Na manhã deste dia 5 de outubro, a Escola Salesiana de Évora acolheu mais de seis centenas de diocesanos, entre Presbíteros, Diáconos, Consagrados, Seminaristas e Leigos para viverem em comunhão e júbilo o Dia da Igreja Diocesana.
Deste forma, inicia de forma oficial o Biénio Pastoral 2024-2026 na Arquidiocese de Évora que tem como tema “PEREGRINOS DE ESPERANÇA”.
A jornada começou com a Oração de Laudes, conduzida pelos Seminários de Évora, e presidida pelo Arcebispo de Évora.
Depois foi momento a conferência sobre o Jubileu do Ano Santo pelo Cónego Mário de Sousa (Diocese do Algarve), que é formado em Sagrada Escritura pelo Instituto Bíblico de Roma, doutorado em Teologia Bíblica pela Universidade Gregoriana, e especialista no evangelista S. João.
Após o intervalo, houve um momento de animação pela Pastoral Juvenil, que colocou toda a Assembleia a dançar e em júbilo.
De seguida, foi apresentada uma coreografia, intitulada “Sem Limites”, interpretada pelas jovens do Centro de Recuperação de Menores D. Manuel Trindade Salgueiro, de Assumar, orientadas pelas Irmãs Hospitaleiras.
Depois decorreu uma Mesa redonda sobre o Ano Pastoral e o Congresso Eucarístico Internacional, orientada pelo P. Manuel Vieira e com intervenções do cónego Mário Tavares de Oliveira, do cónego Francisco Couto e do casal Manuela e José Barreiros.
O Cónego Mário Tavares de Oliveira partilhou que no Ano Pastoral 2024/2025, até ao final de ano 2024, vão propor-se vigílias de oração na preparação do Ano Santo.
O Ano Santo iniciará na Vigília do Natal, em Roma. Depois, no Domingo da Sagrada Família, a 29 de dezembro, na Catedral de Évora, a Arquidiocese Évora irá abrir o Ano Santo.
“Que o Ano Santo seja marcado pelo entusiasmo”, desafiou o Cónego Mário Tavares de Oliveira, adiantando que o Ano Santo será também encerrado no Domingo da Sagrada Família em 2025.
A Pastoral Arquidiocesana do Turismo organizará duas datas de alternativas de Peregrinação Diocesana a Roma, de 1 a 5 de março, que já está quase completa, e de 21 a 25 de junho. Além disso, outras Pastorais e Movimentos organizarão Peregrinações a Roma.
A nível arquidiocesano, o desafio a cada Pastoral é mobilizar-se para peregrinar, fazendo peregrinações aos variados Santuários existentes na Arquidiocese de Évora.
A 16 de novembro, haverá uma Jornada Diocesana de Pastoral, com todos os Departamentos.
A Pastoral Juvenil vai organizar no segundo sábado de cada mês, em duas paróquias da Arquidiocese, sendo as primeiras Reguengos de Monsaraz e Coruche, um momento de oração intitulado “Viver a Santidade”.
Depois, o Cónego Francisco Couto sublinhou a experiência riquíssima que viveu no Congresso Eucarístico Internacional, em Quito, sublinhando a importância de vivermos cada vez melhor a Eucaristia. “Dar prioridade à celebração da Eucaristia”, sublinhou o sacerdote.
Já o casal Manuela e José Barreiros partilhou os momentos mais marcantes do Congresso Eucarístico, testemunhando como a vivência da Eucaristia foi valorizada na sua vida pessoal, em casal e em comunidade. “Gostaria de desafiar todos a viver mais intensamente a Eucaristia nas nossas Comunidades e sermos Peregrinos de Esperança”, apelou a professora Manuela Barreiros.
Por fim, o Prelado eborense dirigiu uma palavra de agradecimento e ânimo a todos os presentes, desafiando-os a serem Peregrinos de Esperança nas suas Comunidades.
O Arcebispo de Évora sublinhou duas datas que marcarão o Ano Pastoral 2024/2025: a abertura do Ano Santo, na Catedral de Évora, a 29 de dezembro de 2024, na Solenidade da Sagrada Família; e a Peregrinação Arquidiocesana das Famílias a Vila Viçosa, no últimos sábado do mês de maio de 2025.
O Dia da Igreja Diocesana terminou com a Bênção do Arcebispo de Évora, com a Oração do Jubileu 2025 e o momento do Envio, animado pelo Seminário Redemptoris Mater de Évora.
