O primeiro Festival Internacional de Órgão de Évora terá início a 15 de outubro de 2023 e término a 14 de julho de 2024. No total contará com apresentação 11 concertos interpretados por artistas estrangeiros e nacionais, informou a Igreja de São Francisco, entidade que organiza o Festival.
O primeiro concerto do Festival é no próximo domingo, 15 de outubro às 17H00, na igreja do Espírito Santo, com interpretação de “QUATRO VENTOS”, projeto atribuído aos músicos António Esteireiro e Gonçalo Pescada.
O 1º Festival Internacional de Órgão de Évora surge na sequência lógica do avultado investimento feito na recuperação dos órgãos históricos pela igreja de S. Francisco, Sé de Évora e igreja do Espírito Santo.
O festival pretende ser um grande evento, em que todos os órgãos serão tocados por organistas de carreira sólida e de referência internacional e nacional, bem como divulgar o trabalho de jovens organistas com a possibilidade de manifestar a qualidade da sua arte. Os concertos, no total de onze, serão a solo ou com os mais diversos conjuntos vocais e instrumentais. Pretende ainda dar a conhecer o trabalho dos músicos que profissionais ou amadores, exercem a sua atividade localmente ou que de Évora são naturais.
Este é o festival que mais puramente se relacionará com a cultura do património material e imaterial de Évora.
Os Órgãos da Cidade de Évora
Construídos entre os séculos XVI e XIX, e com uma história que abrange 322 anos, os órgãos da cidade de Évora têm reconhecimento nacional e internacional.
A nível nacional, Évora assume extraordinária importância ao possuir o mais antigo conjunto de dois órgãos da Europa que datam de 1562 e que se encontram na Sé, um deles recuperado.
Existem também órgãos da escola Hamburguesa de Arp Schnitger que datam de final do século XVII e primeira metade do século XVIII, da autoria de Hulenkampf.
Tem ainda um dos mais importantes conjuntos de órgãos do genovês Pascoal Caetano Oldovino, construídos para as mais importantes igrejas da cidade e reunidos na igreja de S. Francisco.
Por fim, um órgão de Aristide Cavaillé-Coll de 1884, que se encontra na Igreja do Espírito Santo.
De notar que todos os organeiros eram de origem estrangeira.
Pelas características apontadas, as instituições responsáveis pelos instrumentos, têm feito um investimento necessário e significativo para conservar e recuperar os órgãos.
Desta forma, a igreja de S. Francisco entre 2018 e 2022 recuperou os quatro instrumentos da sua responsabilidade, criando um espaço onde pela primeira vez no Alentejo se podem escutar quatro órgãos do mesmo organeiro, em conjunto.
O Cabido Eborense executou uma obra de conservação necessária no órgão renascentista e restaurou o órgão barroco.
Pretende ainda pelo seu significado, recuperar um instrumento que possui tubos do antigo órgão renascentista que se encontrava em frente ao atual, lamentavelmente desmantelado nos anos 40.
A Sé terá novamente a oportunidade de recuperar, ainda que não plenamente, a possibilidade de haver música a dois órgãos como acontecia no renascimento.
Mais recentemente a igreja do Espírito Santo em colaboração com a igreja de S. Francisco, restaurou o seu instrumento romântico de Cavaillé-Coll, num
trabalho de resultado primoroso e brilhante.
Todos os restauros foram feitos por organeiros com as mais altas competências internacionais e especialistas nas especificidades da época de cada um dos instrumentos.
Sobre o programa do Festival haverá actualizações permanentes em facebook.com/s.francisco.evora