sinais salvíficos»; 5) depois do encontro com Cristo «voltaram para a comunidade», pois, sem ela não há vivência autêntica da fé. No segundo momento da sua intervenção, D. José citou Santo Agostinho e o Sermão aos Pastores, como um documento importante para ajudar a repensar o modo de se ser pastor, concluindo que ele deve ser servidor, em tudo o que faz, como Cristo. Rematou a sua intervenção afirmando que na Igreja, a autoridade deve ser serviço;
9. A manhã do dia 18 de janeiro, foi integralmente ocupada pela intervenção do Pe. Joaquim Teixeira, OCD, e por um rico tempo de diálogo, a partir das questões colocadas pelos participantes. A temática abordada foi: «Pobreza, Castidade e Obediência na vida do pastor», e foi desenvolvida em três perspetivas complementares: «Antropológica»; «Teológica»; e «Espiritual». O ponto de partida foi a vida de Jesus, marcada pelos Conselhos Evangélicos, os quais são, no fundo, para todos, mas vividos, naturalmente em diversas expressões e vocações. Os Conselhos são a resposta às três marcas ontológicas ou dinamismos nucleares e vitais, que existem em cada pessoa, e que devem ser bem geridos. Para o Sacerdote a vivência dos Conselhos, configura-o com Cristo e tem subjacente a si a lógica do «tesouro», e da «pérola», que se encontram e pelos quais tudo se deixa para seguir o Senhor, com o Qual é preciso estabelecer uma verdadeira relação de «esponsalidade». É, pois, muito redutor colocar o acento quase só na «renúncia», importando antes, insistir numa motivação profunda, mística, que o mundo de hoje necessita. Passando à reflexão sobre cada um dos Conselhos lembrou o seguinte: «Pobreza» não se confunde com miséria, mas implica uma Opção Preferencial pelos Pobres, e pode traduzir-se também em simplicidade, austeridade, liberdade para servir. Pobreza é ainda sinal não só de desprendimento material, mas de convite à doação de nós mesmos, relacionando-nos com todos, sem excluir ninguém. Pela sua força é um verdadeiro «sinal contracultural». A «Castidade» enquadra o Celibato, e significa exclusividade por Deus e pelas Suas coisas, mas não implica renúncia aos sentimentos, afetos e emoções. Recordou a propósito Santa Teresa de Ávila, que aconselhava a olhar para a «humanidade de Jesus» (e não apenas para a sua divindade). O Celibato é dom e tarefa, e supõe aprendizagem para se poder amar celibatariamente. Inclui necessariamente as dimensões de: fraternidade sacerdotal, de compaixão e de fraternidade espiritual. Não pode, por isso, ser sinal de «esterilidade». Na sociedade hodierna, Castidade e Celibato são também «sinal contracultural» e «provocador». A «Obediência» supõe a «relação com Deus e os outros», implica «a escuta» e é geradora de comunhão fraterna. O Pe. Joaquim concluiu a sua intervenção, afirmando que os três Conselhos Evangélicos se articulam entre si, e ensinam-nos a sermos «homens normais» que aspiram à «santidade», opção por um «Amor Maior», pois só Ele nos preenche;
10. A tarde do dia 18 de janeiro foi preenchida com a intervenção do Pe. Carlos Aquino, Pároco de Loulé (Algarve) e Professor de Liturgia no ISTE, e com uma reflexão por Dioceses, seguida de Plenário, sobre o tema: «Importância da Liturgia na vida dos Ministros Ordenados». A abordagem teve três chaves de leitura: «Cristológica»; «Eclesiológica»; e «Pastoral». A Liturgia, afirmou o Pe. Aquino, é «acto de culto a Deus, por Cristo, no Espírito Santo», e é nela que nos unimos a Cristo Pastor, o que supõe que sintamos paixão por Ele, que nos exorta a sermos, como Ele, misericordiosos e acolhedores. Pertencemos a Deus para fazermos d’Ele o nosso Bem Maior. A vida espiritual, com toda a sua riqueza e