“Vamos ser um Jubileu de humanização”
Em declarações ao Departamento de Comunicação, o Prelado eborense desafiou “os diocesanos a serem mensageiros da esperança uns para os outros”, desafiando a “Igreja de Évora a abraçar o mundo e a estar ao serviço de cada pessoa”.
“Que sejamos peregrinos de esperança em todos os ambientes em que estamos inseridos, apesar de todo o ambiente adverso e difícil que nos rodeia, marcado pelas guerras e pela violência”, apelou.
“É importante darmos as mãos e fazermos a esperança acontecer. Peregrinos da Esperança somos nós a Igreja ao serviço de todos e com todos, numa dimensão profética, de anúncio e ao mesmo tempo de alerta”, desafiou o Prelado.
“Obrigado a todos os que vieram, obrigado a todos os que estão connosco, a caminho do Ano Santo. Vamos ser um Jubileu de humanização pelo respeito e ao serviço de todos, sobretudo dos que não têm voz”, concluiu o Arcebispo de Évora.
Neste sábado, dia 14 de setembro, pelas 19h00, o Prelado eborense presidiu à Eucaristia vespertina, concelebrada pelo Pároco, P. António Filho, na igreja Paroquial de Nossa Senhora de Fátima, em Foros de Vale de Figueira, na qual ministrou o Sacramento da Confirmação a 25 jovens e adultos da Unidade Pastoral das Paróquias de Lavre, Foros de Vale de Figueira, Cortiçadas de Lavre e Santana do Mato.
Neste domingo, dia 15 de setembro, pelas 17h00, o Prelado eborense presidiu à Eucaristia dominical, concelebrada pelo Pároco, P. Carlos Fonte, na Paróquia de Nossa Senhora da Graça de Cano, na qual ministrou o Sacramento da Confirmação a jovens e adultos.
Neste domingo, dia 15 de setembro, pelas 11h00, o Arcebispo de Évora preside à Eucaristia dominical na Paróquia de São Francisco, em Estremoz, na qual se assinalou a comemoração do 317.º aniversário do Regimento de Cavalaria N.º 3 e que contou com transmissão televisiva na RTP1.
Na manhã deste domingo, dia 8 de setembro, pelas 12h, ainda integrado no rescaldo da Visita Pastoral 2024, o Arcebispo de Évora presidiu às Festas de Nossa Senhora do Mileu, em Veiros, com Eucaristia e Procissão.
À semelhança de anos passados o Serviço Pastoral a Pessoas com Deficiência – SPPDF da Arquidiocese de Évora vai assinalar o Dia Diocesano, desta vez em Estremoz. A iniciativa está agendada para 7 de setembro, conforme o programa no cartaz abaixo. O Arcebispo de Évora participará na iniciativa na parte da tarde.
A Comunidade Católica Sementes do Verbo foi fundada em 16 de julho de 2004 em Palmas (Tocantins). É uma Associação Privada de Fiéis, com personalidade jurídica, com o decreto de reconhecimento e aprovação canônica, aos vinte e nove dias do mês de março de 2005, pelo Arcebispo Dom Alberto Taveira Corrêa. Na mesma data, em 2005, seus estatutos tiveram sua aprovação definitiva. Faz parte das Comunidades Novas da Igreja Católica e é membro do CHARIS, Associação Internacional reconhecida pela Santa Sé.
A Comunidade está presente em oito países, nomeadamente Portugal, com diversas casas e missões, entre as quais o Seminário de S. José, em Vila Viçosa.
Reunindo membros de diversos estados de vida (celibatários, consagrados, casais, famílias, padres…), numa vida doada, a tempo integral a serviço da evangelização.
Contemplativa e missionária, a Comunidade tem como vocação tornar acessível a todos a Palavra de Deus e fazer crescer, em cada um, a dignidade de filhos e filhas de Deus. Através da Liturgia, da Palavra de Deus, da vida fraterna e da missão junto aos mais pobres, na escola da Virgem Maria, a Comunidade anuncia a Boa Nova da Salvação “Para a vida do mundo”(cf. Jo 6, 51).
Para conhecermos melhor a Comunidade Católica Sementes do Verbo, estivemos à conversa com a Irmã Chiara, responsável da Comunidade Sementes do Verbo em Vila Viçosa.
