No Domingo, dia 21 de abril, a Paróquia de São Pedro, a Paróquia da Sé e o Seminário Maior de Évora homenagearam o Cónego Manuel da Silva Ferreira, por ocasião das suas Bodas de Ouro Sacerdotais.

Pelas 12h, foi celebrada Eucaristia, na igreja de S. Francisco, presidida pelo Arcebispo de Évora, que foi transmitida em direto.

Na introdução à celebração, o Prelado eborense afirmou que “é com alegria e com júbilo que celebramos as Bodas de Ouro sacerdotais do sr. Cónego Manuel Ferreira, aqui nesta Igreja que sentiu a sua presença de um modo indelével e incontornável”, disse D. Francisco Senra Coelho, sublinhando a dedicação do Cón. Manuel Ferreira “a esta Igreja Paroquial de São Pedro e Igreja de São Francisco, com a sua Capela dos Ossos, com os seus claustros. A sua dedicada oferta de vida para que esta Igreja tivesse este brilho, esta dignidade, esta presença patrimonial, com dimensão portuguesa, europeia e mundial”.

“Gostaria de agradecer ao Senhor o dom que lhe concedeu de agir com um modo muito pragmático e audácia, entregando os seus talentos a esta Arquidiocese, nomeadamente, na recuperação do Seminário Maior, do Casarão (sede da Pastoral Universitária), da Igreja do Espírito Santo, da importante colaboração da construção da Capela do Bairro de Almeirim (Évora) e em muitas obras marcantes dispersas pela Diocese, como a Casa Paroquial do Vimieiro, a Igreja de Vale do Pereiro, e a Igreja Paroquial de Santa Luzia, em Elvas, entre outras. Dou graças ao Senhor pela sua generosidade, pelo seu sentido profundo de dedicação, pelo seu amor à Igreja, pela sua espiritualidade”, acrescentou.

“Louvo o Bom Pastor pelo dom que lhe concedeu expresso na sua dedicação a todos os seus colegas, sobretudo aos sacerdotes doentes, idosos e mais sós. Sublinho, o seu importante apoio ao saudoso Padre Agostinho Leal, por quem rezamos acompanhando a sua Irmã aqui presente”, sublinhou.

“Dou graças ao Senhor pela sua dedicação ao longo de muitos anos à formação de sacerdotes, à Pastoral Vocacional, e aos nossos Seminários”, apontou o Prelado, recordando ainda a irmã do Cónego Manuel Ferreira, D. Maria do Céu, de saudosa memória, que o acompanhou ao longo da vida e acolheu com a sua amizade muitos colegas sacerdotes. “Bendigo a Deus pelos seus pais, a sua família, e a sua terra, Estarreja”, concluiu o Prelado, fazendo ainda memória “ao saudoso e grande arcebispo de Évora, Sr. D. David de Sousa, que lhe impôs as mãos, que o ordenou padre, nas vésperas da revolução dos cravos, a 21 de abril de 1974. Havia de ser, de facto, o início do seu sacerdócio em tempos de sonho e de esperança, mas também em circunstâncias de grandes dificuldades sobretudo nestas terras do Alentejo”.

Com a casula com que foi ordenado há 50 anos, o cónego Manuel Ferreira, na homilia disse que “nestes dias faltam as palavras, porque o coração é inundado por muitos sentimentos de alegria”.

“Obrigado ao bom Deus, que ao longo dos 50 anos de ministério sempre me amparou com a Sua misericórdia. Como Ele foi bom para comigo”, sublinhou.

“Foi a descoberta da Palavra de Deus, que criou em mim a convição que o Evangelho é verdadeiro e se eu o viver vou ser um homem feliz e realizado. E assim aconteceu. Aprendi a escutar a voz do Bom Pastor, a identificar-me com Ele, a conhecê-Lo, a não ter medo de lhe mostrar as minhas misérias, dúvidas, inquietações. Aprendi isto profundamente”, partilhou sobre os seus tempos de seminário.

“A inspiração de Chiara Lubich foi fundamental para o meu caminho. Aprendi de uma mulher a vivência do Evangelho, o que significava a unidade, o recomeçar sempre”, sublinhou.

“Em 1995, quando fui convidado por D. Maurílio de Gouveia a vir para o Seminário com os Padres operários, fiz um profundo ato de fé. Quando disse o meu sim, acrescentei que aceitaria a missão, fazer equipa com os padres operários e hoje agradeço que o P. Luís Rubio tenha trocado Salamanca para estar aqui comigo”

“A missão abre horizontes e predispõe-nos para frutificar os dons que Deus nos concedeu”, referiu, acrescentando que “Deus não chama os mais talentosos, mas Ele capacita aqueles que chama”, tendo agradecido “a todos aqueles que Deus colocou ao meu lado e me ajudaram, aceitando comigo os desafios que me eram propostos e parece que as coisas iam acontecendo, qual partitura que eu ia lendo e que Outro tinha escrito”.

“Com Jesus na cruz, aprendi que Ele foi concreto no amor para com os outros e depois experimentou a paz e tranquilidade. Quando nas dores e adversidades da vida aprendemos a amar concretamente o próximo que está ao nosso lado, a paz volta, porque é amor puro”, sublinhou o Cónego Manuel Ferreira, acrescentando que “depois de 50 anos, fazendo uma leitura da vida, em tantos momentos experimentei que Jesus me salvou. Ele é na verdade o Salvador”. “Cada manhã, quando faço o sinal da cruz, tomo consciência que a Trindade me envolve, me acompanha, me reveste com o Seu Amor. Dai graças a Deus por mim, rezai por mim”, concluiu.

Já na segunda-feira, dia 22 de abril, o Arcebispo de Évora, D. Francisco José Senra Coelho, presidiu à Eucaristia no Seminário de Nossa Senhora da Purificação – Maior de Évora, com a comunidade, por ocasião da celebração das Bodas de Ouro Sacerdotais do Cón. Manuel da Silva Ferreira.