diversidade (Eucaristia, Liturgia das Horas, Direção Espiritual, Confissão, Retiros, etc.) é, pois, fundamental para a vida do Ministro. De seguida, o Pe. Aquino desenvolveu a sua reflexão em três momentos: 1) «Liturgia: Mistério e Acção»; 2) «Liturgia: Dom e Alimento para uma vida espiritual e cristã»; 3) «A vida litúrgica do Presbítero e o seu contributo espiritual». Numa exposição viva, profunda, sábia e apaixonada, insistiu em que não esqueçamos que a espiritualidade de todos os cristãos é alimentada e alicerçada na Liturgia, e, quanto ao Presbítero, ele é um «sinal sacramental de Cristo»; por isso, só a união com o Senhor assegura a fecundidade do nosso ministério. Concluiu a sua intervenção, apelando à valorização de todos os gestos que fazem parte da Celebração, e quanto ao Presidente da Celebração, lembrou que ele não se deve esquecer que é «sinal», mas não o «centro» da acção celebrativa, pelo que, deve evitar duas tentações: «relativismo litúrgico» e «formalismo». O Ministro deve ter claro que celebrar e rezar são o essencial da sua vida, e celebrar é uma «arte», que implica deixar-se «presidir» pelo Espírito Santo;
11. A última intervenção desta XVII jornada de Actualização do Clero, teve lugar na manhã do dia 18 de janeiro, e foi da responsabilidade do Sr. D. Virgílio Antunes, Bispo de Coimbra e Vice-Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, que nos falou sobre: «A Espiritualidade Mariana na vida do Presbítero». Antes porém, de entrar no coração da sua reflexão, informou-nos que as seis Dioceses do Centro de Portugal vão apostar numa formarão para o respectivo Clero, inspirada também no nosso modelo, o que obviamente, nos alegrou. Num primeiro momento, procurou explicar a relação que, muitas vezes se estabelece, entre a crise das Vocações e do Sacerdócio em especial, e a sua ligação à Virgem Maria. Similar ligação é, também estabelecida entre a crise da Igreja e a ausência de Maria na vida eclesial. Na verdade, a Igreja não pode prescindir de Maria, pois, Ela tem um lugar ímpar no Mistério de Cristo e da Igreja, na medida em que é “condição” para a “carne” na Igreja. D. Virgílio prosseguiu a sua reflexão afirmando que a Espiritualidade Cristã é a “vida no Espírito” e, por isso, é mais correcto afirmar que existe uma única Espiritualidade Cristã, na qual a Virgem Maria tem um lugar especial. A característica fundamental da “Espiritualidade Mariana” é “deixar-se encher pelo Espírito Santo”, para que se realize em nós a “mesma obra”, o que exige discernimento na imitação de Maria, a qual é a primeira cristã e “Tipo” da Igreja. De seguida, centrou a sua reflexão na similitude que deve existir entre o Culto Mariano e o Presbítero: ambos são “mediação”, no “único Cristo”, Mediador entre Deus e os homens; e o Culto Mariano, tal como o Sacerdote, têm como fim “gerar Cristo” na Humanidade. No momento seguinte, reflectiu sobre a influência de três aspectos da devoção Mariana no Sacerdote: 1). O “Sim de Maria”, que encontra sentido no “Sim do Sacerdote”; 2) O “Serviço”: Jesus é o “Servo” e Maria a “Serva do Senhor”. O Sacerdote, ao configurar-se com Cristo, também é chamado a ser “servidor”; 3) A “Vida no Espírito”: central na vida de Maria, da Igreja e do Sacerdote. D. Virgílio concluiu a sua intervenção, estabelecendo uma estreita e riquíssima ligação entre: “Maria, o Presbítero e a Eucaristia”. Numa nota final afirmou, sem margem para dúvidas, que é preciso “edificar uma Igreja de rosto Mariano” e, nesta missão, os Sacerdotes têm uma missão crucial, e os Sacerdotes portugueses, por toda a nossa História, uma responsabilidade acrescida.
Pe. Manuel António Guerreiro do Rosário, ISTE