À semelhança de anos passados o Serviço Pastoral a Pessoas com Deficiência – SPPDF da Arquidiocese de Évora vai assinalar o Dia Diocesano, desta vez em Estremoz. A iniciativa está agendada para 7 de setembro e o programa pode ser consultado no cartaz abaixo:
“Gostaríamos de convidar as famílias dos vossos clientes, a participar e a fazer ouvir a sua voz e escutar outras experiências”, convida a Equipa do Serviço Pastoral a Pessoas com Deficiência, que pede as inscrições, se possível até ao fim de Agosto através do formulário:
Neste sábado, dia 6 de julho, pelas 17h, em Borba, o Arcebispo de Évora, D. Francisco Senra Coelho, presidiu à Eucaristia na qual se celebrou a Ordenação Diaconal de Carlos Corrales, aluno do Seminário Redemptoris Mater de Nossa Senhora de Fátima (Évora), natural da Costa Rica, de 32 anos de idade.
A Eucaristia foi concelebrada pelos reitores dos dois Seminários Arquidiocesanos, P. Gustavo Quiroga (Maior de Évora) e P. José Gomes (Redemptoris Mater de Évora), do Pároco de Borba, P. Alessandro Cont, e de um número significativo de sacerdotes do presbitério eborense e de outras dioceses, tendo sido servida por vários diáconos permanentes da Arquidiocese de Évora.
A celebração, que foi transmitida em direto pelo canal do Youtube da Arquidiocese de Évora, contou com a participação de familiares, dos responsáveis do Caminho Neocatecumenal no Sul de Portugal, de amigos e de fiéis.
Antes da homilia, começaram os ritos de ordenação com a eleição do candidato, que consistiu na apresentação do candidato, feita pelo reitor do Seminário Redemptoris Mater de Évora, P. José Gomes, que atestou que o “candidato é considerado digno”. “Com o auxílio de Deus e de Jesus Cristo, nosso Salvador, escolhemos este nosso irmão para a Ordem dos Diáconos”, confirmou o Prelado eborense.
À homilia, o Arcebispo de Évora começou por fazer um “cumprimento de profunda comunhão e amizade” a todos os presentes, sublinhando “esta hora de esperança para todos nós”.
“A mensagem da liturgia por nós escutada concentra-se na recusa ao acolhimento da Palavra de Deus, que se faz presente na história da salvação, mediante a pregação dos profetas enviados pelo Senhor”, explicou o Prelado, acrescentando que “na primeira leitura, Deus confia ao profeta Ezequiel a missão de anunciar ao povo israelita a sua mensagem de amor, mesmo discernindo a possível recusa à aceitação da Sua palavra”. “A finalidade deste envio é unicamente declarar à sua grei que há um profeta no meio deles, ou seja, para que saibam que Deus não os abandonou, apesar da sua dureza e obstinação. Revela-se assim um Deus presente na história do povo, por Ele amado”, acrescentou.
“A recusa à palavra profética repete-se na passagem do Evangelho de São Marcos, pois os compatriotas de Jesus, ao presenciarem as suas pregações e ensinamentos na sinagoga, recusam-se a crer. Nem mesmo os milagres e prodígios por Ele operados e testemunhados pelas multidões que o seguiam são suficientes para convencer os Nazarenos. Duvidam do seu poder e eleição, justificados na sua humilde origem”, prosseguiu.
“Reparei, irmãos e irmãs, que a proximidade e a familiaridade com o Divino Mestre torna-se um obstáculo à sua missão salvífica, algo afirmado por Ele mesmo – ‘um profeta só é desprezado na sua terra entre os seus parentes e em sua casa'”, explicou.
“Estava admirado com a falta de fé daquela gente. Em seguida, a narração do Evangelho evidencia uma atitude radical de Nosso Senhor, despedir-se dos seus concidadãos e efetivamente do judaísmo oficial para entregar-se d’ora em diante aos discípulos que o seguiam. Focar-se-á na instrução de um pequeno grupo fiel ao seu Kerigma. Na verdade, São João, já anunciara este desenlace, veio para o que era seu, mas os seus não receberam”, recordou.
“A crença em Cristo como Messias prometido e a consequência da aceitação da Sua boa nova só pode ser acolhida mediante a fé, tal como declara Jesus a São Pedro: ‘Não foi a carne nem o sangue que te o revelaram, mas meu Pai que está nos céus’, sublinhou o Arcebispo de Évora.
“Marcado pelas dificuldades, o apóstolo São Paulo, de acordo com a segunda leitura, mostra-se incapaz de prosseguir o seu apostolado. Roga ao Senhor que afaste o aguilhão da carne, aguilhão de limitações associadas à condição de homem pecador e contingente, aguilhão que o enfraquece e debilita na fé e na determinação de continuar a trilhar o caminho profético dos desígnios divinos. Neste mesmo sentido, implorou Cristo, que clemente ao Pai Celeste, numa expressão da sua natureza humana, débil e frágil, rezou: ‘Pai, se for possível afasta de mim este cálice, contudo seja feita à vossa vontade e não a minha'”, referiu o Prelado.
“Deus não afasta as dificuldades do caminho do seu divino Filho, nem do apóstolo das gentes, demonstrando a todos os seus enviados a superioridade da força salvífica da graça para a obtenção do sucesso no labor apostólico. Parafraseando o ditado popular de teor religioso, devemos asseverar – ‘Deus não escolhe os capacitados, mas capacita por meio da sua graça os escolhidos'”, afiançou.
“Estimado Carlos Corrales, recebes hoje o Ministério Ordenado do Diaconado, para que beneficies de um tempo de reflexão, como diz o Papa, em palavras dirigidas aos Diáconos Ordenados em Roma. O Diaconado é a base sobre a qual se funda o Presbiterado, pois o fundamento interior do sacerdócio ordenado à maneira de nosso Senhor Jesus Cristo, que veio para servir e não ser servido”, explicou.
“Neste sentido, o Papa Francisco concretiza que servir, e cito, ‘é um verbo que recusa toda abstração, significa estar disponível, renunciar a viver de acordo com a própria agenda. Estar pronto para as surpresas de Deus que se manifestam através das pessoas, do inesperado, das mudanças de planos, das situações que não se encaixam nos nossos esquemas. Porque, como também refere o Sumo Pontífice, o presbítero é, portanto, um testemunho de comunhão que implica fraternidade, fidelidade, docilidade”, sublinhou D. Francisco Senra Coelho.”Só construiremos presbitérios fraternos se nos convertermos quotidianamente a este critério evangélico do serviço”, apontou o Prelado, acrescentando: “Durante um tempo, caro Carlos, mergulharás neste ministério ordenado do diaconado para alicerçares bem o teu presbiterado. Alicerçares em Cristo, servo de todos, o que vem servir e não ser servido”.
“Caro Carlos, à maneira do profeta Ezequiel e do apóstolo São Paulo, permanecerás nesta escola evangélica do diaconado, um período a que a Igreja chama em interstício, a fim de unir o coração a Cristo, bom pastor, e servo de todos, fortalecido e alimentado constantemente na vontade do Pai”, sublinhou.
“Deste modo, abraçarás um dia com mais experiência e consciência o chamamento a ti dirigido pela Igreja em vista ao Presbiterado. Penetrando no mistério da sabedoria, no sabor do sim de Maria, eis a humilde serva do Senhor, e na profecia do maior entre os filhos de mulher, que Ele cresça e eu diminua, eis o sinal que receberás ao revestires-te com a estola e a dalmática do serviço à mesa dos pobres que confirmam a chegada do reino de Deus”, prosseguiu.
“No advento da Tua ordenação presbiteral, convido-te a interiorizar a sugestão do Bispo da Roma que preside a comunhão das igrejas e, cito, ‘um coração que recebe do Senhor a alegria e fecunda as relações com a oração não perde de vista a beleza atemporal da vida sacerdotal'”, convidou o Arcebispo de Évora, acrescentando, “como discípulo de Jesus, que lavou os pés aos apóstolos, entrega-te assíduo e fielmente à meditação da palavra de Deus. Alimenta-te fervorosamente no banquete eucarístico. Faz-te servo de todos e crê em Cristo revelado nos mais pobres, frágeis e sós”.
“Numa Igreja sinodal, os ministros ordenados são chamados a viver o seu serviço ao povo de Deus numa atitude de proximidade às pessoas, de acolhimento e de escuta de todos e a cultivar uma profunda espiritualidade pessoal e uma vida de oração. São chamados a esvaziar-se de si mesmos, segundo o modelo de Jesus, que sendo de condição divina, esvaziou-se a Si mesmo, assumindo a condição de servo”, apelou o Prelado eborense, acrescentando que “a Assembleia reconhece que muitos presbíteros e diáconos, com a sua dedicação na humildade e serviço, tornam visível o rosto de Cristo, bom pastor e servo”.
“Com os padres sinodais, Deus te ajude, meu irmão, a alcançar esta semelhança com o bom Mestre e então garantires a fecundidade do teu serviço ao povo santo de Deus”, disse o Prelado, apelando ao neo diácono: “anuncia com a alegria da esperança a Palavra viva do Evangelho. Batiza em nome da Trindade criadora, salvadora e santificadora. Testemunha em nome da Igreja o júbilo nupcial dos nubentes. Consola e alenta em nome da misericórdia de Cristo aqueles que estão no término da vida terrena e acompanha-os à última morada. Visita e conforta os doentes, os pobres, os fracos, as viúvas e os órfãos, como os primeiros diáconos. E que a luz do ressuscitado brilhe no teu rosto como na face do Proto-Mártir Santo Estevão, modelo e exemplo dos diáconos”, concluiu a homilia o Arcebispo de Évora.
Depois da homilia, aconteceu o rito de Ordenação, com o candidato a fazer a promessa, respondendo a sete questões sobre a consagração ao serviço da Igreja, sobre a humildade e serviço dedicado ao povo e ao presbitério, guardar e anunciar o Evangelho, guardar o celibato, a promessa sobre a oração, a promessa de ser imitador de Cristo e a promessa de obediência.
Seguiu-se a prostração do candidato, a imposição das mãos e a oração de ordenação do Arcebispo de Évora.
Depois Carlos Corrales recebeu a estola e a dalmática de Diácono. Por fim, recebeu o Evangelho e o Ósculo da Paz do Arcebispo de Évora.
No final da celebração, o Arcebispo de Évora agradeceu a todos a presença, saudando os familiares e amigos que do outro lado do Atlântico acompanharam através da transmissão o neo diácono. “Aqui, de Portugal, desta terra bela de Borba, queremos atravessar o oceano e saudar o belo povo da Costa Rica. Esse paraíso onde a multiplicação da vida continua, na biodiversidade, na beleza que Deus oferece a esse país tão belo”, disse, acrescentando que “queremos saudar na Diocese de Santo Isidro Lavrador, o papá do nosso querido Carlos Corrales, sr. Carlos e a sua mamã, D. Seidy, com alegria e o abraço deste povo grato pelo vosso filho. E estender este abraço às suas três irmãs”.
“Queremos dizer um adeus, saudoso amigo, aos que acompanham no Chile, terra das cordilheiras, essa faixa que abraça o oceano e que dá ao mundo um testemunho forte de fé. Chile, nação brava, valente, aqueles que acompanharam na sua itinerância o nosso querido Diácono Carlos Corrales. E aqui no Atlântico, que maravilha, São Miguel, Açores, essa ilha cheia de encantos, de expressões da criatividade da natureza. Visitar São Miguel é ir às raízes do nosso planeta, assim, naqueles primeiros tempos das formações tectónicas. Por isso, um abraço à comunidade que será muito bela como a ilha, a comunidade de São Miguel”, saudou assim o Prelado as Comunidades de Chile de São Miguel onde o Diáconos Carlos Corrales nos últimos dois anos realizou um tempo de missão após os estudos e antes das ordenações, conforme é prática no Caminho Neocatecumenal.
“A todos os familiares, amigos, comunidades que nos acompanham através dos meios digitais, um abraço da Arquidiocese de Évora, grato e feliz, pelo nosso querido Carlos Corrales, diácono da Igreja, a caminho do sacerdócio ministerial. Estamos unidos nesta bênção que chega a todos, porque o coração de Deus é a casa de todos. A tenda alargada da misericórdia, o colo da ternura, a água viva para a nossa sede, Aquele que nos envia como mensageiros da beleza da Sua paz e da ternura do Seu acolhimento”, concluiu o Arcebispo, dando de seguida a bênção final.
Terminada a Eucaristia, o Diácono Carlos Corrales recebeu os cumprimentos dos presentes.
Texto de Pedro Miguel Conceição
Veja aqui as fotos celebração:
ARCEBISPO DE ÉVORA
Homilia por ocasião da Ordenação Diaconal de Carlos Corrales
Borba, 27 de Junho de 2024
Caros irmãos e irmãs, a mensagem da Liturgia por nós escutada concentra-se na recusa ou acolhimento da Palavra de Deus que se faz presente na História da Salvação mediante a pregação dos profetas por Ele enviados.
Na primeira leitura, Deus confia ao Profeta Ezequiel a missão de anunciar ao Povo Israelita a sua mensagem de amor, mesmo discernindo a possível recusa à aceitação da sua Palavra: “Filho do homem, Eu te envio aos filhos de Israel, a um povo rebelde que se revoltou contra Mim […] Podem escutar-te ou não – porque são uma casa de rebeldes” (Ez 2, 1.5). A finalidade deste envio é unicamente declarar à sua grei que “há um profeta no meio deles” (Ez 2, 5). Ou seja, para que saibam que Deus não os abandonou apesar da sua dureza e obstinação. Revela-se assim um Deus presente e providente na história do Povo por Ele amado [Cf. Mario Galizzi, Ed. Paulinas, 1980].
A recusa à Palavra Profética repete-se na passagem do Evangelho de S. Marcos, pois os compatriotas de Jesus, ao presenciarem suas pregações e ensinamentos na Sinagoga, recusam-se a crer. Nem mesmo os milagres e prodígios por Ele operados e testemunhados pelas multidões que o seguiam são suficientes para convencer os Nazarenos. Duvidam do seu poder e eleição, justificados na sua humilde origem: “De onde Lhe vem tudo isto? Que sabedoria é esta que Lhe foi dada e os prodigiosos milagres feitos por suas mãos? Não é Ele o carpinteiro, filho de Maria, e irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? E não estão as suas irmãs aqui entre nós?” (Mc 6, 2-3). A proximidade e a familiaridade com o Divino Mestre torna-se um obstáculo à sua missão salvífica, algo afirmado por Ele mesmo: “Um profeta só é desprezado na sua terra, entre os seus parentes e em sua casa”(Mc 6, 2-3/Jr 11, 21). Manifestada tamanha falta de abertura de coração à Fé, Jesus não pregará mais na Sinagoga e não realizará mais prodígios ou milagres em Nazaré, como assinala São Marcos: “E não podia ali fazer qualquer milagre; apenas curou alguns doentes, impondo-lhes as mãos. Estava admirado com a falta de fé daquela gente” (Mc 6, 5-6). Em seguida, a narração do Evangelho evidencia uma atitude radical de Nosso Senhor: despedir-se dos seus concidadãos e, efectivamente, do judaísmo oficial para entregar-se d’ora em diante aos discípulos que o seguiam. Focar-se-á na instrução dum pequeno grupo fiel ao seu “Kerígma”. Na verdade, São João já anunciara este desenlace, “Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam” (Jo 1, 11). A crença em Cristo como Messias Prometido e a consequente aceitação da sua “Boa-Nova” só pode ser acolhida mediante a Fé, tal como declara Jesus a São Pedro: “não foi a carne nem o sangue que to revelaram, mas o Meu Pai que está nos Céus” (Mt 16, 17). [Cf. G. Leonardi, Ed. Paulinas, 1985]
Marcado pelas dificuldades, o Apostolo São Paulo, de acordo com a Segunda Leitura, mostra-se incapaz de prosseguir o seu apostolado. Roga ao Senhor que afaste o “aguilhão da carne” (2 Cor 12, 7), aguilhão de limitações associadas à condição de homem pecador e contingente, aguilhão que o enfraquece e debilita na fé e na determinação de continuar a trilhar o caminho profético dos desígnios divinos. Neste mesmo sentido, implorou Cristo clemência ao Pai Celeste, numa expressão da sua natureza humana débil e frágil, dizendo: “Pai, se for possível, afasta de mim este cálice, contudo seja feita a Vossa vontade e não a Minha” (Mt 26, 39). Deus não afasta as dificuldades do caminho de Seu Divino Filho, nem do Apóstolo das Gentes demonstrando a todos os seus enviados a superioridade da força salvífica da graça para a obtenção do sucesso no labor apostólico. [Cf. Mario Galizzi, Ed. Paulinas, 1980]. Parafraseando o ditado popular de teor religioso, podemos asseverar: Deus não escolhe os capacitados mas capacita, por meio da sua Graça, os escolhidos.
Estimado Carlos Corrales recebes hoje o ministério ordenado do diaconado para que beneficies de um tempo de reflexão, como diz o Papa em palavras dirigidas aos diáconos ordenados em Roma: “O diaconado é a base sobre a qual se funda o presbiterado” pois “o fundamento interior do sacerdócio ordenado, à maneira de Nosso Senhor Jesus Cristo, que veio para servir e não ser servido” (Mc 10, 45). Neste sentido, o Papa Francisco concretiza que “servir é um verbo que recusa toda abstração: significa estar disponível, renunciar a viver de acordo com a própria agenda, estar pronto para as surpresas de Deus que se manifestam através das pessoas, do inesperado, das mudanças de planos, das situações que não se encaixam em nossos esquemas”. Porque, como também refere o Sumo Pontífice, o Presbítero é, portanto, um “testemunho de comunhão que implica fraternidade, fidelidade, docilidade”. Só construiremos Presbitérios fraternos se nos convertermos quotidianamente a este critério evangélico do serviço.
Caro Carlos, à maneira do Profeta Ezequiel e do Apóstolo São Paulo, permanecerás nesta escola evangélica do diaconado um período a que a Igreja chama “interstício”, a fim de unir o coração a Cristo, Bom Pastor e Servo de todos, fortalecido e alimentado constantemente na vontade do Pai: “O Meu alimento é fazer a vontade do Meu Pai” (Jo 4, 34).
Deste modo, abraçarás um dia, com mais experiência e consciência, o chamamento a ti dirigido pela Igreja em vistas ao Presbiterado, penetrando no mistério da Sabedoria, no sabor do “Sim” de Maria, “Eis a humilde serva do Senhor”(Lc 1, 38) e na profecia do maior entre os filhos de mulher “Que ele cresça e eu diminua” (Jo 3, 30). Eis o sinal que receberás ao revestires-te com a estola e a dalmática do serviço à mesa dos pobres que confirmam a chegada do Reino de Deus.
No advento da tua ordenação presbiteral convido-te a interiorizar a sugestão do Bispo de Roma que preside à comunhão das Igrejas: “Um coração que recebe do Senhor a alegria e fecunda as relações com a oração, não perde de vista a beleza atemporal da vida sacerdotal”. Por isso, como discípulo de Jesus que lavou os pés aos Apóstolos, entrega-te assídua e fielmente à meditação da Palavra de Deus, alimenta-te fervorosamente no Banquete Eucarístico, faz-te servo de todos e crê em Cristo revelado nos mais pobres, frágeis e sós.
Numa Igreja sinodal, os ministros ordenados são chamados a viver o seu serviço ao Povo de Deus numa atitude de proximidade às pessoas, de acolhimento e de escuta de todos e a cultivar uma profunda espiritualidade pessoal e uma vida de oração. São chamados a esvaziar-se de si mesmos, segundo o modelo de Jesus que, “sendo de condição divina, […] esvaziou-se a Si mesmo, assumindo a condição de servo” (Flp 2,6-7). A Assembleia reconhece que muitos presbíteros e diáconos, com a sua dedicação na humildade e serviço, tornam visível o rosto de Cristo Bom Pastor e Servo. Deus te ajude a alcançar esta semelhança com o Bom Mestre e, então, garantir a fecundidade do teu serviço ao Povo Santo de Deus.
Anuncia com a alegria da Esperança a Palavra Viva do Evangelho; baptiza em nome da Trindade Criadora, Salvadora e Santificadora; testemunha em nome da Igreja o júbilo nupcial dos nubentes; consola e alenta em nome da Misericórdia de Cristo aqueles que estão no término da vida terrena e acompanha-os à última morada; visita os doentes, os pobres, os fracos, as viúvas e os órfãos; e que a luz do Ressuscitado brilhe no teu rosto, como na face do Protomártir Santo Estevão, modelo e exemplo dos diáconos.
+ Francisco José Senra Coelho
Arcebispo de Évora
Reveja aqui a transmissão da celebração:
Veja aqui a entrevista do Diácono Carlos Corrales a Ser Igreja na qual dá testemunho da sua vocação:
Neste dia 10 de Junho, pelas 11h00, o Arcebispo de Évora presidiu à Eucaristia, com bênção e sagração do novo altar da igreja de Nossa Senhora da Orada, em Sousel, após as profundas obras de requalificação e restauro.